Independências

25-07-2005
marcar artigo

O recente Congresso Nacional do Partido Socialista e o seu novo Secretário-Geral parecem ter trazido à vida política portuguesa rasgos de curiosa modernidade.Rios de tinta, som e imagem correram sobre a utilização do teleponto na intervenção inicial que o Eng. José Sócrates proferiu. Afinal, aquilo que essa inovação demonstrou foi apenas que a política se centra hoje na forma de comunicar e que o político é necessariamente um comunicador. A imagem e a forma ocupam agora um lugar central e ninguém que pretenda fazer política no mundo ocidental pode deixar de atender a isto.Da esquerda à direita, todos os líderes políticos são, presentemente, máquinas mediáticas, desde José Sócrates a Paulo Portas, passando por Francisco Louçã e Pedro Santana Lopes. Resta saber se o Partido Comunista Português compreendeu este fenómeno e veremos um Bernardino Soares ou uma Odete Santos como Secretário-Geral.Resta saber se esta obsessão das populações pela imagem e dos políticos pelas câmaras (de televisão, está bem de ver) se traduz necessariamente por uma redução da importância das políticas, dos pensamentos e das propostas. Esperemos bem, mas apesar de tudo sentados, que não!O património ideológico de cada partido tem de ser claro, a sua intervenção na sociedade e nos órgãos de soberania, não podem deixar de ser concretos e sérios.O país não pode depender do share do canal de televisão que alimenta seja que animal feroz for.Marcelo Rebelo de Sousa foi deposto. São nebulosas as razões que levaram à sua saída da TVI, mas da triste figura de vítima do Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares ninguém se livra. Um senhor cuja única linha no currículo que tinha, antes de ser ministro, era a de ser santanista, devia ter juízo e respeitar quem o ultrapassa a léguas em capacidade política e intelectual. Por muito menos, melhores governantes perderam a cadeira. O Sr. Primeiro-Ministro devia descer do pedestal a que está a tentar trepar e perceber que a solidariedade institucional tem limites e chamar ?ruído? à tentativa repressora de reduzir a liberdade de expressão ao contraditório não cabe no Estado de Direito Democrático.Nos Açores operou-se um milagre. O cinto que o Governo de Durão tentava apertar rebentou. As promessas do PM associadas à quase umbilical relação estabelecida entre elas e a vitória de Vítor Cruz e do PSD-Açores é ultrajante. Sr. Presidente da República, por amor da Constituição da República Portuguesa, liberte-nos disto antes que seja tarde!Então e quando é que se dá o ?impeachment? do tal autarca que aterrou num quintal de aves raras, ditas célebres?Parece que a dita silly season veio para ficar?André Caldas

O recente Congresso Nacional do Partido Socialista e o seu novo Secretário-Geral parecem ter trazido à vida política portuguesa rasgos de curiosa modernidade.Rios de tinta, som e imagem correram sobre a utilização do teleponto na intervenção inicial que o Eng. José Sócrates proferiu. Afinal, aquilo que essa inovação demonstrou foi apenas que a política se centra hoje na forma de comunicar e que o político é necessariamente um comunicador. A imagem e a forma ocupam agora um lugar central e ninguém que pretenda fazer política no mundo ocidental pode deixar de atender a isto.Da esquerda à direita, todos os líderes políticos são, presentemente, máquinas mediáticas, desde José Sócrates a Paulo Portas, passando por Francisco Louçã e Pedro Santana Lopes. Resta saber se o Partido Comunista Português compreendeu este fenómeno e veremos um Bernardino Soares ou uma Odete Santos como Secretário-Geral.Resta saber se esta obsessão das populações pela imagem e dos políticos pelas câmaras (de televisão, está bem de ver) se traduz necessariamente por uma redução da importância das políticas, dos pensamentos e das propostas. Esperemos bem, mas apesar de tudo sentados, que não!O património ideológico de cada partido tem de ser claro, a sua intervenção na sociedade e nos órgãos de soberania, não podem deixar de ser concretos e sérios.O país não pode depender do share do canal de televisão que alimenta seja que animal feroz for.Marcelo Rebelo de Sousa foi deposto. São nebulosas as razões que levaram à sua saída da TVI, mas da triste figura de vítima do Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares ninguém se livra. Um senhor cuja única linha no currículo que tinha, antes de ser ministro, era a de ser santanista, devia ter juízo e respeitar quem o ultrapassa a léguas em capacidade política e intelectual. Por muito menos, melhores governantes perderam a cadeira. O Sr. Primeiro-Ministro devia descer do pedestal a que está a tentar trepar e perceber que a solidariedade institucional tem limites e chamar ?ruído? à tentativa repressora de reduzir a liberdade de expressão ao contraditório não cabe no Estado de Direito Democrático.Nos Açores operou-se um milagre. O cinto que o Governo de Durão tentava apertar rebentou. As promessas do PM associadas à quase umbilical relação estabelecida entre elas e a vitória de Vítor Cruz e do PSD-Açores é ultrajante. Sr. Presidente da República, por amor da Constituição da República Portuguesa, liberte-nos disto antes que seja tarde!Então e quando é que se dá o ?impeachment? do tal autarca que aterrou num quintal de aves raras, ditas célebres?Parece que a dita silly season veio para ficar?André Caldas

marcar artigo