O Quatro: "A Crise Social"

04-10-2009
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A SEDES, uma das mais antigas e reconhecidas associações para o desenvolvimento cívico, lança um alerta para o ambiente de "crise social" que se vive no País.E aponta responsabilidades aos Partidos Políticos, cada vez mais ineficazes na mobilização de talentos da sociedade para uma elite de serviço. Os partidos debatem-se com a dificuldade em atrair e reter os cidadãos mais qualificados, onde, fruto de critérios de selecção do género clientelista, são favorecidos os interesses pessoais em detrimento da qualidade cívica. O que tenho de concordar genericamente.A declaração alerta para o ambiente de relativismo moral, onde a lei se torna a única reguladora dos comportamentos sociais. Ora o que a lei não prevê nem a moral regra (a penumbra) fica entregue ao interesse particular, quase sempre contrário ao interesse público. Nesta penumbra desenvolve-se a corrupção, um cancro que corrói a sociedade e que a justiça não alcança.A SEDES coloca a solução destes problemas (que considera de bloqueamento da eficácia do regime) nas mãos da sociedade civil, com uma abertura do próprio regime a essa sociedade. O que só pode ser permitido pelos partidos políticos.A regeneração é necessária e tem de começar nos próprios partidos políticos, fulcro de um regime democrático representativo. Abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência na vida política e na sociedade em geral, desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos, são parte essencial da necessária regeneração. ...Esta "crise social" ameaça qualquer sociedade democrática e é actual hoje, como já o era em 2003, quando José Ernesto d'Oliveira me convidou a participar num debate da SEDES com João Salgueiro e onde se debateu cidadania.Compreendi o apelo da participação e achei que, reconhecendo as virtudes e os defeitos dos partidos políticos, era dentro de um, com quem mais me identificava, que daria continuidade à minha acção política. E após alguns dias decidi inscrever-me, o que fiz de forma solitária.Se antes era crítico hoje sou auto-crítico. Contudo é ainda mais fácil denegrir do que contribuir para a regeneração, é mais fácil resignar do que contrariar. O que alguns políticos fazem com uma eficácia que nenhum anti-democrata atinge. A qualidade da nossa democracia só demonstra o que somos enquanto indivíduos. Hão-de valer os que querendo e procurando ser melhores, com isso valorizam o conjunto. Mesmo que leve tempo a notar-se.


A SEDES, uma das mais antigas e reconhecidas associações para o desenvolvimento cívico, lança um alerta para o ambiente de "crise social" que se vive no País.E aponta responsabilidades aos Partidos Políticos, cada vez mais ineficazes na mobilização de talentos da sociedade para uma elite de serviço. Os partidos debatem-se com a dificuldade em atrair e reter os cidadãos mais qualificados, onde, fruto de critérios de selecção do género clientelista, são favorecidos os interesses pessoais em detrimento da qualidade cívica. O que tenho de concordar genericamente.A declaração alerta para o ambiente de relativismo moral, onde a lei se torna a única reguladora dos comportamentos sociais. Ora o que a lei não prevê nem a moral regra (a penumbra) fica entregue ao interesse particular, quase sempre contrário ao interesse público. Nesta penumbra desenvolve-se a corrupção, um cancro que corrói a sociedade e que a justiça não alcança.A SEDES coloca a solução destes problemas (que considera de bloqueamento da eficácia do regime) nas mãos da sociedade civil, com uma abertura do próprio regime a essa sociedade. O que só pode ser permitido pelos partidos políticos.A regeneração é necessária e tem de começar nos próprios partidos políticos, fulcro de um regime democrático representativo. Abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência na vida política e na sociedade em geral, desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos, são parte essencial da necessária regeneração. ...Esta "crise social" ameaça qualquer sociedade democrática e é actual hoje, como já o era em 2003, quando José Ernesto d'Oliveira me convidou a participar num debate da SEDES com João Salgueiro e onde se debateu cidadania.Compreendi o apelo da participação e achei que, reconhecendo as virtudes e os defeitos dos partidos políticos, era dentro de um, com quem mais me identificava, que daria continuidade à minha acção política. E após alguns dias decidi inscrever-me, o que fiz de forma solitária.Se antes era crítico hoje sou auto-crítico. Contudo é ainda mais fácil denegrir do que contribuir para a regeneração, é mais fácil resignar do que contrariar. O que alguns políticos fazem com uma eficácia que nenhum anti-democrata atinge. A qualidade da nossa democracia só demonstra o que somos enquanto indivíduos. Hão-de valer os que querendo e procurando ser melhores, com isso valorizam o conjunto. Mesmo que leve tempo a notar-se.

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