A Interpretação do Tempo: Quem me Leva os Meus Fantasmas

26-06-2009
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Aquele era o tempoEm que as mãos se fechavamE nas noites brilhantes as palavras voavam,Eu via que o céu me nascia dos dedosE a Ursa Maior eram ferros acesos.Marinheiros perdidos em portos distantes,Em bares escondidos,Em sonhos gigantes.E a cidade vazia,Da cor do asfalto,E alguém me pedia que cantasse mais alto.Quem me leva os meus fantasmas,Quem me salva desta espada,Quem me diz onde é a estrada?Aquele era o tempoEm que as sombras se abriam,Em que homens negavamO que outros erguiam.E eu bebia da vida em goles pequenos,Tropeçava no riso, abraçava venenos.De costas voltadas não se vê o futuroNem o rumo da balaNem a falha no muro.E alguém me gritavaCom voz de profetaQue o caminho se fazEntre o alvo e a seta.Quem leva os meus fantasmas,Quem me salva desta espada,Quem me diz onde é a estrada?De que serve ter o mapaSe o fim está traçado,De que serve a terra à vistaSe o barco está parado,De que serve ter a chaveSe a porta está aberta,De que servem as palavrasSe a casa está deserta?Quem me leva os meus fantasmas,Quem me salva desta espada,Quem me diz onde é a estrada?Pedro Abrunhosa


Aquele era o tempoEm que as mãos se fechavamE nas noites brilhantes as palavras voavam,Eu via que o céu me nascia dos dedosE a Ursa Maior eram ferros acesos.Marinheiros perdidos em portos distantes,Em bares escondidos,Em sonhos gigantes.E a cidade vazia,Da cor do asfalto,E alguém me pedia que cantasse mais alto.Quem me leva os meus fantasmas,Quem me salva desta espada,Quem me diz onde é a estrada?Aquele era o tempoEm que as sombras se abriam,Em que homens negavamO que outros erguiam.E eu bebia da vida em goles pequenos,Tropeçava no riso, abraçava venenos.De costas voltadas não se vê o futuroNem o rumo da balaNem a falha no muro.E alguém me gritavaCom voz de profetaQue o caminho se fazEntre o alvo e a seta.Quem leva os meus fantasmas,Quem me salva desta espada,Quem me diz onde é a estrada?De que serve ter o mapaSe o fim está traçado,De que serve a terra à vistaSe o barco está parado,De que serve ter a chaveSe a porta está aberta,De que servem as palavrasSe a casa está deserta?Quem me leva os meus fantasmas,Quem me salva desta espada,Quem me diz onde é a estrada?Pedro Abrunhosa

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