Filho do 25 de Abril: (248) O Dilema de Sócrates

21-03-2005
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Porque é que Sócrates não queria eleições antecipadas? A resposta é simples! Sócrates estava a ter uma postura muito reservada num período muito conturbado da nossa vida política e económica. Vou tentar analisar o porquê desta postura:Cenário 1 – Santana Lopes cumpria a legislaturaÉ o cenário que politicamente mais interessava a Sócrates. O PPD/PP continuava descoordenado e sem rumo deixando o PS bem colocado para ganhar as Autárquicas e as Legislativas e deixava o PSD sem candidato presidencial. Adicionalmente, dava tempo ao PS para organizar o seu programa eleitoral nos novos Estados Gerais dando visibilidade a uma alternativa credível para o país (a escolha de Vitorino para coordenar o programa eleitoral não é inocente). Proporcionava igualmente tempo a Sócrates para tornar-se mais conhecido no Portugal profundo. Por fim, deixava para trás as impopulares medidas da lei das rendas e do fim das SCUTS. Era o cenário mais reconfortante para Sócrates mas o mais nefasto para o país.Cenário 2 – O Governo cai antes do fim da legislaturaEste cenário assustava Sócrates e tornou-o pouco interventivo. Havia o cuidado de não subestimar a capacidade de vitimização que Santana tem. O PS não podia dar a entender que a dissolução acontecia em resultado da pressão da oposição. Havia ainda o perigo, apesar de reduzido, de Santana não se recandidatar e o PSD arranjar um candidato mais forte como Marcelo, que está nas graças dos portugueses por também ter sido uma vítima que tem mais visibilidade no Portugal profundo. As autárquicas e as presidenciais também serão agora mais difíceis de ganhar.A escolha de Sócrates não era fácil porque o PS não está nem preparado nem interessado em governar já. Sampaio também sabia que o PS teria um programa mais útil para o país daqui a dois anos. O problema é que o país não podia esperar mais porque necessita de credilidade e competência para resolver o seu problema estrutural de desenvolvimento. Mesmo que fosse para (re)eleger Santana com outra legitimidade política. E agora, Sócrates?

Porque é que Sócrates não queria eleições antecipadas? A resposta é simples! Sócrates estava a ter uma postura muito reservada num período muito conturbado da nossa vida política e económica. Vou tentar analisar o porquê desta postura:Cenário 1 – Santana Lopes cumpria a legislaturaÉ o cenário que politicamente mais interessava a Sócrates. O PPD/PP continuava descoordenado e sem rumo deixando o PS bem colocado para ganhar as Autárquicas e as Legislativas e deixava o PSD sem candidato presidencial. Adicionalmente, dava tempo ao PS para organizar o seu programa eleitoral nos novos Estados Gerais dando visibilidade a uma alternativa credível para o país (a escolha de Vitorino para coordenar o programa eleitoral não é inocente). Proporcionava igualmente tempo a Sócrates para tornar-se mais conhecido no Portugal profundo. Por fim, deixava para trás as impopulares medidas da lei das rendas e do fim das SCUTS. Era o cenário mais reconfortante para Sócrates mas o mais nefasto para o país.Cenário 2 – O Governo cai antes do fim da legislaturaEste cenário assustava Sócrates e tornou-o pouco interventivo. Havia o cuidado de não subestimar a capacidade de vitimização que Santana tem. O PS não podia dar a entender que a dissolução acontecia em resultado da pressão da oposição. Havia ainda o perigo, apesar de reduzido, de Santana não se recandidatar e o PSD arranjar um candidato mais forte como Marcelo, que está nas graças dos portugueses por também ter sido uma vítima que tem mais visibilidade no Portugal profundo. As autárquicas e as presidenciais também serão agora mais difíceis de ganhar.A escolha de Sócrates não era fácil porque o PS não está nem preparado nem interessado em governar já. Sampaio também sabia que o PS teria um programa mais útil para o país daqui a dois anos. O problema é que o país não podia esperar mais porque necessita de credilidade e competência para resolver o seu problema estrutural de desenvolvimento. Mesmo que fosse para (re)eleger Santana com outra legitimidade política. E agora, Sócrates?

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