Uma polémica para começar...
Ou talvez não.O meu blog liberal favorito escreveu um post onde, entre outras coisas, aponta aos "anti-liberalistas" a inveja como defeito.Um dos argumentos dos liberais puros é o aquele que diz que a saída do Estado do mercado e da economia, através de privatizações em todos os sectores ainda públicos, redução dos impostos e , muito importante, desregulamentação do trabalho através de "pormaiores" como uma maior flexibilidade nos despedimentos e extinção do salário mínimo permitiria às empresas (que segundo o mesmo post são responsáveis por "praticamente toda a riqueza que paga o nosso estado social seja criada pelas empresas") gerar mais riqueza, o que iria desenvolver a economia e o país, reduzir o emprego, etc. etc.Parece que o problema é que os outros (que não são liberais) têm inveja do possível Ferrari que aquele que está por detrás da riqueza (ao que parece, única e exclusivamente o dono do capital) vai adquir como o lucro que ganha ou o IRC que não paga. Afinal, até se pode dar o caso de ele criar outra empresa com esse mesmo lucro.Ora eu acho que esta questão é a central: Porque será que os empresários portugueses, salvo umas excelentes excepções, preferem comprar um Ferrari a formar novas empresas? Porque será que o fisco quer investigar as não sei quantas mil empresas (li bem 250 mil) que mantêm actividade apesar de não terem lucros há mais de não sei quantos anos?Que afirmo? Digo que em Portugal o défice de formação existente contribui para a falta de produtividade dos trabalhadores (aceitemos este facto por ora) mas contribui ainda mais decisivamente para a falta de investimento, de coragem empresarial e de capacidade de gerar riqueza dos donos do capital.Assumo-me como um liberal de esquerda, pois acredito no estado fora do mercado puro e duro mas defendo que sectores chave (sobretudo a saúde e a educação) devem continuar bem públicos, pois só assim será possível uma mais justa distribuição da riqueza a longo prazo.Até lá, e enquanto os nossos contribuintes de IRC não forem capazes de aplicar a riqueza gerada na criação de mais riqueza (a não ser que contemos com a riqueza do senhor do posto de gasolina) digo como um primeiro-ministro uma vez disse: Liberalismo, só no fim da linha.E não tenho inveja dos Ferraris. Não tenho carta de condução. Mas tal como tantas outras coisas, o verdadeiro Ferrari só é se for Vermelho...
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Uma polémica para começar...
Ou talvez não.O meu blog liberal favorito escreveu um post onde, entre outras coisas, aponta aos "anti-liberalistas" a inveja como defeito.Um dos argumentos dos liberais puros é o aquele que diz que a saída do Estado do mercado e da economia, através de privatizações em todos os sectores ainda públicos, redução dos impostos e , muito importante, desregulamentação do trabalho através de "pormaiores" como uma maior flexibilidade nos despedimentos e extinção do salário mínimo permitiria às empresas (que segundo o mesmo post são responsáveis por "praticamente toda a riqueza que paga o nosso estado social seja criada pelas empresas") gerar mais riqueza, o que iria desenvolver a economia e o país, reduzir o emprego, etc. etc.Parece que o problema é que os outros (que não são liberais) têm inveja do possível Ferrari que aquele que está por detrás da riqueza (ao que parece, única e exclusivamente o dono do capital) vai adquir como o lucro que ganha ou o IRC que não paga. Afinal, até se pode dar o caso de ele criar outra empresa com esse mesmo lucro.Ora eu acho que esta questão é a central: Porque será que os empresários portugueses, salvo umas excelentes excepções, preferem comprar um Ferrari a formar novas empresas? Porque será que o fisco quer investigar as não sei quantas mil empresas (li bem 250 mil) que mantêm actividade apesar de não terem lucros há mais de não sei quantos anos?Que afirmo? Digo que em Portugal o défice de formação existente contribui para a falta de produtividade dos trabalhadores (aceitemos este facto por ora) mas contribui ainda mais decisivamente para a falta de investimento, de coragem empresarial e de capacidade de gerar riqueza dos donos do capital.Assumo-me como um liberal de esquerda, pois acredito no estado fora do mercado puro e duro mas defendo que sectores chave (sobretudo a saúde e a educação) devem continuar bem públicos, pois só assim será possível uma mais justa distribuição da riqueza a longo prazo.Até lá, e enquanto os nossos contribuintes de IRC não forem capazes de aplicar a riqueza gerada na criação de mais riqueza (a não ser que contemos com a riqueza do senhor do posto de gasolina) digo como um primeiro-ministro uma vez disse: Liberalismo, só no fim da linha.E não tenho inveja dos Ferraris. Não tenho carta de condução. Mas tal como tantas outras coisas, o verdadeiro Ferrari só é se for Vermelho...