A tentativa de desvalorizar a investigação inglêsa e mesmo o Serious Fraud Office é uma bocoquice e um erro capital. O argumento de que se trata de um departamento de investigação politizado e com isso justificar uma atitude contra Portugal não apenas não encaixa nas boas relações diplomáticas entre os dois países como acaba por nos dar pistas sobre a forma como o caso tem sido publicamente tratado pela Procuradoria-geral da República. De facto, fui ler o que é este departamento: "The Office is headed by the Director who is appointed by and accountable to the Attorney General. The Attorney General is appointed by the Prime Minister and is responsible to Parliament...". Ou seja, tal como a nossa Procuradoria, este gabinete inglês depende do Procurador-geral, que por sua vez é nomeado pelo Governo (e aceite pelo Presidente da República). Por isso, aceitar que um departamento destes pode ter intúitos políticos apenas porque depende de alguém que depende de alguém que depende do Governo, é admitir que por cá se possa passar exactamente a mesma coisa. Apenas com uma diferença: não descortino qualquer interesse de Gordon Brown em prejudicar Sócrates, mas vejo interesse de Sócrates... em defender Sócrates!
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A tentativa de desvalorizar a investigação inglêsa e mesmo o Serious Fraud Office é uma bocoquice e um erro capital. O argumento de que se trata de um departamento de investigação politizado e com isso justificar uma atitude contra Portugal não apenas não encaixa nas boas relações diplomáticas entre os dois países como acaba por nos dar pistas sobre a forma como o caso tem sido publicamente tratado pela Procuradoria-geral da República. De facto, fui ler o que é este departamento: "The Office is headed by the Director who is appointed by and accountable to the Attorney General. The Attorney General is appointed by the Prime Minister and is responsible to Parliament...". Ou seja, tal como a nossa Procuradoria, este gabinete inglês depende do Procurador-geral, que por sua vez é nomeado pelo Governo (e aceite pelo Presidente da República). Por isso, aceitar que um departamento destes pode ter intúitos políticos apenas porque depende de alguém que depende de alguém que depende do Governo, é admitir que por cá se possa passar exactamente a mesma coisa. Apenas com uma diferença: não descortino qualquer interesse de Gordon Brown em prejudicar Sócrates, mas vejo interesse de Sócrates... em defender Sócrates!