A outra Varinha Mágica: A minha tolerância de ponto

21-05-2009
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Não sei se é bem verdade, mas venderam-me a ideia de que Portugal é o país europeu com maior número de feriados. Entre os religiosos, os nacionais e os municipais, passamos boa parte do ano ao alto. Mas, como se não bastasse, instituiu-se a “ponte” e presidentes de câmara ou primeiros-ministros acham-se também no direito arbitrário de, a toda a hora, decretar “tolerâncias de ponto”, sem sequer terem que o justificar de forma lógica. E quando o ano é de eleições, o fenómeno agrava-se.Hoje, precisei dirigir-me a uma junta de freguesia e, ao chegar pelas 15 horas, dei com a porta fechada. Motivo: “férias da Páscoa”. A Junta, e apercebo-me agora também todos os serviços públicos do Estado, encontram-se encerrados, antecipando-se o feriado de amanhã.Uma breve pesquisa na internet permitiu-me concluir que muitos outros serviços, como faculdades e não só, se encontram encerrados também na segunda-feira.Há dias, contou-me uma pessoa conhecida que num curso de pós-graduação de uma faculdade, que apenas tinha aulas à sexta e ao sábado, tinham sido anuladas as aulas dessa semana porque a terça-feira seguinte era feriado e, como tal, tinha sido decretada “ponte” na segunda-feira! Portanto, um curso com aulas à sexta e sábado, fica interrompido 15 dias, porque na terça seguinte é feriado!Não tenho conhecimentos suficientes para dizer que esta tarde de quinta-feira representa um impacto negativo ou mesmo significativo no PIB ou que todos os feriados, pontes, tolerâncias de ponto e outras formas de gazeta institucionalizada produzem prejuízos irreparáveis ao país, mas que mandar para casa mais cedo os funcionários públicos de forma repetida e a propósito de tudo e de nada é, no mínimo, um sinal contrário ao esforço de dedicação que é pedido ao país para crescer, não me restam dúvidas. Assim como o discurso e actos de regime que têm sido levados a cabo pelo Governo de José Sócrates contra a Igreja e contra os privilégios da Igreja Católica na sociedade portuguesa não batem certo com estes permanentes actos de puro populismo a propósito de feriados ou épocas de cariz eminentemente católico.À sua maneira, José Sócrates imita "Berlusconi" quando pediu às vítimas do terramoto em Itália que encarassem a situação de estarem a viver em tendas como se se tratasse de "um fim-de-semana de campismo". Perante a catástrofe que representa a crise económica em Portugal, o Primeiro-Ministro manda-nos para casa fingir que vivemos num país próspero e onde o trabalho chega a ser dispensável, apenas porque amanhã também não se trabalha. Exagerada a comparação? Não me ocorreria se não fossem cada vez maiores as semelhanças entre ambos.E, porque não sou filho de um Deus menos, e como protesto, decreto também eu de forma autoritária mas, por ventura, muito popular junto dos que não gostam nada do que escrevo, tolerância de ponto aqui na “Varinha Mágica”. Sexta e sábado não contem com “posts”.


Não sei se é bem verdade, mas venderam-me a ideia de que Portugal é o país europeu com maior número de feriados. Entre os religiosos, os nacionais e os municipais, passamos boa parte do ano ao alto. Mas, como se não bastasse, instituiu-se a “ponte” e presidentes de câmara ou primeiros-ministros acham-se também no direito arbitrário de, a toda a hora, decretar “tolerâncias de ponto”, sem sequer terem que o justificar de forma lógica. E quando o ano é de eleições, o fenómeno agrava-se.Hoje, precisei dirigir-me a uma junta de freguesia e, ao chegar pelas 15 horas, dei com a porta fechada. Motivo: “férias da Páscoa”. A Junta, e apercebo-me agora também todos os serviços públicos do Estado, encontram-se encerrados, antecipando-se o feriado de amanhã.Uma breve pesquisa na internet permitiu-me concluir que muitos outros serviços, como faculdades e não só, se encontram encerrados também na segunda-feira.Há dias, contou-me uma pessoa conhecida que num curso de pós-graduação de uma faculdade, que apenas tinha aulas à sexta e ao sábado, tinham sido anuladas as aulas dessa semana porque a terça-feira seguinte era feriado e, como tal, tinha sido decretada “ponte” na segunda-feira! Portanto, um curso com aulas à sexta e sábado, fica interrompido 15 dias, porque na terça seguinte é feriado!Não tenho conhecimentos suficientes para dizer que esta tarde de quinta-feira representa um impacto negativo ou mesmo significativo no PIB ou que todos os feriados, pontes, tolerâncias de ponto e outras formas de gazeta institucionalizada produzem prejuízos irreparáveis ao país, mas que mandar para casa mais cedo os funcionários públicos de forma repetida e a propósito de tudo e de nada é, no mínimo, um sinal contrário ao esforço de dedicação que é pedido ao país para crescer, não me restam dúvidas. Assim como o discurso e actos de regime que têm sido levados a cabo pelo Governo de José Sócrates contra a Igreja e contra os privilégios da Igreja Católica na sociedade portuguesa não batem certo com estes permanentes actos de puro populismo a propósito de feriados ou épocas de cariz eminentemente católico.À sua maneira, José Sócrates imita "Berlusconi" quando pediu às vítimas do terramoto em Itália que encarassem a situação de estarem a viver em tendas como se se tratasse de "um fim-de-semana de campismo". Perante a catástrofe que representa a crise económica em Portugal, o Primeiro-Ministro manda-nos para casa fingir que vivemos num país próspero e onde o trabalho chega a ser dispensável, apenas porque amanhã também não se trabalha. Exagerada a comparação? Não me ocorreria se não fossem cada vez maiores as semelhanças entre ambos.E, porque não sou filho de um Deus menos, e como protesto, decreto também eu de forma autoritária mas, por ventura, muito popular junto dos que não gostam nada do que escrevo, tolerância de ponto aqui na “Varinha Mágica”. Sexta e sábado não contem com “posts”.

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