O CACIMBO: António José da Silva...foi Escritor e Dramaturgo...

09-07-2009
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António José da Silva (Rio de Janeiro, 8 de Maio de 1705 — Lisboa, 18 de Outubro de 1739) foi um dramaturgo e um escritor português nascido no Brasil, de religião judaica, que viveu numa época em que os judeus eram perseguidos em Portugal e nas suas colónias, tendo por isso que mentir e se afirmar católico BiografiaNasceu em 1705 no Rio de Janeiro. O pai era advogado e poeta, tendo conseguido manter a sua fé judaica secretamente. Sua mãe, Lourença Coutinho foi menos bem sucedida. Foi acusada de ser judia e foi deportada para Portugal onde foi processada pela Inquisição. O pai de António decidiu então partir para Portugal, para estar próximo de sua mulher, levando o jovem António consigo.António José da Silva estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde se inscreveu em 1725/6. Interessado pela dramaturgia, escreveu uma sátira, o que serviu de pretexto às autoridades para o prender. António foi acusado de práticas judaizantes. Foi torturado, tendo ficado parcialmente inválido durante algumas semanas, o que o impediu de assinar a sua "reconciliação" com a Igreja Católica, acabando por o fazer em auto-de-fé. Finalmente libertaram-no.António José da Silva iniciou-se na advocacia mas acabaria por se dedicar à escrita, tendo-se tornado o mais famoso dramaturgo português do seu tempo.Foi um escritor prolífico, tendo escrito sátiras critizando os ridículos da sociedade portuguesa contemporânea. As suas comédias ficaram conhecidas como a obra do "Judeu" e foram encenadas frequentemente naquela Portugal dos anos de 1730. A sua obra seria publicada em 1744, em dois volumes, na série que ostenta o título "Theatro comico portuguez".António José da Silva foi amigo de Alexandre de Gusmão, conselheiro do Rei D. João V.Em 1737, António foi preso pela Inquisição, juntamente com a mãe e a esposa (Leonor de Carvalho, que era sua prima e também judia e com quem casara em 1728). A mãe e a mulher seriam libertadas posteriormente.António José da Silva foi novamente torturado. Descobriram que era circuncisado. Uma escrava negra testemunhou que ele observava o Shabbat. O processo decorreu com notória má-fé por parte do tribunal e António José da Silva é condenado, apesar de a leitura da sentença deixar transparecer que ele não seria, de facto, judaizante.Como era regra com os prisioneiros que, condenados, afirmavam desejar morrer na fé católica, António José da Silva foi garrotado antes de ser queimado num Auto-de-Fé em Lisboa em Outubro de 1739. Sua mulher, que assistiu à sua morte, morreria pouco depois.A história deste autor inspirou Bernardo Santareno, ele próprio de origem judaica, a escrever a peça "O Judeu".Mais recentemente, a vida de António José da Silva foi encenada por Jom Tob Azulay no filme "O Judeu", de 1995..De amor todo abrasadome sinto que loucoe aflito pouco a poucome vai faltando a vida,me vai matando a dorAh, querida, ingrata Alcmena,quanto susto e quanta pename provoca o teu rigor!(de Anfitrião)


António José da Silva (Rio de Janeiro, 8 de Maio de 1705 — Lisboa, 18 de Outubro de 1739) foi um dramaturgo e um escritor português nascido no Brasil, de religião judaica, que viveu numa época em que os judeus eram perseguidos em Portugal e nas suas colónias, tendo por isso que mentir e se afirmar católico BiografiaNasceu em 1705 no Rio de Janeiro. O pai era advogado e poeta, tendo conseguido manter a sua fé judaica secretamente. Sua mãe, Lourença Coutinho foi menos bem sucedida. Foi acusada de ser judia e foi deportada para Portugal onde foi processada pela Inquisição. O pai de António decidiu então partir para Portugal, para estar próximo de sua mulher, levando o jovem António consigo.António José da Silva estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde se inscreveu em 1725/6. Interessado pela dramaturgia, escreveu uma sátira, o que serviu de pretexto às autoridades para o prender. António foi acusado de práticas judaizantes. Foi torturado, tendo ficado parcialmente inválido durante algumas semanas, o que o impediu de assinar a sua "reconciliação" com a Igreja Católica, acabando por o fazer em auto-de-fé. Finalmente libertaram-no.António José da Silva iniciou-se na advocacia mas acabaria por se dedicar à escrita, tendo-se tornado o mais famoso dramaturgo português do seu tempo.Foi um escritor prolífico, tendo escrito sátiras critizando os ridículos da sociedade portuguesa contemporânea. As suas comédias ficaram conhecidas como a obra do "Judeu" e foram encenadas frequentemente naquela Portugal dos anos de 1730. A sua obra seria publicada em 1744, em dois volumes, na série que ostenta o título "Theatro comico portuguez".António José da Silva foi amigo de Alexandre de Gusmão, conselheiro do Rei D. João V.Em 1737, António foi preso pela Inquisição, juntamente com a mãe e a esposa (Leonor de Carvalho, que era sua prima e também judia e com quem casara em 1728). A mãe e a mulher seriam libertadas posteriormente.António José da Silva foi novamente torturado. Descobriram que era circuncisado. Uma escrava negra testemunhou que ele observava o Shabbat. O processo decorreu com notória má-fé por parte do tribunal e António José da Silva é condenado, apesar de a leitura da sentença deixar transparecer que ele não seria, de facto, judaizante.Como era regra com os prisioneiros que, condenados, afirmavam desejar morrer na fé católica, António José da Silva foi garrotado antes de ser queimado num Auto-de-Fé em Lisboa em Outubro de 1739. Sua mulher, que assistiu à sua morte, morreria pouco depois.A história deste autor inspirou Bernardo Santareno, ele próprio de origem judaica, a escrever a peça "O Judeu".Mais recentemente, a vida de António José da Silva foi encenada por Jom Tob Azulay no filme "O Judeu", de 1995..De amor todo abrasadome sinto que loucoe aflito pouco a poucome vai faltando a vida,me vai matando a dorAh, querida, ingrata Alcmena,quanto susto e quanta pename provoca o teu rigor!(de Anfitrião)

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