WebClub: Sócrates O Ditador

01-10-2009
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Há imenso tempo que ando a escrever aqui e em comentários que já estamos numa Ditadura. Na minha vida real tenho igualmente conversas com colegas.Ontem uma a propósito do que estávamos a falar, ficou de me enviar um email, visto que não sou assinante do jornal Público e decidi postar.Felizmente há quem tenha o dom de escrever o que penso!Introdução:Magistralmente explicado por António Barreto, o perfil ditatorial do actualprimeiro ministro, o pseudo licenciado, José Sócrates Pinto de Sousa. Um sereno e verdadeiro retrato do que está a acontecer ao nosso país sobre a égide do ditador Sócrates. A Democracia portuguesa está a ser vendida aretalho!Sócrates o ditador (por António Barreto)"A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam.Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambiçãopessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, masrapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuiçãoautoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos. Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujasideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram deprofissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceramsem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes.João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão.Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. AlbertoMartins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partidoestão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece umjardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e daluta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistasportugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dospolíticos. Sem hesitar, apanhou a onda.Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Masnada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazemrir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seusassuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele osquer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suasfragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo.Mas nada de semelhante se repetirá. O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado.Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavamprevistas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo.Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política,ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, demanipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, nateimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sobseu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo eapreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça atranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contasao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntosdispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos,Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada eum rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargosdirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. Ésinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pelaliberdade."[Público assinantes]Foto:Manuel RibeiroEtiquetas: política

Há imenso tempo que ando a escrever aqui e em comentários que já estamos numa Ditadura. Na minha vida real tenho igualmente conversas com colegas.Ontem uma a propósito do que estávamos a falar, ficou de me enviar um email, visto que não sou assinante do jornal Público e decidi postar.Felizmente há quem tenha o dom de escrever o que penso!Introdução:Magistralmente explicado por António Barreto, o perfil ditatorial do actualprimeiro ministro, o pseudo licenciado, José Sócrates Pinto de Sousa. Um sereno e verdadeiro retrato do que está a acontecer ao nosso país sobre a égide do ditador Sócrates. A Democracia portuguesa está a ser vendida aretalho!Sócrates o ditador (por António Barreto)"A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam.Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambiçãopessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, masrapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuiçãoautoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos. Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujasideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram deprofissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceramsem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes.João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão.Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. AlbertoMartins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partidoestão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece umjardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e daluta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistasportugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dospolíticos. Sem hesitar, apanhou a onda.Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Masnada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazemrir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seusassuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele osquer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suasfragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo.Mas nada de semelhante se repetirá. O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado.Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavamprevistas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo.Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política,ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, demanipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, nateimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sobseu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo eapreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça atranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contasao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntosdispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos,Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada eum rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargosdirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. Ésinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pelaliberdade."[Público assinantes]Foto:Manuel RibeiroEtiquetas: política

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