Cravo de Abril: É DE HOMEM...

30-09-2009
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Entrevistado pelo Diário de Notícias a propósito da sua saída do Parlamento, Manuel Alegre disse: «Parto com pena». E logo acrescentou: «Não quer dizer que esta saída seja definitiva» - escusando-se a dizer o que é que isso queria dizer e, portanto, deixando no ar a ideia de voltar, um dia...Estamos assim perante mais um daqueles tabus em que Alegre é mesttre - e neste caso um tabu do qual, por não ter data de esclarecimento no horizonte, se pode dizer que está para durar...Aliás, Alegre é um autêntico gerador de tabus. Tabus de todos os feitios e géneros: a curto, médio ou longo prazo e para todas as situações. De tal modo que, por vezes, acontece o tabu estar com Alegre, mesmo quando Alegre parece não estar com o tabu: é o caso da notícia divulgada pelo Jornal de Notícias que nos diz: que «Alegre anunciou para hoje um discurso de despedida do Parlamento» e que esse «é o momento mais aguardado para hoje».Ora, na acima referida entrevista ao DN, Alegre informa que não tenciona discursar na sua última (até ver...) sessão na Assembleia da República.Lá para o fim do dia, o tabu será desvendado...Como é sobejamente sabido, a saída de Alegre do Parlamento deve-se ao facto de ele ter recusado integrar as listas do PS para as próximas legislativas. As razões dessa recusa são, também, sobejamente conhecidas: ele só faria parte das listas se o PS desistisse do Código do Trabalho e se o Programa Eleitoral do PS não fosse elaborado por quem é: António Vitorino.Portanto, Alegre excluiu-se das listas.Mas, curiosamente, não se excluiu da campanha eleitoral na qual vai participar activamente - a colar cartazes, até, se for necessário.E cá estamos perante mais um exemplo da fecunda criatividade interventiva do Poeta: apesar de o Programa Eleitoral ter sido feito por quem foi e apesar de o Código do Trabalho persistir, ele vai apelar ao voto... nesse Programa e nesse Código. Ou seja: na sua qualidade de «homem de esquerda», Alegre vai apelar ao voto na política de direita.É de homem... de esquerda.


Entrevistado pelo Diário de Notícias a propósito da sua saída do Parlamento, Manuel Alegre disse: «Parto com pena». E logo acrescentou: «Não quer dizer que esta saída seja definitiva» - escusando-se a dizer o que é que isso queria dizer e, portanto, deixando no ar a ideia de voltar, um dia...Estamos assim perante mais um daqueles tabus em que Alegre é mesttre - e neste caso um tabu do qual, por não ter data de esclarecimento no horizonte, se pode dizer que está para durar...Aliás, Alegre é um autêntico gerador de tabus. Tabus de todos os feitios e géneros: a curto, médio ou longo prazo e para todas as situações. De tal modo que, por vezes, acontece o tabu estar com Alegre, mesmo quando Alegre parece não estar com o tabu: é o caso da notícia divulgada pelo Jornal de Notícias que nos diz: que «Alegre anunciou para hoje um discurso de despedida do Parlamento» e que esse «é o momento mais aguardado para hoje».Ora, na acima referida entrevista ao DN, Alegre informa que não tenciona discursar na sua última (até ver...) sessão na Assembleia da República.Lá para o fim do dia, o tabu será desvendado...Como é sobejamente sabido, a saída de Alegre do Parlamento deve-se ao facto de ele ter recusado integrar as listas do PS para as próximas legislativas. As razões dessa recusa são, também, sobejamente conhecidas: ele só faria parte das listas se o PS desistisse do Código do Trabalho e se o Programa Eleitoral do PS não fosse elaborado por quem é: António Vitorino.Portanto, Alegre excluiu-se das listas.Mas, curiosamente, não se excluiu da campanha eleitoral na qual vai participar activamente - a colar cartazes, até, se for necessário.E cá estamos perante mais um exemplo da fecunda criatividade interventiva do Poeta: apesar de o Programa Eleitoral ter sido feito por quem foi e apesar de o Código do Trabalho persistir, ele vai apelar ao voto... nesse Programa e nesse Código. Ou seja: na sua qualidade de «homem de esquerda», Alegre vai apelar ao voto na política de direita.É de homem... de esquerda.

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