DESCREDITO !: Afinal Quem São Estes Senhores do "Bloco"?

21-05-2009
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Mais uma vez, não pode passar sem referência a crónica de Vasco Pulido Valente no Público (sexta-feira). Desta vez dedicada ao Bloco de Esquerda, ainda a propósito do famoso incidente final no debate Louça-Portas. «A técnica conhecida por "desqualificação do adversário" não nasceu ontem e não admira que persistisse no "Bloco", herdeiro do que havia de pior tradição revolucionária clássica. Mas, dado o "contexto", talvez fosse de esperar do "Bloco" mais cuidado. Porque afinal quem são estes senhores do "Bloco"? São uma centena de intelectuais de Lisboa e do Porto, com um eleitorado de classe média urbana, que subiram às custas de imaginárias "rupturas" com a moral tradicionalista, de um radicalismo inteiramente retórico e de um certo talento para a televisão. Nada disto é de esquerda e nada disto lhes permite falar em nome dos trabalhadores ou, de resto, de quem quer que seja. Não representam mais do que uma difusa repugnância pelo regime e as banalidades da moda ideológica do tempo. Se aplicassem a si próprios a regra que pretendem aplicar a Paulo Portas, também eles precisavam de mudar de vida. Repudiar a gravata, a favor de um arzinho "estudantil", não é identificação bastante para o povo explorado e oprimido.» O Bloco de Esquerda já não é mais apenas aquele partido de Francisco Louça, Miguel Portas e Fernando Rosas, com um discurso arejado e mediático, a tentar ter voz na Assembleia da República. A avaliar pelas últimas sondagens, arrisca-se a ser a terceira força política portuguesa. O Bloco de Esquerda está hoje em pleno no sistema político português. Já não é um partido marginal, já não é um voto de protesto contra a política. Contribuiu para a vitória de Santana Lopes em Lisboa. Louça já tem o seu lugar garantido na Assembleia da República. Para quê então votar Bloco de Esquerda?

Mais uma vez, não pode passar sem referência a crónica de Vasco Pulido Valente no Público (sexta-feira). Desta vez dedicada ao Bloco de Esquerda, ainda a propósito do famoso incidente final no debate Louça-Portas. «A técnica conhecida por "desqualificação do adversário" não nasceu ontem e não admira que persistisse no "Bloco", herdeiro do que havia de pior tradição revolucionária clássica. Mas, dado o "contexto", talvez fosse de esperar do "Bloco" mais cuidado. Porque afinal quem são estes senhores do "Bloco"? São uma centena de intelectuais de Lisboa e do Porto, com um eleitorado de classe média urbana, que subiram às custas de imaginárias "rupturas" com a moral tradicionalista, de um radicalismo inteiramente retórico e de um certo talento para a televisão. Nada disto é de esquerda e nada disto lhes permite falar em nome dos trabalhadores ou, de resto, de quem quer que seja. Não representam mais do que uma difusa repugnância pelo regime e as banalidades da moda ideológica do tempo. Se aplicassem a si próprios a regra que pretendem aplicar a Paulo Portas, também eles precisavam de mudar de vida. Repudiar a gravata, a favor de um arzinho "estudantil", não é identificação bastante para o povo explorado e oprimido.» O Bloco de Esquerda já não é mais apenas aquele partido de Francisco Louça, Miguel Portas e Fernando Rosas, com um discurso arejado e mediático, a tentar ter voz na Assembleia da República. A avaliar pelas últimas sondagens, arrisca-se a ser a terceira força política portuguesa. O Bloco de Esquerda está hoje em pleno no sistema político português. Já não é um partido marginal, já não é um voto de protesto contra a política. Contribuiu para a vitória de Santana Lopes em Lisboa. Louça já tem o seu lugar garantido na Assembleia da República. Para quê então votar Bloco de Esquerda?

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