Notícias de Valpaços: Apanhadas na rede

12-10-2009
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Há cidades portuguesas que se querem enredar numa teia de inovação e criatividade, vejam só o descaramento! E que cidades são essas? Por enquanto a audácia estende-se apenas a 5 câmaras municipais, sendo elas Óbidos, Guimarães, Montemor-o-Velho, Montemor-o-Novo e Portalegre, unidas num projecto de implementação de uma rede urbana de vilas e cidades de pequena e média dimensão, capaz de mostrar Portugal como um país que acompanha o movimento europeu de cidades criativas. Será que há vontade política e económica para isso este tipo de plano tecnológico? E, já agora, estão as cidades transmontanas preparadas para embarcar neste navio ou noutro similar?Cidades CriativasTentando concretizar um pouco a esotérica sigla plano tecnológico, as referidas Óbidos, Guimarães, Montemor-o-Velho, Montemor-o-Novo e Portalegre apresentaram uma candidatura aos fundos comunitários para criarem a primeira rede nacional de cidades criativas. O que se pretende tem tanto de simples como de complicado: atrair profissionais das chamadas áreas criativas (artistas, arquitectos, publicitários, profissões ligadas ao design, à investigação científica ou até à gastronomia, entre outras); dinamizar os locais; aumentar o PIB do país.Mas o que é isso de uma cidade criativa? Não são todas elas isso? Ou será que uma cidade realmente criativa é aquela capaz de atrair as chamadas profissões ditas criativas para a sua área de influência? É uma caracterização algo limitada de uma cidade criativa mas tem o condão de pretender seduzir outro tipo de actividades e ocupações que andam bastante arredadas de quase todas as cidades portuguesas, concentrando-se apenas em Lisboa e no Porto, mercados onde essas profissões muitas vezes já não encontram nem saída nem possibilidade de evolução e de expansão.Seria bom que Trás-os-Montes estivesse atento e pronto a saltar para este barco. Mas, caso não saibam, esta região do país tem já lugar marcado num outro projecto (que pode ser considerado paralelo àquele que acabei de referir).Cidades EcoJá que falamos em redes de inovação e desenvolvimento, sabia que há 6 cidades transmontanas que vão passar a trabalhar em rede, numa estratégia de desenvolvimento assente no conceito Eco? As cidades são Bragança, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela e Valpaços e decidiram aproveitar um instrumento comunitário que lhes permitirá colaborar em conjunto, numa Rede de Cidades Ecológicas e Inovadoras.Assim, prevê-se que as principais cidades de Trás-os-Montes adoptem um modelo de desenvolvimento comum em torno da sustentabilidade ambiental (temos falado disso por aqui) e do conceito Eco, nas suas vertentes da agro-indústria, da energia, do turismo e da construção. Este é um projecto pioneiro no nosso país e o seu principal objectivo é atrair investimentos e pessoas que necessitem de um campo de ensaio para a aplicação de novos conceitos e tecnologias ligados à temática ecológica.No País das MaravilhasObviamente que no papel, ou dito por alguém com excelentes dotes de eloquência, tudo isto é prosa refinada (ou uma bela melodia para os ouvidos). Difícil é a colocação em prática. E mais difícil ainda é aplicar o dinheiro correctamente, não caindo na tentação de o desviar para um saco azul ou de uma outra cor qualquer. Tarefa hercúlea será interligar os dois projectos - Cidades Criativas e Cidades Eco. Mas acredito que o retorno deverá ser imenso. No caso de Chaves ainda poderá ser maior, se se acrescer e aplicar o plano da Eurocidade Chaves-Verín. No caso de tudo isto ir para a frente, seria invulgar assistir à movimentação de pessoas de Lisboa e do Porto para centros urbanos mais pequenos mas capazes de inovações eficazes e sedutoras. É claro que isto sou eu a sonhar. Ou então a colocar-me na pele da Alice, personagem principal de um imaginário País das Maravilhas.Por: Bruno Cunha in Semanério Transmontano


