António Vitorino não quis assumir uma candidatura ao lugar de secretário-geral do PS. É uma decisão coerente com tudo o que se disse nestes últimos dias sobre a necessidade de cumprir, até ao fim, os compromissos assumidos. Vitorino é comissário e comissário permanecerá por mais uns meses. E depois disso não lhe faltarão propostas, porque uma pessoa competente que cumpre os seus compromissos é extremamente valiosa e algo rara nestes tempos. Há que respeitar um político que não decide meramente em função das agendas mediáticas. A carreira política de António Vitorino está longe de ter terminado. Pelo contrário, depois das provas de integridade que deu, sobretudo quando era mais fácil não o fazer, António Vitorino demonstrou ter muito a dar à política.É pena que os mais competentes, com provas dadas em diversos contextos, não se consigam rever na política portuguesa. Se, por um lado, é imperioso que se quebre um ciclo que afasta os mais sérios e competentes, o que só se pode alcançar plenamente se eles próprios estiverem dispostos a sacrificar-se por esse objectivo, por outro lado, é complicado exigir a qualquer pessoa que dê mais do que aquilo que ela julga que pode dar, dizer-lhe que se embrenhe nos meandros das clientelas, pedir-lhe que se disponha a ser atacado por todos os interesses instalados, que, provavelmente, se prejudique e veja os que lhe são próximos igualmente prejudicados. É perfeitamente razoável pedir a uma pessoa que desempenhe a sua função da forma mais competente que lhe seja possível. Mas como é que se pede a alguém que seja herói?
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António Vitorino não quis assumir uma candidatura ao lugar de secretário-geral do PS. É uma decisão coerente com tudo o que se disse nestes últimos dias sobre a necessidade de cumprir, até ao fim, os compromissos assumidos. Vitorino é comissário e comissário permanecerá por mais uns meses. E depois disso não lhe faltarão propostas, porque uma pessoa competente que cumpre os seus compromissos é extremamente valiosa e algo rara nestes tempos. Há que respeitar um político que não decide meramente em função das agendas mediáticas. A carreira política de António Vitorino está longe de ter terminado. Pelo contrário, depois das provas de integridade que deu, sobretudo quando era mais fácil não o fazer, António Vitorino demonstrou ter muito a dar à política.É pena que os mais competentes, com provas dadas em diversos contextos, não se consigam rever na política portuguesa. Se, por um lado, é imperioso que se quebre um ciclo que afasta os mais sérios e competentes, o que só se pode alcançar plenamente se eles próprios estiverem dispostos a sacrificar-se por esse objectivo, por outro lado, é complicado exigir a qualquer pessoa que dê mais do que aquilo que ela julga que pode dar, dizer-lhe que se embrenhe nos meandros das clientelas, pedir-lhe que se disponha a ser atacado por todos os interesses instalados, que, provavelmente, se prejudique e veja os que lhe são próximos igualmente prejudicados. É perfeitamente razoável pedir a uma pessoa que desempenhe a sua função da forma mais competente que lhe seja possível. Mas como é que se pede a alguém que seja herói?