Media: Comunicação social sediada no Porto deve ser mais ambiciosa

15-02-2008
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Nacional

Media: Comunicação social sediada no Porto deve ser mais ambiciosa - Augusto Santos Silva

Porto, 14 Fev (Lusa) - O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, defendeu hoje que os órgãos de comunicação social sediados no Porto devem ser "ambiciosos" e apresentar um olhar próprio sobre o País e o mundo.

"O Porto precisa de ter órgãos de comunicação social de dimensão nacional", afirmou, defendendo que "não existe nenhuma contradição entre um órgão de comunicação social ter sede no Porto e ter dimensão e vocação nacional".

Augusto Santos Silva, que frisou não estar a falar na qualidade de ministro responsável pela política pública para a comunicação social, intervinha num debate sobre a comunicação social no Porto, onde se analisou a ameaça que as novas tecnologias e a centralização podem representar para os média regionais.

Na sua intervenção inicial, Santos Silva começou logo por contestar o pressuposto associado ao tema do debate, que apresenta a comunicação social portuense como regional.

"Os media do Porto só são regionais se esse for o seu âmbito de actuação, a sua vocação", frisou.

Nessa perspectiva, defendeu que os órgãos de comunicação social do Porto devem ser "mais ambiciosos", considerando que "os média nacionais precisam de um olhar próprio, a partir de uma região, sobre o País e o mundo".

"Isto implica abandonar a lógica dicotonómica Norte contra Sul ou Porto contra Lisboa. Esse olhar próprio deve ser cosmopolita e moderno", defendeu.

Para Augusto Santos Silva, "a opção é entre ser paroquial ou cosmopolita", considerando que "o Porto tem todas as condições para ter um olhar cosmopolita e moderno e que esse olhar seja a sua forma de ver e interpretar o País e o mundo".

No final da sua intervenção, já depois do moderador do debate, o jornalista Manuel Carvalho, director-adjunto do Público, lhe ter recordado que tinha ultrapassado os 30 minutos previstos, Santos Silva defendeu que as novas tecnologias "não são uma ameaça mas uma oportunidade" e manifestou-se frontalmente contra a centralização, os dois temas da questão em debate.

"A centralização é um erro. As sociedades de informação não podem viver de um só centro, vivem de múltiplos centros", afirmou.

Para o economista Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, a região "não está bem representada nos media nacionais" mas alertou que essa situação "não é culpa exclusiva dos malvados centralistas que estão em Lisboa".

Rui Moreira considerou que os portuenses "são maltratados pelos média nacionais, que dão uma imagem errada das pessoas do Porto", além de desvalorizarem as suas intervenções.

"Quando alguém do Porto fala de um assunto nacional, vem logo alguém perguntar o que é que este tipo do Porto tem a ver com este assunto, que é nacional", afirmou Rui Moreira, apresentando como exemplo recente o tratamento dado ao estudo sobre o novo aeroporto promovido pela associação a que preside.

Para inverter o actual quadro, Rui Moreira defendeu que os órgãos de comunicação social sediados no Porto "têm que começar a fazer o trabalho de casa", o que passa por "começar a tratar melhor as notícias de âmbito local e regional".

O presidente da Associação Comercial do Porto recordou que o canal de televisão NTV, que tinha sede no Porto, "morreu porque alguns políticos da região quiseram", defendendo que "é necessário voltar a produzir algo a nível local que crie protagonistas".

Neste debate, promovido pela Universidade Católica do Porto, participou também o jornalista Jorge Fiel, que salientou o facto da comunicação social "não ser apenas um negócio mas ser também poder".

"A comunicação social é poder, especialmente a televisão. Veja-se que nenhum governo privatizou os canais de televisão públicos", salientou.

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Media: Comunicação social sediada no Porto deve ser mais ambiciosa - Augusto Santos Silva

Porto, 14 Fev (Lusa) - O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, defendeu hoje que os órgãos de comunicação social sediados no Porto devem ser "ambiciosos" e apresentar um olhar próprio sobre o País e o mundo.

"O Porto precisa de ter órgãos de comunicação social de dimensão nacional", afirmou, defendendo que "não existe nenhuma contradição entre um órgão de comunicação social ter sede no Porto e ter dimensão e vocação nacional".

Augusto Santos Silva, que frisou não estar a falar na qualidade de ministro responsável pela política pública para a comunicação social, intervinha num debate sobre a comunicação social no Porto, onde se analisou a ameaça que as novas tecnologias e a centralização podem representar para os média regionais.

Na sua intervenção inicial, Santos Silva começou logo por contestar o pressuposto associado ao tema do debate, que apresenta a comunicação social portuense como regional.

"Os media do Porto só são regionais se esse for o seu âmbito de actuação, a sua vocação", frisou.

Nessa perspectiva, defendeu que os órgãos de comunicação social do Porto devem ser "mais ambiciosos", considerando que "os média nacionais precisam de um olhar próprio, a partir de uma região, sobre o País e o mundo".

"Isto implica abandonar a lógica dicotonómica Norte contra Sul ou Porto contra Lisboa. Esse olhar próprio deve ser cosmopolita e moderno", defendeu.

Para Augusto Santos Silva, "a opção é entre ser paroquial ou cosmopolita", considerando que "o Porto tem todas as condições para ter um olhar cosmopolita e moderno e que esse olhar seja a sua forma de ver e interpretar o País e o mundo".

No final da sua intervenção, já depois do moderador do debate, o jornalista Manuel Carvalho, director-adjunto do Público, lhe ter recordado que tinha ultrapassado os 30 minutos previstos, Santos Silva defendeu que as novas tecnologias "não são uma ameaça mas uma oportunidade" e manifestou-se frontalmente contra a centralização, os dois temas da questão em debate.

"A centralização é um erro. As sociedades de informação não podem viver de um só centro, vivem de múltiplos centros", afirmou.

Para o economista Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, a região "não está bem representada nos media nacionais" mas alertou que essa situação "não é culpa exclusiva dos malvados centralistas que estão em Lisboa".

Rui Moreira considerou que os portuenses "são maltratados pelos média nacionais, que dão uma imagem errada das pessoas do Porto", além de desvalorizarem as suas intervenções.

"Quando alguém do Porto fala de um assunto nacional, vem logo alguém perguntar o que é que este tipo do Porto tem a ver com este assunto, que é nacional", afirmou Rui Moreira, apresentando como exemplo recente o tratamento dado ao estudo sobre o novo aeroporto promovido pela associação a que preside.

Para inverter o actual quadro, Rui Moreira defendeu que os órgãos de comunicação social sediados no Porto "têm que começar a fazer o trabalho de casa", o que passa por "começar a tratar melhor as notícias de âmbito local e regional".

O presidente da Associação Comercial do Porto recordou que o canal de televisão NTV, que tinha sede no Porto, "morreu porque alguns políticos da região quiseram", defendendo que "é necessário voltar a produzir algo a nível local que crie protagonistas".

Neste debate, promovido pela Universidade Católica do Porto, participou também o jornalista Jorge Fiel, que salientou o facto da comunicação social "não ser apenas um negócio mas ser também poder".

"A comunicação social é poder, especialmente a televisão. Veja-se que nenhum governo privatizou os canais de televisão públicos", salientou.

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