[1222]Infelizmente, a candidatura de António Vitorino à presidência da Comissão Europeia poderá vir a revelar-se, do ponto de vista pessoal, demasiado cara. Não só o fruto proibido permanecerá por alcançar, como ainda por cima António Vitorino será expulso do Paraíso.António Vitorino não resistiu à ambição – legítima, mas pouco realista – de poder vir a ser o primeiro português a ocupar o prestigiado cargo de presidente da Comissão Europeia (tal como aconteceu, aliás, com o cargo de secretário-geral da NATO). Porém, nos próximos dias, António Vitorino irá acordar e perceber que a dura realidade da alta política foi impiedosa e, como seria de esperar, ignorou os seus belos sonhos.Assim, não restará a António Vitorino outra alternativa senão redimensionar as suas ambições profissionais da escala europeia para… a escala nacional. Dito de outro modo, nos próximos dias ficará esclarecido que não resta a António Vitorino outra alternativa senão o regresso resignado e inconformado a Portugal e... ao PS.Nesta altura, António Vitorino não pode negar de forma eficaz a constatação de que a liderança do PS nunca teria sido uma opção para si se tivesse conseguido ser escolhido para o ambicionado cargo de presidente da Comissão Europeia. Por outras palavras, daqui a algumas semanas, António Vitorino dificilmente poderá dizer de forma convincente que o PS era para si uma prioridade absoluta, uma paixão, ou mesmo um amor.Em suma, António Vitorino terá muita dificuldade em persuadir alguém de que a liderança do PS não foi para si uma segunda escolha. Ora, os militantes do PS, como qualquer ser humano com um mínimo de auto-estima, não gostam de ser segundas opções (António Vitorino) quando podem ser primeiras escolhas (Ferro Rodrigues, João Soares, José Lamego e... José Sócrates).Assim, não me surpreenderia se, ainda antes de se candidatar à liderança do PS, António Vitorino pudesse estar antecipadamente derrotado. Mais do que a imagem e o mito de D. Sebastião, resta saber se os militantes laicos do PS perdoam o filho pródigo.
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[1222]Infelizmente, a candidatura de António Vitorino à presidência da Comissão Europeia poderá vir a revelar-se, do ponto de vista pessoal, demasiado cara. Não só o fruto proibido permanecerá por alcançar, como ainda por cima António Vitorino será expulso do Paraíso.António Vitorino não resistiu à ambição – legítima, mas pouco realista – de poder vir a ser o primeiro português a ocupar o prestigiado cargo de presidente da Comissão Europeia (tal como aconteceu, aliás, com o cargo de secretário-geral da NATO). Porém, nos próximos dias, António Vitorino irá acordar e perceber que a dura realidade da alta política foi impiedosa e, como seria de esperar, ignorou os seus belos sonhos.Assim, não restará a António Vitorino outra alternativa senão redimensionar as suas ambições profissionais da escala europeia para… a escala nacional. Dito de outro modo, nos próximos dias ficará esclarecido que não resta a António Vitorino outra alternativa senão o regresso resignado e inconformado a Portugal e... ao PS.Nesta altura, António Vitorino não pode negar de forma eficaz a constatação de que a liderança do PS nunca teria sido uma opção para si se tivesse conseguido ser escolhido para o ambicionado cargo de presidente da Comissão Europeia. Por outras palavras, daqui a algumas semanas, António Vitorino dificilmente poderá dizer de forma convincente que o PS era para si uma prioridade absoluta, uma paixão, ou mesmo um amor.Em suma, António Vitorino terá muita dificuldade em persuadir alguém de que a liderança do PS não foi para si uma segunda escolha. Ora, os militantes do PS, como qualquer ser humano com um mínimo de auto-estima, não gostam de ser segundas opções (António Vitorino) quando podem ser primeiras escolhas (Ferro Rodrigues, João Soares, José Lamego e... José Sócrates).Assim, não me surpreenderia se, ainda antes de se candidatar à liderança do PS, António Vitorino pudesse estar antecipadamente derrotado. Mais do que a imagem e o mito de D. Sebastião, resta saber se os militantes laicos do PS perdoam o filho pródigo.