A outra Varinha Mágica: Quanto tempo Sócrates pode ficar calado sobre o Freeport?

21-05-2009
marcar artigo


Ouvi há pouco António José Teixeira dizer na SIC que ficaria bem a Sócrates pedir para ser ouvido no processo Freeport. Mas haverá alguma Estado de Direito em que o Primeiro Ministro, nesta situação, não se tivesse já sentido na obrigação de mostrar as suas contas bancárias ou não tivesse pedido, de imediato, para ser constituído como assistente no processo? E, para não irmos muito longe, não terá Cavaco Silva, quando estourou o caso BPN, dado o exemplo ao tornar pública, de imediato, a relação das suas contas bancárias? Porque não ouvimos ainda Sócrates dizer que não tem contas off-shore ou que a sua família não movimentou misteriosamente dezenas ou centenas de milhões de euros por contas off-shore logo depois de ter deixado de ser Ministro? Porque, perante o "esquecimento" de quatro anos sem apresentar a obrigatória declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional (no mesmo período), Sócrates não os publicou de imediato? Se tudo são apenas insinuações caluniosas, porque não desmente José Sócrates as notícias da TVI, do Público, do Sol...? Porque não temos conhecimento, sequer, de processos judiciais contra jornalistas?Todas estas perguntas terão respostas (ou não) no dia em que o Primeiro-Ministro tiver que dar uma entrevista. E quando a dará? Quando foi alvo de acusações públicas acerca da sua licenciatura, Sócrates dispôs-se a responder a perguntas, porque um Primeiro-Ministro não pode viver calado. Agora, perante o estranho constrangimento da classe política e da Justiça em questionar Sócrates, quanto tempo mais a imprensa vai sustentar que o Primeiro-Ministro de Portugal continue calado? E os portugueses, quanto tempo mais aceitarão não ter o direito de o ouvir?São questões que se juntam a estas outras de Mário Crespo, no JN.


Ouvi há pouco António José Teixeira dizer na SIC que ficaria bem a Sócrates pedir para ser ouvido no processo Freeport. Mas haverá alguma Estado de Direito em que o Primeiro Ministro, nesta situação, não se tivesse já sentido na obrigação de mostrar as suas contas bancárias ou não tivesse pedido, de imediato, para ser constituído como assistente no processo? E, para não irmos muito longe, não terá Cavaco Silva, quando estourou o caso BPN, dado o exemplo ao tornar pública, de imediato, a relação das suas contas bancárias? Porque não ouvimos ainda Sócrates dizer que não tem contas off-shore ou que a sua família não movimentou misteriosamente dezenas ou centenas de milhões de euros por contas off-shore logo depois de ter deixado de ser Ministro? Porque, perante o "esquecimento" de quatro anos sem apresentar a obrigatória declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional (no mesmo período), Sócrates não os publicou de imediato? Se tudo são apenas insinuações caluniosas, porque não desmente José Sócrates as notícias da TVI, do Público, do Sol...? Porque não temos conhecimento, sequer, de processos judiciais contra jornalistas?Todas estas perguntas terão respostas (ou não) no dia em que o Primeiro-Ministro tiver que dar uma entrevista. E quando a dará? Quando foi alvo de acusações públicas acerca da sua licenciatura, Sócrates dispôs-se a responder a perguntas, porque um Primeiro-Ministro não pode viver calado. Agora, perante o estranho constrangimento da classe política e da Justiça em questionar Sócrates, quanto tempo mais a imprensa vai sustentar que o Primeiro-Ministro de Portugal continue calado? E os portugueses, quanto tempo mais aceitarão não ter o direito de o ouvir?São questões que se juntam a estas outras de Mário Crespo, no JN.

marcar artigo