O Quatro: Vitória de Pirro

04-10-2009
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Há cinco anos o mundo ocidental assistia e justificava mentalmente o início dos bombardeamentos a Bagdad. O medo de 11 de Setembro e a forma radical com que George W. Bush definiu e personalizou o conflito conseguiu convencer a opinião pública da bondade de uma invasão mas acabou definitivamente com qualquer resolução do problema pela via da negociação.Os americanos e os europeus (salvem-se as excepções) apresentaram a guerra como necessária para desarmar o Iraque de armas de destruição massiva (que nunca existiram), derrubar e punir o ditador Saddam Hussein e reconstruir um Iraque democrático.Do lado do Iraque a agressão foi vista como uma tentativa neocolonial de apropriação das jazidas de petróleo, como um acto de hostilidade ao islamismo e como uma imposição da vontade ocidental sobre o mundo árabe.George W. Bush, Tony Blair, José Aznar e Durão Barroso na tristemente célebre Cimeira das Lages fazem um ultimato à ONU (que insistia na necessidade de se verificar a existência das ditas armas de destruição massiva que Hans Blix previa não encontrar)."Ou o Iraque se desarma ou é desarmado pela força", afirmou George W. Bush.Hoje e à luz do que viemos a saber tal facto revela-se com um cinismo absoluto. Quatro dias depois da declaração caiam bombas em solo Iraquiano. Em três semanas o regime esboroou-se e caiu.Na ausências das armas que ameaçavam o Ocidente o Presidente Bush foi alterando os planos da guerra. Já não bastava ter acabado com o regime sunita. A coligação foi ocupando militar, económica e politicamente o Iraque, definindo assim o conflito de forma tão radical que o estendeu ao mundo árabe, mesmo ao tradicionais aliados dos americanos.A Europa encolhia-se com o desastre que já não se limitava ao conflito mas à própria desmoralização da ONU, ao exacerbar do ódio do mundo árabe, à escalada ao armamento, à insegurança generalizada e à instabilidade da economia mundial.Por muito que detestemos um Saddam Hussein facínora e que desejemos um Iraque democrático nada parece conseguir justificar a teoria de uma guerra preventiva, que revogou o princípio da autodeterminação dos povos e o do respeito à soberania nacional.O Ocidente não planeou como concluir o conflito após ter atingido os seus objectivos iniciais.Passados 5 anos as coisas estarão melhores?Só me ocorre a advertência de Pirro a todos os que entram num conflito: Mais uma vitória como esta e estaremos perdidos.


Há cinco anos o mundo ocidental assistia e justificava mentalmente o início dos bombardeamentos a Bagdad. O medo de 11 de Setembro e a forma radical com que George W. Bush definiu e personalizou o conflito conseguiu convencer a opinião pública da bondade de uma invasão mas acabou definitivamente com qualquer resolução do problema pela via da negociação.Os americanos e os europeus (salvem-se as excepções) apresentaram a guerra como necessária para desarmar o Iraque de armas de destruição massiva (que nunca existiram), derrubar e punir o ditador Saddam Hussein e reconstruir um Iraque democrático.Do lado do Iraque a agressão foi vista como uma tentativa neocolonial de apropriação das jazidas de petróleo, como um acto de hostilidade ao islamismo e como uma imposição da vontade ocidental sobre o mundo árabe.George W. Bush, Tony Blair, José Aznar e Durão Barroso na tristemente célebre Cimeira das Lages fazem um ultimato à ONU (que insistia na necessidade de se verificar a existência das ditas armas de destruição massiva que Hans Blix previa não encontrar)."Ou o Iraque se desarma ou é desarmado pela força", afirmou George W. Bush.Hoje e à luz do que viemos a saber tal facto revela-se com um cinismo absoluto. Quatro dias depois da declaração caiam bombas em solo Iraquiano. Em três semanas o regime esboroou-se e caiu.Na ausências das armas que ameaçavam o Ocidente o Presidente Bush foi alterando os planos da guerra. Já não bastava ter acabado com o regime sunita. A coligação foi ocupando militar, económica e politicamente o Iraque, definindo assim o conflito de forma tão radical que o estendeu ao mundo árabe, mesmo ao tradicionais aliados dos americanos.A Europa encolhia-se com o desastre que já não se limitava ao conflito mas à própria desmoralização da ONU, ao exacerbar do ódio do mundo árabe, à escalada ao armamento, à insegurança generalizada e à instabilidade da economia mundial.Por muito que detestemos um Saddam Hussein facínora e que desejemos um Iraque democrático nada parece conseguir justificar a teoria de uma guerra preventiva, que revogou o princípio da autodeterminação dos povos e o do respeito à soberania nacional.O Ocidente não planeou como concluir o conflito após ter atingido os seus objectivos iniciais.Passados 5 anos as coisas estarão melhores?Só me ocorre a advertência de Pirro a todos os que entram num conflito: Mais uma vitória como esta e estaremos perdidos.

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