Há cidades portuguesas que se querem enredar numa teia de inovação e criatividade, vejam só o descaramento! E que cidades são essas? Por enquanto a audácia estende-se apenas a 5 câmaras municipais, sendo elas Óbidos, Guimarães, Montemor-o-Velho, Montemor-o-Novo e Portalegre, unidas num projecto de implementação de uma rede urbana de vilas e cidades de pequena e média dimensão, capaz de mostrar Portugal como um país que acompanha o movimento europeu de cidades criativas. Será que há vontade política e económica para isso este tipo de plano tecnológico? E, já agora, estão as cidades transmontanas preparadas para embarcar neste navio ou noutro similar?Cidades CriativasTentando concretizar um pouco a esotérica sigla plano tecnológico, as referidas Óbidos, Guimarães, Montemor-o-Velho, Montemor-o-Novo e Portalegre apresentaram uma candidatura aos fundos comunitários para criarem a primeira rede nacional de cidades criativas. O que se pretende tem tanto de simples como de complicado: atrair profissionais das chamadas áreas criativas (artistas, arquitectos, publicitários, profissões ligadas ao design, à investigação científica ou até à gastronomia, entre outras); dinamizar os locais; aumentar o PIB do país.Mas o que é isso de uma cidade criativa? Não são todas elas isso? Ou será que uma cidade realmente criativa é aquela capaz de atrair as chamadas profissões ditas criativas para a sua área de influência? É uma caracterização algo limitada de uma cidade criativa mas tem o condão de pretender seduzir outro tipo de actividades e ocupações que andam bastante arredadas de quase todas as cidades portuguesas, concentrando-se apenas em Lisboa e no Porto, mercados onde essas profissões muitas vezes já não encontram nem saída nem possibilidade de evolução e de expansão.Seria bom que Trás-os-Montes estivesse atento e pronto a saltar para este barco. Mas, caso não saibam, esta região do país tem já lugar marcado num outro projecto (que pode ser considerado paralelo àquele que acabei de referir).Cidades EcoJá que falamos em redes de inovação e desenvolvimento, sabia que há 6 cidades transmontanas que vão passar a trabalhar em rede, numa estratégia de desenvolvimento assente no conceito Eco? As cidades são Bragança, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela e Valpaços e decidiram aproveitar um instrumento comunitário que lhes permitirá colaborar em conjunto, numa Rede de Cidades Ecológicas e Inovadoras.Assim, prevê-se que as principais cidades de Trás-os-Montes adoptem um modelo de desenvolvimento comum em torno da sustentabilidade ambiental (temos falado disso por aqui) e do conceito Eco, nas suas vertentes da agro-indústria, da energia, do turismo e da construção. Este é um projecto pioneiro no nosso país e o seu principal objectivo é atrair investimentos e pessoas que necessitem de um campo de ensaio para a aplicação de novos conceitos e tecnologias ligados à temática ecológica.No País das MaravilhasObviamente que no papel, ou dito por alguém com excelentes dotes de eloquência, tudo isto é prosa refinada (ou uma bela melodia para os ouvidos). Difícil é a colocação em prática. E mais difícil ainda é aplicar o dinheiro correctamente, não caindo na tentação de o desviar para um saco azul ou de uma outra cor qualquer. Tarefa hercúlea será interligar os dois projectos - Cidades Criativas e Cidades Eco. Mas acredito que o retorno deverá ser imenso. No caso de Chaves ainda poderá ser maior, se se acrescer e aplicar o plano da Eurocidade Chaves-Verín. No caso de tudo isto ir para a frente, seria invulgar assistir à movimentação de pessoas de Lisboa e do Porto para centros urbanos mais pequenos mas capazes de inovações eficazes e sedutoras. É claro que isto sou eu a sonhar. Ou então a colocar-me na pele da Alice, personagem principal de um imaginário País das Maravilhas.Por: Bruno Cunha in Semanério Transmontano

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