O Quatro: Porquê a surpresa?

05-10-2009
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Tenho indagado porque se mostram alguns políticos e fazedores de opinião indignados com o afastamento da ainda Directora do Museu Nacional de Arte Antiga, Dr.ª Dalila Rodrigues? Note-se que mesmo o Sr. Presidente da República mostrou alguma perplexidade.Independentemente das qualidades da Sr.ª Directora, que não discuto, a sua crescente incompatibilidade com as políticas do Governo para o sector, que ela não nega, criou uma situação de instabilidade entre o Museu e o Ministério da Cultura e pôs em causa a relação de lealdade funcional que esta deve ao Governo e cujas política deve implementar.Se determinado nomeado (julgo que a Dr.ª Dalila foi nomeada pelo governo de Durão Barroso) discorda com as políticas de um governo eleito então deve demitir-se. Não está aqui em causa se a política é boa ou não (e a política em causa merece-me tanto respeito quanto a capacidade da Dr.ª Dalila). Está em causa sim o princípio da aceitação das políticas de um governo eleito democraticamente por um cargo político do estado, cuja função é implementar o programa sufragado.Quem não distingue cargos públicos (de nomeação política) de função pública (de carreira e cujas funções decorrem da lei), não percebe o que se trata. Que a Sr.ª Directora o faça é grave mas já incompreensível é a posição de comentadores e partidos políticos com responsabilidades.


Tenho indagado porque se mostram alguns políticos e fazedores de opinião indignados com o afastamento da ainda Directora do Museu Nacional de Arte Antiga, Dr.ª Dalila Rodrigues? Note-se que mesmo o Sr. Presidente da República mostrou alguma perplexidade.Independentemente das qualidades da Sr.ª Directora, que não discuto, a sua crescente incompatibilidade com as políticas do Governo para o sector, que ela não nega, criou uma situação de instabilidade entre o Museu e o Ministério da Cultura e pôs em causa a relação de lealdade funcional que esta deve ao Governo e cujas política deve implementar.Se determinado nomeado (julgo que a Dr.ª Dalila foi nomeada pelo governo de Durão Barroso) discorda com as políticas de um governo eleito então deve demitir-se. Não está aqui em causa se a política é boa ou não (e a política em causa merece-me tanto respeito quanto a capacidade da Dr.ª Dalila). Está em causa sim o princípio da aceitação das políticas de um governo eleito democraticamente por um cargo político do estado, cuja função é implementar o programa sufragado.Quem não distingue cargos públicos (de nomeação política) de função pública (de carreira e cujas funções decorrem da lei), não percebe o que se trata. Que a Sr.ª Directora o faça é grave mas já incompreensível é a posição de comentadores e partidos políticos com responsabilidades.

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