O Governo prepara-se para nos obrigar a ter um ship na matrícula do carro. A ideia é que nos cobrem portagem ser dor... isto é, sem darmos conta. Assim, a malta que passa nas velhas auto-estradas SCUT que agora Mário Lino torna "pagas", já vai anestesiada e só percebe que está a ser cobrada quando não tiver dinheiro na conta para tomar café. Curiosamente, as velhas SCUT que deixam de ser gratuitas (ou, se quisermos, pagas pelos nossos impostos), são todas no Norte. Ainda não me esqueci quem inventou este absurdo chamado SCUT. Foi António Guterres. Foi ele quem decidiu hipotecar o futuro dos nossos filhos e netos a troco de auto-estradas absurdas e à borla. Comportou-se como um menino irresponsável, filho de papá rico, a quem dão um cartão de crédito pela primeira vez. Saiu "chocado" com o pântano em que nos enfiou e ainda consegue passar despercebido em casos como o Freeport, que um dos seus Ministros mais queridos lhe arranjou. Hoje, 10 anos depois, somos um dos países mais pobres da Europa e somos também um dos que tem mais auto-estradas e, sobretudo, auto-estradas à borla. Ainda há dias tive que ir ao Marco de Canavezes (moro no Porto). O meu conhecimento do mapa de Portugal indicou-me que deveria ir pela A4. Paguei portagem e passados 15 minutos estava nessa famosa cidade outrora governada por Ferreira Torres. Uns dias depois, tive que lá voltar, mas enganei-me na entrada da auto-estrada e segui o caminho errado (julgava eu). Liguei o GPS e coloquei Marco de Canavezes, mas o caminho indicado não era pela A4. Segui, então, por outra auto-estrada, que desembocou noutra auto-estrada, que me fez seguir para outra auto-estrada. E, 15 minutos depois, estava no Marco, quase sem pagar portagem. No regresso, pedi ao GPS que me indicasse outro caminho e foi-me possível regressar do Marco, parte em estrada e parte numa outra auto-estrada, que não nenhuma das 4 anteriores. Num país depauperado, onde os tribunais estão a cair e são o local preferido de ladrões de multibancos e em que os hospitais fecham, não porque não sejam necessários, mas porque o serviço é mau, há várias auto-estradas para o mesmo sítio, ainda que esse sítio seja o Marco de Canavezes. Umas pagas, outras à borla. Podemos escolher. Quando me querem fazer crer que a crise é culpa de ninguém, recordo-me das minhas viagens ao Marco de Canavezes e do moderno "ship" que vamos ter nas matrículas. Resta-me esperar que os "Robins dos Bosques" comecem já a desenvolver a tradicional "batota nacional" que fará avariar aquela bodega e enganar o Estado. Isso tornará tudo ainda mais injusto, mas muito mais emocionante!
Categorias
Entidades
O Governo prepara-se para nos obrigar a ter um ship na matrícula do carro. A ideia é que nos cobrem portagem ser dor... isto é, sem darmos conta. Assim, a malta que passa nas velhas auto-estradas SCUT que agora Mário Lino torna "pagas", já vai anestesiada e só percebe que está a ser cobrada quando não tiver dinheiro na conta para tomar café. Curiosamente, as velhas SCUT que deixam de ser gratuitas (ou, se quisermos, pagas pelos nossos impostos), são todas no Norte. Ainda não me esqueci quem inventou este absurdo chamado SCUT. Foi António Guterres. Foi ele quem decidiu hipotecar o futuro dos nossos filhos e netos a troco de auto-estradas absurdas e à borla. Comportou-se como um menino irresponsável, filho de papá rico, a quem dão um cartão de crédito pela primeira vez. Saiu "chocado" com o pântano em que nos enfiou e ainda consegue passar despercebido em casos como o Freeport, que um dos seus Ministros mais queridos lhe arranjou. Hoje, 10 anos depois, somos um dos países mais pobres da Europa e somos também um dos que tem mais auto-estradas e, sobretudo, auto-estradas à borla. Ainda há dias tive que ir ao Marco de Canavezes (moro no Porto). O meu conhecimento do mapa de Portugal indicou-me que deveria ir pela A4. Paguei portagem e passados 15 minutos estava nessa famosa cidade outrora governada por Ferreira Torres. Uns dias depois, tive que lá voltar, mas enganei-me na entrada da auto-estrada e segui o caminho errado (julgava eu). Liguei o GPS e coloquei Marco de Canavezes, mas o caminho indicado não era pela A4. Segui, então, por outra auto-estrada, que desembocou noutra auto-estrada, que me fez seguir para outra auto-estrada. E, 15 minutos depois, estava no Marco, quase sem pagar portagem. No regresso, pedi ao GPS que me indicasse outro caminho e foi-me possível regressar do Marco, parte em estrada e parte numa outra auto-estrada, que não nenhuma das 4 anteriores. Num país depauperado, onde os tribunais estão a cair e são o local preferido de ladrões de multibancos e em que os hospitais fecham, não porque não sejam necessários, mas porque o serviço é mau, há várias auto-estradas para o mesmo sítio, ainda que esse sítio seja o Marco de Canavezes. Umas pagas, outras à borla. Podemos escolher. Quando me querem fazer crer que a crise é culpa de ninguém, recordo-me das minhas viagens ao Marco de Canavezes e do moderno "ship" que vamos ter nas matrículas. Resta-me esperar que os "Robins dos Bosques" comecem já a desenvolver a tradicional "batota nacional" que fará avariar aquela bodega e enganar o Estado. Isso tornará tudo ainda mais injusto, mas muito mais emocionante!