O Abre-Surdo: Coisas Lidas: Augusto Santos Silva

19-05-2005
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(...)Precisamos, isso sim, é de outra coisa, e de maior monta, como um verdadeiro sobressalto cívico: precisamos de clareza nas alternativas e de envolvimento nas escolhas. O que, do ponto de vista em que me situo, implica dois movimentos simultâneos, um de negação e outro de afirmação. Ambos são determinantes e nenhum faz sentido sem o outro.(...) Seria imperdoável descurarmos a barreira com que é imperioso conter o avanço do populismo. Ele existe mesmo, e tem expressão social, cultural e política. Não se trata, apenas, de uma peculiaridade do par Santana Lopes-Paulo Portas. Estabeleceu já, entre nós, raízes profundas, (....)(...) Não chega, contudo, opormo-nos. Se ficássemos pela negação, estaríamos a engrandecer artificialmente o adversário, facilitando-lhe a farsa da vitimização. O sobressalto cívico que é preciso é-o igualmente para comparar e escolher respostas positivas para problemas estruturais.(...)Ora, o que Santana nos vai dizer, semanas a fio, se o deixarmos, é que tudo se resume a conspiração dos interesses, birra do Presidente e maus tratos infligidos pela sua própria família. O estado do país obriga, porém, a que se debata outra coisa, que é saber o que pode ser uma governação realista e positiva, depois de superado o vendaval populista que a assolou nos últimos 30 meses

(...)Precisamos, isso sim, é de outra coisa, e de maior monta, como um verdadeiro sobressalto cívico: precisamos de clareza nas alternativas e de envolvimento nas escolhas. O que, do ponto de vista em que me situo, implica dois movimentos simultâneos, um de negação e outro de afirmação. Ambos são determinantes e nenhum faz sentido sem o outro.(...) Seria imperdoável descurarmos a barreira com que é imperioso conter o avanço do populismo. Ele existe mesmo, e tem expressão social, cultural e política. Não se trata, apenas, de uma peculiaridade do par Santana Lopes-Paulo Portas. Estabeleceu já, entre nós, raízes profundas, (....)(...) Não chega, contudo, opormo-nos. Se ficássemos pela negação, estaríamos a engrandecer artificialmente o adversário, facilitando-lhe a farsa da vitimização. O sobressalto cívico que é preciso é-o igualmente para comparar e escolher respostas positivas para problemas estruturais.(...)Ora, o que Santana nos vai dizer, semanas a fio, se o deixarmos, é que tudo se resume a conspiração dos interesses, birra do Presidente e maus tratos infligidos pela sua própria família. O estado do país obriga, porém, a que se debata outra coisa, que é saber o que pode ser uma governação realista e positiva, depois de superado o vendaval populista que a assolou nos últimos 30 meses

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