"Avante!"À medida que o tempo passa, mais se pressente que o Governo do PS se arrisca a uma queimadura de primeiro grau com o caso do «acordo secreto» celebrado em Abril de 1992 entre o Governo do PSD e António Champalimaud.Como se recordará, o «acordo» teria consagrado que, em troca da sua desistência de várias acções contra o Estado, António Champalimaud receberia como principais contrapartidas uma conta em seu nome no Banco Pinto & Sottomayor creditada em dez milhões de contos e o pagamento pela CIMPOR de 6,5 milhões de contos ao BPSM, por assunção de dívidas de empresas de Champalimaud que vieram a ser integradas naquela empresa cimenteira.Como também é sabido, estas contrapartidas foram concretizadas por aquelas duas empresas de maioria de capitais públicos, portanto dependentes de tutela governamental, precisamente no dia a seguir a Champalimaud ter comprado a Mundial Confiança por 17 de milhões de contos ( repare-se na proximidade dos montantes envolvidos nestas duas operações...). plataforma de que se serviu para comprar depois o BPSM, o qual por sua vez veio depois a constituir a plataforma que lhe permitiu comprar o Totta, naquilo que muita boa gente considera ser a prova de que o «génio» de Champalimaud está em conseguir ficar dono de uma data de empresas financeiras sem gastar um tostão que seja verdadeiramente seu.Uma vez denunciada a existência deste escandaloso acordo, o novo Ministro Sousa Franco declarou publicamente que no Ministério das Finanças não se encontrava o texto do acordo e determinou há dois meses que a Inspecção Geral de Finanças se ocupasse deste «desaparecimento» .O que é espantoso, ou talvez não, é que, independentemente de inquéritos e averiguações oficiais, nem Elias da Costa nem Braga de Macedo respectivamente Secretário de Estado e Ministro das Finanças à época do «acordo» não sintam na actualidade o impulso de um testemunho público responsável e responsabilizante sobre a sua versão dos factos. De igual modo, é muito estranho que o anterior Ministro Eduardo Catroga não sinta o impulso de esclarecer publicamente se, no seu tempo, esse texto estava no Ministério ou não.Com tanta gente a ficar calada, é natural que, no mínimo, cresça a suspeita de que estão à espera das conclusões da Inspecção Geral de Finanças para, em face delas, escolherem a versão que lhes convirá debitar.Enganam-se os que pensarem que arrastados inquéritos conseguirão fazer esquecer este assunto. Enganam-se também os que falam e agem como se o que estivesse em causa fosse o mero desaparecimente de um papel e como se o remate deste assunto pudesse vier a ser um nebuloso processo-crime contra «incertos».É que esta é um relevante questão política atinente a um caso gritante de utilização dos recursos do Estado para a reconstituição do império de Champalimaud. E para um seu primeiro esclarecimento, bastaria o Primeiro-Ministro António Guterres convencer o socialista Sousa Gomes, que era e é Presidente da CIMPOR, a explicar em que condições e com que articulações ou instruções é que aquela empresa desembolsou os tais 6,5 milhões de contos, já agora divulgando a acta da reunião em que tal foi decidido.o do império de Champalimaud. E para um seu primeiro esclarecimento, bastaria o Primeiro-Ministro António Guterres convencer
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"Avante!"À medida que o tempo passa, mais se pressente que o Governo do PS se arrisca a uma queimadura de primeiro grau com o caso do «acordo secreto» celebrado em Abril de 1992 entre o Governo do PSD e António Champalimaud.Como se recordará, o «acordo» teria consagrado que, em troca da sua desistência de várias acções contra o Estado, António Champalimaud receberia como principais contrapartidas uma conta em seu nome no Banco Pinto & Sottomayor creditada em dez milhões de contos e o pagamento pela CIMPOR de 6,5 milhões de contos ao BPSM, por assunção de dívidas de empresas de Champalimaud que vieram a ser integradas naquela empresa cimenteira.Como também é sabido, estas contrapartidas foram concretizadas por aquelas duas empresas de maioria de capitais públicos, portanto dependentes de tutela governamental, precisamente no dia a seguir a Champalimaud ter comprado a Mundial Confiança por 17 de milhões de contos ( repare-se na proximidade dos montantes envolvidos nestas duas operações...). plataforma de que se serviu para comprar depois o BPSM, o qual por sua vez veio depois a constituir a plataforma que lhe permitiu comprar o Totta, naquilo que muita boa gente considera ser a prova de que o «génio» de Champalimaud está em conseguir ficar dono de uma data de empresas financeiras sem gastar um tostão que seja verdadeiramente seu.Uma vez denunciada a existência deste escandaloso acordo, o novo Ministro Sousa Franco declarou publicamente que no Ministério das Finanças não se encontrava o texto do acordo e determinou há dois meses que a Inspecção Geral de Finanças se ocupasse deste «desaparecimento» .O que é espantoso, ou talvez não, é que, independentemente de inquéritos e averiguações oficiais, nem Elias da Costa nem Braga de Macedo respectivamente Secretário de Estado e Ministro das Finanças à época do «acordo» não sintam na actualidade o impulso de um testemunho público responsável e responsabilizante sobre a sua versão dos factos. De igual modo, é muito estranho que o anterior Ministro Eduardo Catroga não sinta o impulso de esclarecer publicamente se, no seu tempo, esse texto estava no Ministério ou não.Com tanta gente a ficar calada, é natural que, no mínimo, cresça a suspeita de que estão à espera das conclusões da Inspecção Geral de Finanças para, em face delas, escolherem a versão que lhes convirá debitar.Enganam-se os que pensarem que arrastados inquéritos conseguirão fazer esquecer este assunto. Enganam-se também os que falam e agem como se o que estivesse em causa fosse o mero desaparecimente de um papel e como se o remate deste assunto pudesse vier a ser um nebuloso processo-crime contra «incertos».É que esta é um relevante questão política atinente a um caso gritante de utilização dos recursos do Estado para a reconstituição do império de Champalimaud. E para um seu primeiro esclarecimento, bastaria o Primeiro-Ministro António Guterres convencer o socialista Sousa Gomes, que era e é Presidente da CIMPOR, a explicar em que condições e com que articulações ou instruções é que aquela empresa desembolsou os tais 6,5 milhões de contos, já agora divulgando a acta da reunião em que tal foi decidido.o do império de Champalimaud. E para um seu primeiro esclarecimento, bastaria o Primeiro-Ministro António Guterres convencer