Da Literatura: O ANÁTEMA

29-09-2009
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Hoje, na sua coluna do P2, a pretexto dos programas de debate introduzidos pela TVI24, o crítico Eduardo Cintra Torres trata abaixo de cão todos os comentadores afectos ao (ou simpatizantes do) Partido Socialista. Correia de Campos, antigo ministro da Saúde, é «uma correia, sim, mas de transmissão»; Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, é «uma das personalidades mais insuportáveis da cena política»; e a jornalista Fernanda Câncio, que se «tem apresentado no programa [...] como defensora das posições do PS-Governo», revela em estúdio «a mesma intolerância que transpira da sua opinião no DN e dos posts em blogues, nestes roçando a má-criação.»Sucede que Correia de Campos deixou o programa, sendo substituído por Manuel Villaverde Cabral, orientador do doutoramento de Eduardo Cintra Torres: «Com Villaverde Cabral há uma nova relação entre os intervenientes, de que resulta um equilíbrio salutar para um debate verdadeiramente útil.» OK.Augusto Santos Silva é ministro. Não devia estar comentador. Uma sociedade evoluída exclui os governantes (e os legisladores) da opinião profissional.Com Fernanda Câncio o caso muda de figura. Fernanda Câncio é jornalista. Fernanda Câncio, como qualquer comentador, pode e deve opinar sobre o que lhe aprouver. Era o que faltava que não pudesse defender as posições do governo. Em que recesso destas cabecinhas trauliteiras cabe o anátema? O governo não foi sufragado em eleições?Em democracia, um comentador televisivo pode e deve ser criticado por mil razões: dizer disparates, insultar terceiros, ter um discurso abstruso, cuspir enquanto fala, não deixar ninguém falar, trazer caspa nos ombros, etc. Não pode é ser acusado por apoiar o governo. Como também não podem ser acusados os que o atacam. Não perceber isto é não perceber nada. Até porque o nonsense cria um precedente de consequências irreversíveis. No dia em que o governo mudar, como vai ser?Etiquetas: Media, Nonsense

Hoje, na sua coluna do P2, a pretexto dos programas de debate introduzidos pela TVI24, o crítico Eduardo Cintra Torres trata abaixo de cão todos os comentadores afectos ao (ou simpatizantes do) Partido Socialista. Correia de Campos, antigo ministro da Saúde, é «uma correia, sim, mas de transmissão»; Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, é «uma das personalidades mais insuportáveis da cena política»; e a jornalista Fernanda Câncio, que se «tem apresentado no programa [...] como defensora das posições do PS-Governo», revela em estúdio «a mesma intolerância que transpira da sua opinião no DN e dos posts em blogues, nestes roçando a má-criação.»Sucede que Correia de Campos deixou o programa, sendo substituído por Manuel Villaverde Cabral, orientador do doutoramento de Eduardo Cintra Torres: «Com Villaverde Cabral há uma nova relação entre os intervenientes, de que resulta um equilíbrio salutar para um debate verdadeiramente útil.» OK.Augusto Santos Silva é ministro. Não devia estar comentador. Uma sociedade evoluída exclui os governantes (e os legisladores) da opinião profissional.Com Fernanda Câncio o caso muda de figura. Fernanda Câncio é jornalista. Fernanda Câncio, como qualquer comentador, pode e deve opinar sobre o que lhe aprouver. Era o que faltava que não pudesse defender as posições do governo. Em que recesso destas cabecinhas trauliteiras cabe o anátema? O governo não foi sufragado em eleições?Em democracia, um comentador televisivo pode e deve ser criticado por mil razões: dizer disparates, insultar terceiros, ter um discurso abstruso, cuspir enquanto fala, não deixar ninguém falar, trazer caspa nos ombros, etc. Não pode é ser acusado por apoiar o governo. Como também não podem ser acusados os que o atacam. Não perceber isto é não perceber nada. Até porque o nonsense cria um precedente de consequências irreversíveis. No dia em que o governo mudar, como vai ser?Etiquetas: Media, Nonsense

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