A Pêra Mecânica: Momentos Nuno Rogeiro

06-06-2005
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Meus caros amigos, muito estimados leitores: chegou o momento de um post meu sobre política. Já estava mais do que na hora. Com a vida política nacional a fervilhar com a contagem decrescente para as eleições do dia 20, não me faltaria assunto para debitar aqui umas linhas acerca das baboseiras que os nossos candidatos diariamente dizem. A toda a hora saltam para a praça pública notícias que agitam as redacções dos jornais, que, por sua vez, obrigam alguns líderes partidários a subirem para um palanque improvisado e darem uso às suas capacidades de argumentação para, aflitos, tentarem desfazer as dúvidas dos eleitores que notícia X ou boato Y são mentira. Mete-me piada a política. Ao contrário do que pensa muita gente, vejo a política nacional como uma coisa inócua. De pirralhos. Sim. Os bastidores daquilo, o xadrez de jogadas cuidadosas atrás da cortina, onde se decidem os métodos de persuasão do pobre eleitorado, de eliminação de adversários, etc. ... choca-me tanto como ver dois miúdos a trocar cromos de uma série japonesa qualquer no parque infantil.Não, não estou a insinuar que os políticos portugueses ainda comem papa Nestum de manhã. É um defeito meu, acho. Acho aquilo intrinsecamente ridículo, não posso deixar de me rir com a política nacional. Tanto posso esbarrar, durante o Telejornal, com o Bernardino Soares a ler um projecto-lei acerca da liberalização das sementes da batata; ou com o DN a berrar na primeira página que o Sarmento fez alguns mergulhos indevidos; que arranjo sempre maneira de subverter mentalmente as notícias mais sérias nas coisas mais cómicas.É talvez consequência desta minha característica a minha estranha intenção de voto (se, por acaso, eu pudesse votar): é tal o meu repúdio por todos os líderes partidários que, se o Calimero fosse candidato, eu votaria no pinto com a casca na cabeça (como um barnabita antes disse, mas referindo-se às Eleições Americanas, reforçando assim a sua "intenção de voto" em Kerry). Não me revejo em nenhuma força política; e também confirma-se que tenho também um pouco de descrença em relação aos políticos. São maus. Puseram aulas de 90 minutos.Para rematar este post, onde estreio este espaço Momentos Nuno Rogeiro que, juntamente com as rubricas Literatura Hebdomadária e Outra Que Revelarei Daqui A Algum Tempo, acabo com uma muito erudita e intelectualmente superior frase de uma pessoa não menos erudita, que tem tudo a ver com o que acabei de escrevinhar: "Eu não gosto de gostar muito, gosto de amar muito", de Fernando Alvim.

Meus caros amigos, muito estimados leitores: chegou o momento de um post meu sobre política. Já estava mais do que na hora. Com a vida política nacional a fervilhar com a contagem decrescente para as eleições do dia 20, não me faltaria assunto para debitar aqui umas linhas acerca das baboseiras que os nossos candidatos diariamente dizem. A toda a hora saltam para a praça pública notícias que agitam as redacções dos jornais, que, por sua vez, obrigam alguns líderes partidários a subirem para um palanque improvisado e darem uso às suas capacidades de argumentação para, aflitos, tentarem desfazer as dúvidas dos eleitores que notícia X ou boato Y são mentira. Mete-me piada a política. Ao contrário do que pensa muita gente, vejo a política nacional como uma coisa inócua. De pirralhos. Sim. Os bastidores daquilo, o xadrez de jogadas cuidadosas atrás da cortina, onde se decidem os métodos de persuasão do pobre eleitorado, de eliminação de adversários, etc. ... choca-me tanto como ver dois miúdos a trocar cromos de uma série japonesa qualquer no parque infantil.Não, não estou a insinuar que os políticos portugueses ainda comem papa Nestum de manhã. É um defeito meu, acho. Acho aquilo intrinsecamente ridículo, não posso deixar de me rir com a política nacional. Tanto posso esbarrar, durante o Telejornal, com o Bernardino Soares a ler um projecto-lei acerca da liberalização das sementes da batata; ou com o DN a berrar na primeira página que o Sarmento fez alguns mergulhos indevidos; que arranjo sempre maneira de subverter mentalmente as notícias mais sérias nas coisas mais cómicas.É talvez consequência desta minha característica a minha estranha intenção de voto (se, por acaso, eu pudesse votar): é tal o meu repúdio por todos os líderes partidários que, se o Calimero fosse candidato, eu votaria no pinto com a casca na cabeça (como um barnabita antes disse, mas referindo-se às Eleições Americanas, reforçando assim a sua "intenção de voto" em Kerry). Não me revejo em nenhuma força política; e também confirma-se que tenho também um pouco de descrença em relação aos políticos. São maus. Puseram aulas de 90 minutos.Para rematar este post, onde estreio este espaço Momentos Nuno Rogeiro que, juntamente com as rubricas Literatura Hebdomadária e Outra Que Revelarei Daqui A Algum Tempo, acabo com uma muito erudita e intelectualmente superior frase de uma pessoa não menos erudita, que tem tudo a ver com o que acabei de escrevinhar: "Eu não gosto de gostar muito, gosto de amar muito", de Fernando Alvim.

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