O Cachimbo de Magritte: Joana Amaral Dias e a queda do pedestal

29-09-2009
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Não vale a pena perder aqui mais tempo com as declarações aberrantes de Joana Amaral Dias na entrevista ao DN da semana passada – aquelas em que se refere ao programa do PSD como um texto que lhe recorda o partido nacional-socialista alemão (sim, isso mesmo, o dos nazis). O que apetece dizer é que devemos ter sempre muito cuidado com aquilo que dizemos e quem criticamos. Pertencente à esquerda caviar, filha de ‘boa gente’, Joana Amaral Dias tem aquele tipo de discurso político da esquerda cosmopolita, normalmente polido e sofisticado, e que se quer por elevado e sério. E essa sua postura levou-a a criticar, noutras alturas e com alguma legitimidade, os tiques populistas de outros políticos, à Direita sobretudo, mas também à esquerda.Ora, depois destas declarações ao DN, o que separa Joana Amaral Dias, que vê nazismo no programa do PSD, de Sócrates, que vê “um certo espírito do salazarismo” na Direita, de Alberto João Jardim, que já chamou todos os nomes possíveis ao Governo de Sócrates e agora fez soar um valente “fuck them”, de Augusto Santos Silva, o homem que em tudo vê conspirações contra o Governo, de Francisco Louçã, o rei da demagogia, e de Bernardino Soares, que vê sempre nos outros os mais baixos níveis de moralidade? Pouco.Respeitada, por alguns, por se destacar como uma mente livre no BE, o que reconheçamos não deve ser fácil, Joana Amaral Dias desceu ao nível daqueles que critica. O discurso de Louçã começa a fazer escola. Não há pior castigo para quem gosta de se sentar no pedestal da ética do que ser apanhado na sua própria armadilha.


Não vale a pena perder aqui mais tempo com as declarações aberrantes de Joana Amaral Dias na entrevista ao DN da semana passada – aquelas em que se refere ao programa do PSD como um texto que lhe recorda o partido nacional-socialista alemão (sim, isso mesmo, o dos nazis). O que apetece dizer é que devemos ter sempre muito cuidado com aquilo que dizemos e quem criticamos. Pertencente à esquerda caviar, filha de ‘boa gente’, Joana Amaral Dias tem aquele tipo de discurso político da esquerda cosmopolita, normalmente polido e sofisticado, e que se quer por elevado e sério. E essa sua postura levou-a a criticar, noutras alturas e com alguma legitimidade, os tiques populistas de outros políticos, à Direita sobretudo, mas também à esquerda.Ora, depois destas declarações ao DN, o que separa Joana Amaral Dias, que vê nazismo no programa do PSD, de Sócrates, que vê “um certo espírito do salazarismo” na Direita, de Alberto João Jardim, que já chamou todos os nomes possíveis ao Governo de Sócrates e agora fez soar um valente “fuck them”, de Augusto Santos Silva, o homem que em tudo vê conspirações contra o Governo, de Francisco Louçã, o rei da demagogia, e de Bernardino Soares, que vê sempre nos outros os mais baixos níveis de moralidade? Pouco.Respeitada, por alguns, por se destacar como uma mente livre no BE, o que reconheçamos não deve ser fácil, Joana Amaral Dias desceu ao nível daqueles que critica. O discurso de Louçã começa a fazer escola. Não há pior castigo para quem gosta de se sentar no pedestal da ética do que ser apanhado na sua própria armadilha.

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