EXPRESSO: País

23-02-2008
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4/1/2003

Socialistas exigentes com plano do Governo Jorge Simão João Cravinho coordenou a resposta do PS ao PEC de Durão OS SOCIALISTAS querem que o Governo assuma compromissos orçamentais a médio prazo e que faça depender a orçamentação dos vários patamares da administração pública mediante os resultados alcançados. Estas são algumas das exigências que Ferro Rodrigues deverá apresentar a Durão Barroso na próxima semana, no âmbito da avaliação que foi chamado a fazer do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que o Governo se prepara para apresentar em Bruxelas. OS SOCIALISTAS querem que o Governo assuma compromissos orçamentais a médio prazo e que faça depender a orçamentação dos vários patamares da administração pública mediante os resultados alcançados. Estas são algumas das exigências que Ferro Rodrigues deverá apresentar a Durão Barroso na próxima semana, no âmbito da avaliação que foi chamado a fazer do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que o Governo se prepara para apresentar em Bruxelas. A racionalização e controlo das aquisições do Estado, a submissão de todos os organismos públicos a auditorias externas e a articulação dos compromissos de disciplina financeira com outros relativos às políticas sectoriais, são mais exigências que os socialistas deverão colocar sobre a mesa, num pacote que o líder do PS leva à Comissão Política do partido na terça-feira e onde ficará definida a linha mais ou menos dura com que o PS reagirá ao desafio de Durão Barroso. Durão desafiou o maior partido da oposição a associar-se a um amplo consenso em redor deste documento, que traça as grandes linhas da política económica até 2006. Mas a cooperação socialista vai fazer-se pagar caro, adivinhando-se como impossível a convergência com o documento do Governo. João Cravinho, que coordenou o grupo de deputados destacados no PS para, aproveitando as férias de Natal, prepararem a resposta ao PEC de Durão, diz que «falta credibilidade» ao documento e resume o estado de espírito do seu grupo de trabalho: «Apoiaremos o que for fundamentado e coerente; seremos críticos e apresentaremos propostas sempre que o Governo seja incoerente ou omisso». Como pano de fundo, há uma diferença fundamental: o PS entende que este programa deve articular-se com compromissos claros no âmbito das políticas sectoriais, e aí os consensos com o PSD tornam-se mais difíceis. «Este programa não pode ser um biombo para todas as políticas internas, nem podem contar com o nosso apoio incondicional a uma espécie de revisão do Programa do Governo», afirmou ao EXPRESSO fonte próxima de Ferro Rodrigues, embora sublinhando que o PS manterá uma posição muito construtiva neste processo. Reviver o OE? Não estando previsto que o PEC vá a votos no Parlamento - trata-se de um documento da exclusiva responsabilidade do Governo que Durão Barroso aceitou levar a debate à Assembleia da República, coisa que António Guterres nunca fez -, o PS está livre de ter que definir um sentido de voto para a bancada. Se o Governo se lembrasse de apresentar uma qualquer resolução que implicasse uma votação, o máximo a esperar do PS seria a abstenção, mas nunca sem que o Governo aceitasse algumas alterações no texto. Fonte governamental garante que o espírito de abertura do Executivo é real e que a ida da ministra das Finanças à Comissão de Economia, na próxima terça-feira. confirma-o. Mas o PS está pouco confiante. Entre os socialistas não está afastada a hipótese de se repetirem as nuances verificadas no último Orçamento do Estado, quando nem todos concordaram com o voto contra do PS. Pina Moura volta a estar sob observação.

Â.S.

RTP ainda divide PS A POLÍTICA para a RTP continua a dividir os socialistas. Em dois artigos de opinião publicados no passado sábado - um de Augusto Santos Silva no «Público» e outro de Manuel Maria Carrilho no EXPRESSO -, o PS surge com reacções diversas à solução anunciada pelo Governo para o Canal 2 da RTP. Santos Silva considera-a «uma solução positiva para o serviço público de televisão»; Carrilho chama-lhe «a impostura». Para o primeiro, «o Governo reconhece finalmente que o serviço público de televisão compreende um segundo canal»; para o segundo, «corre-se o risco de se prejudicar gravemente as obrigações do Canal 1». Fonte próxima de Ferro Rodrigues esclarece que a posição que vincula o PS é a de Carrilho, razão que terá levado o líder parlamentar, António Costa, a escolher precisamente este deputado para reagir à decisão do Governo de entregar a gestão da RTP 2 «à sociedade civil». Carrilho desvincula-se Carrilho não está, porém, disposto a assumir-se como porta-voz do PS para o audiovisual. No final de Novembro, escreveu a Ferro explicando-lhe que tal função deve ser assumida por alguém da direcção do partido. E, embora se mantenha disponível para uma intervenção ou outra, não aceita o cargo que, aliás, formalmente não está criado. Quando o Governo começou a mexer na RTP, o líder socialista pediu a Carrilho que aceitasse falar em nome do PS. Este, por duas vezes não esteve disponível para ir à televisão e foi substituído por Augusto Santos Silva, que exprimiu posições contrárias às de Carrilho. A falta de clareza do PS na gestão deste dossiê continua a enfadar o polémico ex-ministro da Cultura.

