Minarquista.

03-10-2009
marcar artigo


Sindicatos, a sequela.Vamos então entrar pela questão linguística da coisa.Confesso: quando alguém diz «proletariado», «o grande Capital» ou «direitos dos trabalhadores», embora não me contorça, um leve sorriso de gozo assoma aos meus lábios. Puro preconceito, bem sei. Como livrar-me dele?É evidente que estas palavras e expressões não têm mal nenhum, nem nenhuma incorrecção. Mas desde que me reconheço no espelho que oiço a ladainha: e até quando acreditava vagamente nela, porque já acreditei, achava piada. Mesmo quando estava desse lado da barricada, ria-me com os discursos dogmáticos do Carlos Carvalhas, ou com as blagues, involuntárias, do Bernardino Soares.Foi um discurso decorado e repetido tantas vezes, que expressões que podiam pertencer ao vocabulário comum foram sequestradas para o discurso comunista e feitas propriedade privada da esquerda. Mas só porque ninguém mais quer ter nada a ver com o assunto.Na verdade, lutar pelos «direitos dos trabalhadores» é uma causa nobre que não devia ser exclusiva da esquerda. E não é, como me assegurou o Paulo Coutinho por email, um sindicalista que foge ao esteriótipo, remetendo-me para este site. Prova máxima de que esta forma de ver o sindicalismo como movimento esquerdista está entranhada em mim, é que, ao visitar o site, estranhei. É um sindicato de banqueiros, mas ainda assim, não devia constituir grande pasmo. Ou devia?A verdade é que não quero reclamar para a direita o síndrome crónico da filantropia, do humanismo e do amor pelos (pejorativamente conhecidos como) carenciados que a esquerda adora usar na lapela. Mas na Inglaterra, país tradicionalmente à direita (perdoem-me o sectarismo), há uma tradição de solidariedade e compaixão por aquilo a que chamam the underdog: os so-called carenciados. E talvez não fosse mau acabar com este estigma: é que, na minha visão conservadora e romântica, direita e esquerda, se forem decentes, não diferem no objectivo, que é nobre; diferem no método: caminhos diferentes para um mesmo fim. Lamentavelmente, acredito que os fins não justificam os meios. E que o método faz toda a diferença.


Sindicatos, a sequela.Vamos então entrar pela questão linguística da coisa.Confesso: quando alguém diz «proletariado», «o grande Capital» ou «direitos dos trabalhadores», embora não me contorça, um leve sorriso de gozo assoma aos meus lábios. Puro preconceito, bem sei. Como livrar-me dele?É evidente que estas palavras e expressões não têm mal nenhum, nem nenhuma incorrecção. Mas desde que me reconheço no espelho que oiço a ladainha: e até quando acreditava vagamente nela, porque já acreditei, achava piada. Mesmo quando estava desse lado da barricada, ria-me com os discursos dogmáticos do Carlos Carvalhas, ou com as blagues, involuntárias, do Bernardino Soares.Foi um discurso decorado e repetido tantas vezes, que expressões que podiam pertencer ao vocabulário comum foram sequestradas para o discurso comunista e feitas propriedade privada da esquerda. Mas só porque ninguém mais quer ter nada a ver com o assunto.Na verdade, lutar pelos «direitos dos trabalhadores» é uma causa nobre que não devia ser exclusiva da esquerda. E não é, como me assegurou o Paulo Coutinho por email, um sindicalista que foge ao esteriótipo, remetendo-me para este site. Prova máxima de que esta forma de ver o sindicalismo como movimento esquerdista está entranhada em mim, é que, ao visitar o site, estranhei. É um sindicato de banqueiros, mas ainda assim, não devia constituir grande pasmo. Ou devia?A verdade é que não quero reclamar para a direita o síndrome crónico da filantropia, do humanismo e do amor pelos (pejorativamente conhecidos como) carenciados que a esquerda adora usar na lapela. Mas na Inglaterra, país tradicionalmente à direita (perdoem-me o sectarismo), há uma tradição de solidariedade e compaixão por aquilo a que chamam the underdog: os so-called carenciados. E talvez não fosse mau acabar com este estigma: é que, na minha visão conservadora e romântica, direita e esquerda, se forem decentes, não diferem no objectivo, que é nobre; diferem no método: caminhos diferentes para um mesmo fim. Lamentavelmente, acredito que os fins não justificam os meios. E que o método faz toda a diferença.

marcar artigo