#poesia: prisioneiros

01-07-2009
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A pouco e pouco o dilúvio entrou e fechou a porta atrás de si A dor que hesitara entre o corpo e o espírito pousou os cabelos na fronte e deixou-se ir com o dilúvio Já dormiu nos pátios, uma fresta de muro (mundo) íngreme era a sua fascinação nocturna O impossível avançou para ele e passado ficou cheio de partes dispersas e o princípio de um ventre mosaico no vitral da sala As imagens levam em si memórias silenciosas em troca de um pântano entontecido, uma mistura açucarada que já ninguém lembra entoando cânticos antigos e estendendo os braços extinguem a luz Reflectia, sentia, verticalmente repuxado pelos planos que antes encenara, empurrando para a frente o tecto do corpo longo de um riso quadriculado manhãs ínfimas da extremidade de troncos humanos procuram na quebra dos braços a transpiração de outras mãos sobre as suas, oferecem-se à ternura dos tormentos misteriosos e aí permanecem vestem cinza sóbrio e elegante: casaco cinza, calça cinza, gravata cinza Formam uma mancha cinza na obscuridade constroem uma rua baça e escura com escadas de latão grosseiro, onde um degrau leva as mãos amarradas por ser um degrau solitário no início de uma tarde de Inverno por detrás de cada silêncio nasce um homem de pés descalços e traz um som áspero que se renova ciclicamente A muralha vai de um ao outro extremo da terra ângela canezoficina de poesianr. 3 Junho 2004coimbra


A pouco e pouco o dilúvio entrou e fechou a porta atrás de si A dor que hesitara entre o corpo e o espírito pousou os cabelos na fronte e deixou-se ir com o dilúvio Já dormiu nos pátios, uma fresta de muro (mundo) íngreme era a sua fascinação nocturna O impossível avançou para ele e passado ficou cheio de partes dispersas e o princípio de um ventre mosaico no vitral da sala As imagens levam em si memórias silenciosas em troca de um pântano entontecido, uma mistura açucarada que já ninguém lembra entoando cânticos antigos e estendendo os braços extinguem a luz Reflectia, sentia, verticalmente repuxado pelos planos que antes encenara, empurrando para a frente o tecto do corpo longo de um riso quadriculado manhãs ínfimas da extremidade de troncos humanos procuram na quebra dos braços a transpiração de outras mãos sobre as suas, oferecem-se à ternura dos tormentos misteriosos e aí permanecem vestem cinza sóbrio e elegante: casaco cinza, calça cinza, gravata cinza Formam uma mancha cinza na obscuridade constroem uma rua baça e escura com escadas de latão grosseiro, onde um degrau leva as mãos amarradas por ser um degrau solitário no início de uma tarde de Inverno por detrás de cada silêncio nasce um homem de pés descalços e traz um som áspero que se renova ciclicamente A muralha vai de um ao outro extremo da terra ângela canezoficina de poesianr. 3 Junho 2004coimbra

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