Â.S.

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Socialistas exigentes com plano do Governo Jorge Simão João Cravinho coordenou a resposta do PS ao PEC de Durão OS SOCIALISTAS querem que o Governo assuma compromissos orçamentais a médio prazo e que faça depender a orçamentação dos vários patamares da administração pública mediante os resultados alcançados. Estas são algumas das exigências que Ferro Rodrigues deverá apresentar a Durão Barroso na próxima semana, no âmbito da avaliação que foi chamado a fazer do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que o Governo se prepara para apresentar em Bruxelas. OS SOCIALISTAS querem que o Governo assuma compromissos orçamentais a médio prazo e que faça depender a orçamentação dos vários patamares da administração pública mediante os resultados alcançados. Estas são algumas das exigências que Ferro Rodrigues deverá apresentar a Durão Barroso na próxima semana, no âmbito da avaliação que foi chamado a fazer do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que o Governo se prepara para apresentar em Bruxelas. A racionalização e controlo das aquisições do Estado, a submissão de todos os organismos públicos a auditorias externas e a articulação dos compromissos de disciplina financeira com outros relativos às políticas sectoriais, são mais exigências que os socialistas deverão colocar sobre a mesa, num pacote que o líder do PS leva à Comissão Política do partido na terça-feira e onde ficará definida a linha mais ou menos dura com que o PS reagirá ao desafio de Durão Barroso. Durão desafiou o maior partido da oposição a associar-se a um amplo consenso em redor deste documento, que traça as grandes linhas da política económica até 2006. Mas a cooperação socialista vai fazer-se pagar caro, adivinhando-se como impossível a convergência com o documento do Governo. João Cravinho, que coordenou o grupo de deputados destacados no PS para, aproveitando as férias de Natal, prepararem a resposta ao PEC de Durão, diz que «falta credibilidade» ao documento e resume o estado de espírito do seu grupo de trabalho: «Apoiaremos o que for fundamentado e coerente; seremos críticos e apresentaremos propostas sempre que o Governo seja incoerente ou omisso». Como pano de fundo, há uma diferença fundamental: o PS entende que este programa deve articular-se com compromissos claros no âmbito das políticas sectoriais, e aí os consensos com o PSD tornam-se mais difíceis. «Este programa não pode ser um biombo para todas as políticas internas, nem podem contar com o nosso apoio incondicional a uma espécie de revisão do Programa do Governo», afirmou ao EXPRESSO fonte próxima de Ferro Rodrigues, embora sublinhando que o PS manterá uma posição muito construtiva neste processo. Reviver o OE? Não estando previsto que o PEC vá a votos no Parlamento - trata-se de um documento da exclusiva responsabilidade do Governo que Durão Barroso aceitou levar a debate à Assembleia da República, coisa que António Guterres nunca fez -, o PS está livre de ter que definir um sentido de voto para a bancada. Se o Governo se lembrasse de apresentar uma qualquer resolução que implicasse uma votação, o máximo a esperar do PS seria a abstenção, mas nunca sem que o Governo aceitasse algumas alterações no texto. Fonte governamental garante que o espírito de abertura do Executivo é real e que a ida da ministra das Finanças à Comissão de Economia, na próxima terça-feira. confirma-o. Mas o PS está pouco confiante. Entre os socialistas não está afastada a hipótese de se repetirem as nuances verificadas no último Orçamento do Estado, quando nem todos concordaram com o voto contra do PS. Pina Moura volta a estar sob observação.

Â.S.

RTP ainda divide PS A POLÍTICA para a RTP continua a dividir os socialistas. Em dois artigos de opinião publicados no passado sábado - um de Augusto Santos Silva no «Público» e outro de Manuel Maria Carrilho no EXPRESSO -, o PS surge com reacções diversas à solução anunciada pelo Governo para o Canal 2 da RTP. Santos Silva considera-a «uma solução positiva para o serviço público de televisão»; Carrilho chama-lhe «a impostura». Para o primeiro, «o Governo reconhece finalmente que o serviço público de televisão compreende um segundo canal»; para o segundo, «corre-se o risco de se prejudicar gravemente as obrigações do Canal 1». Fonte próxima de Ferro Rodrigues esclarece que a posição que vincula o PS é a de Carrilho, razão que terá levado o líder parlamentar, António Costa, a escolher precisamente este deputado para reagir à decisão do Governo de entregar a gestão da RTP 2 «à sociedade civil». Carrilho desvincula-se Carrilho não está, porém, disposto a assumir-se como porta-voz do PS para o audiovisual. No final de Novembro, escreveu a Ferro explicando-lhe que tal função deve ser assumida por alguém da direcção do partido. E, embora se mantenha disponível para uma intervenção ou outra, não aceita o cargo que, aliás, formalmente não está criado. Quando o Governo começou a mexer na RTP, o líder socialista pediu a Carrilho que aceitasse falar em nome do PS. Este, por duas vezes não esteve disponível para ir à televisão e foi substituído por Augusto Santos Silva, que exprimiu posições contrárias às de Carrilho. A falta de clareza do PS na gestão deste dossiê continua a enfadar o polémico ex-ministro da Cultura.

Â.S.

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