bombeirosparasempre: ...Tem a Palavra o Presidente da LBP...

13-10-2009
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Ao longo dos 15 anos que levo como dirigente da LBP, sempre tenho dito ou escrito que, em matérias de protecção civil e de bombeiros, se exige mais rigor técnico e menos “politiquice”.Como dirigentes de entidades aos quais o Estado reconheceu o estatuto de utilidade pública, somos escrupulosamente apartidários no exercício da nossa missão. Mas, entendo como absolutamente fundamental que acabemos com a penalizante utopia de que deveremos ser apolíticos. Afinal, se somos beneficiários ou vítimas de decisões políticas, não convém que subestimemos a política nas nossas vidas, individuais ou colectivas.Vivemos em democracia, e nela os partidos políticos têm um papel determinante, na produção legislativa e na decisão ou na correcção da decisão governativa.Estamos na recta final de um ciclo político. Lá para Outubro, estaremos a votar nos deputados para a Assembleia da República e, por consequência, para a composição do próximo governo constitucional. Por isso, este é o momento para fazermos o balanço da nossa vida colectiva, apurar resultados e perspectivar reivindicações aos partidos políticos, enquanto naturais fontes de gestação dos futuros deputados, primeiro-ministro e ministros, que vão decidir sobre os nossos destinos, de preferência, nos próximos quatro anos.Exijamos, desde já, aos partidos que se vão apresentar ao eleitorado compromissos de acção política. Queremos saber o que propõem no que ao sector dos bombeiros e à protecção civil se refere. Queremos perceber se têm uma ideia, um projecto e uma estratégia para este importante sector da vida nacional, de modo a que não fiquemos reféns de projectos ou sensibilidades pessoais de decisores, sempre conjunturais, em razão de razões que a nossa razão não controla.É neste contexto que a Liga dos Bombeiros Portugueses vai elaborar uma CARTA REIVINDICATIVA, a dirigir aos partidos políticos candidatos às eleições para a Assembleia da República a realizar no próximo mês de Outubro, colocando na agenda do processo pré-eleitoral a discussão de matérias tradicionalmente arredadas dos programas eleitorais dos partidos.Estaremos atentos à sua actuação quanto a esta matéria. Não estamos vinculados a qualquer interesse eleitoral que não seja o que dele pode resultar de positivo e de mensurável para as estruturas que representamos. Não temos intenção de criar o Partido dos Bombeiros, mas desde já assumimos que vamos deixar de ser ingénuos e, por consequência, que saberemos gerir o capital social que a nossa estrutura possui.Desta vez, vamos assumir uma postura política, não partidária, para que possamos identificar os responsáveis políticos pelas acções ou pelas omissões de que somos ou seremos destinatários.Esta é uma mudança cultural na nossa conduta institucional. Este é o exercício de uma responsabilidade cívica. Este é o nosso contributo para que não percamos tempo com questões acessórias, que apenas servem os que estão sempre à espera da sua hora de partilha das benesses que o poder proporciona, e nos centremos no essencial, tão incómodo quanto baste.Estamos conscientes de que esta opção irá separar “o trigo do joio” no seio da nossa estrutura. Provavelmente, é urgente que tal rotura seja feita. A ver vamos.Duarte CaldeiraPresidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros


Ao longo dos 15 anos que levo como dirigente da LBP, sempre tenho dito ou escrito que, em matérias de protecção civil e de bombeiros, se exige mais rigor técnico e menos “politiquice”.Como dirigentes de entidades aos quais o Estado reconheceu o estatuto de utilidade pública, somos escrupulosamente apartidários no exercício da nossa missão. Mas, entendo como absolutamente fundamental que acabemos com a penalizante utopia de que deveremos ser apolíticos. Afinal, se somos beneficiários ou vítimas de decisões políticas, não convém que subestimemos a política nas nossas vidas, individuais ou colectivas.Vivemos em democracia, e nela os partidos políticos têm um papel determinante, na produção legislativa e na decisão ou na correcção da decisão governativa.Estamos na recta final de um ciclo político. Lá para Outubro, estaremos a votar nos deputados para a Assembleia da República e, por consequência, para a composição do próximo governo constitucional. Por isso, este é o momento para fazermos o balanço da nossa vida colectiva, apurar resultados e perspectivar reivindicações aos partidos políticos, enquanto naturais fontes de gestação dos futuros deputados, primeiro-ministro e ministros, que vão decidir sobre os nossos destinos, de preferência, nos próximos quatro anos.Exijamos, desde já, aos partidos que se vão apresentar ao eleitorado compromissos de acção política. Queremos saber o que propõem no que ao sector dos bombeiros e à protecção civil se refere. Queremos perceber se têm uma ideia, um projecto e uma estratégia para este importante sector da vida nacional, de modo a que não fiquemos reféns de projectos ou sensibilidades pessoais de decisores, sempre conjunturais, em razão de razões que a nossa razão não controla.É neste contexto que a Liga dos Bombeiros Portugueses vai elaborar uma CARTA REIVINDICATIVA, a dirigir aos partidos políticos candidatos às eleições para a Assembleia da República a realizar no próximo mês de Outubro, colocando na agenda do processo pré-eleitoral a discussão de matérias tradicionalmente arredadas dos programas eleitorais dos partidos.Estaremos atentos à sua actuação quanto a esta matéria. Não estamos vinculados a qualquer interesse eleitoral que não seja o que dele pode resultar de positivo e de mensurável para as estruturas que representamos. Não temos intenção de criar o Partido dos Bombeiros, mas desde já assumimos que vamos deixar de ser ingénuos e, por consequência, que saberemos gerir o capital social que a nossa estrutura possui.Desta vez, vamos assumir uma postura política, não partidária, para que possamos identificar os responsáveis políticos pelas acções ou pelas omissões de que somos ou seremos destinatários.Esta é uma mudança cultural na nossa conduta institucional. Este é o exercício de uma responsabilidade cívica. Este é o nosso contributo para que não percamos tempo com questões acessórias, que apenas servem os que estão sempre à espera da sua hora de partilha das benesses que o poder proporciona, e nos centremos no essencial, tão incómodo quanto baste.Estamos conscientes de que esta opção irá separar “o trigo do joio” no seio da nossa estrutura. Provavelmente, é urgente que tal rotura seja feita. A ver vamos.Duarte CaldeiraPresidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros

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