Em Directo : Sol & Sombra

20-03-2008
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Sol & Sombra - 08MAR08

SOL...

MARIA DE LURDES RODRIGUES

A Ministra da Educação tem hoje milhares de manifestantes nas ruas a exigirem a sua demissão. Mas manteve, ao longo destes dias de contestação generalizada e organizada, a serenidade de voltar a explicar os seus argumentos. E a firmeza de não ceder nas suas políticas. O sistema de avaliação dos professores é idêntico, nem mais complicado nem menos subjectivo, aos que vigoram na maioria das empresas do país. Vai alterar hábitos, incomodar imobilismos, criar descontentes, como qualquer outro. E como é desejável, para mudar uma estrutura arcaica. O que chega a ser penoso é ver docentes a defenderem o sistema de mediocridade das progressões automáticas por antiguidade, é ouvir professores a dizerem que não têm tempo nem capacidade (!) para pôr em prática uma avaliação de desempenho. A contra-reforma nas escolas tornou-se o último bastião do corporativismo e do sindicalismo mais ortodoxo.

JERÓNIMO DE SOUSA

O desemprego que não baixa, os salários reais que se degradaram na última dúzia de anos, as promoções bloqueadas e a extinção de regalias sectoriais – há razões de sobra para o descontentamento popular. E o PCP soube canalizar essa insatisfação de largas camadas numa manifestação com dezenas de milhar de participantes, como há muito não se via, no passado sábado. Essa capacidade de mobilizar e dar voz ao descontentamento é uma prova de vida do PCP que pode vir a complicar, à sua esquerda, as contas eleitorais de Sócrates e do PS.

...&SOMBRA

Augusto santos silva

O ministro viu esta semana um secretário de Estado, Valter Lemos, acusá-lo indirectamente de ser responsável, enquanto ministro da Educação no Governo de Guterres, pelos piores resultados escolares da Europa. E, ainda assim, atreveu-se a criticar o PSD de «desorientação e desautorização» por um porta-voz laranja para a Educação dizer uma coisa e Santana Lopes o seu contrário. As suas próprias desautorização e desorientação levaram-no a perder o sentido do ridículo?

RUI PEREIRA

A sucessão de crimes violentos em Lisboa e no Porto veio pôr em causa não só as recentes intervenções desdramatizadoras do ministro da Administração Interna como a política que vinha defendendo. Viu-se obrigado a dar o dito por não dito e a propor à pressa um pacote de medidas de emergência. O problema é que, ao ponto a que se chegou, já não conseguiu sossegar ninguém.

Sol & Sombra - 08MAR08

SOL...

MARIA DE LURDES RODRIGUES

A Ministra da Educação tem hoje milhares de manifestantes nas ruas a exigirem a sua demissão. Mas manteve, ao longo destes dias de contestação generalizada e organizada, a serenidade de voltar a explicar os seus argumentos. E a firmeza de não ceder nas suas políticas. O sistema de avaliação dos professores é idêntico, nem mais complicado nem menos subjectivo, aos que vigoram na maioria das empresas do país. Vai alterar hábitos, incomodar imobilismos, criar descontentes, como qualquer outro. E como é desejável, para mudar uma estrutura arcaica. O que chega a ser penoso é ver docentes a defenderem o sistema de mediocridade das progressões automáticas por antiguidade, é ouvir professores a dizerem que não têm tempo nem capacidade (!) para pôr em prática uma avaliação de desempenho. A contra-reforma nas escolas tornou-se o último bastião do corporativismo e do sindicalismo mais ortodoxo.

JERÓNIMO DE SOUSA

O desemprego que não baixa, os salários reais que se degradaram na última dúzia de anos, as promoções bloqueadas e a extinção de regalias sectoriais – há razões de sobra para o descontentamento popular. E o PCP soube canalizar essa insatisfação de largas camadas numa manifestação com dezenas de milhar de participantes, como há muito não se via, no passado sábado. Essa capacidade de mobilizar e dar voz ao descontentamento é uma prova de vida do PCP que pode vir a complicar, à sua esquerda, as contas eleitorais de Sócrates e do PS.

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Augusto santos silva

O ministro viu esta semana um secretário de Estado, Valter Lemos, acusá-lo indirectamente de ser responsável, enquanto ministro da Educação no Governo de Guterres, pelos piores resultados escolares da Europa. E, ainda assim, atreveu-se a criticar o PSD de «desorientação e desautorização» por um porta-voz laranja para a Educação dizer uma coisa e Santana Lopes o seu contrário. As suas próprias desautorização e desorientação levaram-no a perder o sentido do ridículo?

RUI PEREIRA

A sucessão de crimes violentos em Lisboa e no Porto veio pôr em causa não só as recentes intervenções desdramatizadoras do ministro da Administração Interna como a política que vinha defendendo. Viu-se obrigado a dar o dito por não dito e a propor à pressa um pacote de medidas de emergência. O problema é que, ao ponto a que se chegou, já não conseguiu sossegar ninguém.

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