O blog do Caldas: Soares & Saramago

23-05-2009
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Hoje, no DIÁRIO ECONÓMICO, António Pires de Lima, porta-voz do CDS-PP, escreve sobre os "Marretas".
Sobre as últimas posições de Soares, escreve:
Soares parece um dinossauro desajeitado que vai partindo a loiça em todas as casas onde entra! Para trás ficam assessores, seguidores, admiradores e dependentes a procurar concertar discursos que não têm concerto possível.
Soares diz o que diz por razões óbvias. Egocêntrico, como sempre foi, não está disposto a abandonar o centro das atenções políticas. Nem que, para chamar a atenção, tenha de optar por um discurso cada dia mais exibicionista e radical que contradiz toda aquela que foi a sua prática política de uma vida.
O Soares tolerante e “charmoso” deu lugar ao Soares que ataca os adversários à direita usando linguagem grosseirona e vulgar. O Soares lutador e corajoso deu lugar a um Soares conformado que sugere negociações com terroristas que nos qualificam de ateus infiéis e pretendem aniquilar a civilização ocidental. O Soares primeiro-ministro pragmático – que num momento de crise financeira sujeitou Portugal ao maior apertão de cinto provocando flagelos sociais ímpares, – perdeu a memória e acusa o actual governo pela política de rigor financeiro que é necessário seguir. Parece claro que o Soares dos nossos dias já não se move por convicções, apenas procura exibir-se para não cair em esquecimento. Para a Direita de que faço parte, não vem mal ao mundo ser erigida a ponto de mira privilegiado dos ataques descabelados de Soares. É uma questão de sangue frio : ouvir os discursos e só responder pontual e cirurgicamente, apontando as contradições da personagem e ajudando à dissolução do mito! Para a Esquerda, nomeadamente para o Partido Socialista, os efeitos do actual Soares são desastrosos. Aparar os discursos do Pai e encontrar espaço para afirmar um Partido Socialista moderno e virado para o futuro é, convenhamos, uma missão impossível. O Partido Socialista vive condicionado por Soares, está refém do passado e isso não é bom para a qualidade do debate e da nossa democracia. E sobre Saramago, o nº. 2:
José Saramago, enquanto figura literária, há-de ser respeitado pelo Nobel conquistado e pela qualidade de alguma da sua obra. Li “Memorial do Convento” e achei a literatura genial. Folheei “ Cadernos de Lanzarote” e concluí que a personagem é totalmente dispensável.
Politicamente Saramago é uma figura sinistra. Censor e saneador no DN do PREC, ainda hoje deve sonhar à noite com muros de Berlim e amanhãs que cantam. Foram precisos mais de quarenta anos de ditadura feroz para se desencantar com Fidel. Tudo aquilo em que politicamente acreditou, falhou, gerando um ror de miséria e morte pelo caminho. Na política, estará Saramago mais habilitado a escrever um “Manual sobre a acidez” do que, propriamente, “Um ensaio sobre a lucidez”. As suas opções políticas foram sempre um exemplo da falta da dita…. Como é possível que, em Portugal, se perca tanto tempo a discutir o que este senhor pensa e diz? Um artigo a ler, na íntegra.


Hoje, no DIÁRIO ECONÓMICO, António Pires de Lima, porta-voz do CDS-PP, escreve sobre os "Marretas".
Sobre as últimas posições de Soares, escreve:
Soares parece um dinossauro desajeitado que vai partindo a loiça em todas as casas onde entra! Para trás ficam assessores, seguidores, admiradores e dependentes a procurar concertar discursos que não têm concerto possível.
Soares diz o que diz por razões óbvias. Egocêntrico, como sempre foi, não está disposto a abandonar o centro das atenções políticas. Nem que, para chamar a atenção, tenha de optar por um discurso cada dia mais exibicionista e radical que contradiz toda aquela que foi a sua prática política de uma vida.
O Soares tolerante e “charmoso” deu lugar ao Soares que ataca os adversários à direita usando linguagem grosseirona e vulgar. O Soares lutador e corajoso deu lugar a um Soares conformado que sugere negociações com terroristas que nos qualificam de ateus infiéis e pretendem aniquilar a civilização ocidental. O Soares primeiro-ministro pragmático – que num momento de crise financeira sujeitou Portugal ao maior apertão de cinto provocando flagelos sociais ímpares, – perdeu a memória e acusa o actual governo pela política de rigor financeiro que é necessário seguir. Parece claro que o Soares dos nossos dias já não se move por convicções, apenas procura exibir-se para não cair em esquecimento. Para a Direita de que faço parte, não vem mal ao mundo ser erigida a ponto de mira privilegiado dos ataques descabelados de Soares. É uma questão de sangue frio : ouvir os discursos e só responder pontual e cirurgicamente, apontando as contradições da personagem e ajudando à dissolução do mito! Para a Esquerda, nomeadamente para o Partido Socialista, os efeitos do actual Soares são desastrosos. Aparar os discursos do Pai e encontrar espaço para afirmar um Partido Socialista moderno e virado para o futuro é, convenhamos, uma missão impossível. O Partido Socialista vive condicionado por Soares, está refém do passado e isso não é bom para a qualidade do debate e da nossa democracia. E sobre Saramago, o nº. 2:
José Saramago, enquanto figura literária, há-de ser respeitado pelo Nobel conquistado e pela qualidade de alguma da sua obra. Li “Memorial do Convento” e achei a literatura genial. Folheei “ Cadernos de Lanzarote” e concluí que a personagem é totalmente dispensável.
Politicamente Saramago é uma figura sinistra. Censor e saneador no DN do PREC, ainda hoje deve sonhar à noite com muros de Berlim e amanhãs que cantam. Foram precisos mais de quarenta anos de ditadura feroz para se desencantar com Fidel. Tudo aquilo em que politicamente acreditou, falhou, gerando um ror de miséria e morte pelo caminho. Na política, estará Saramago mais habilitado a escrever um “Manual sobre a acidez” do que, propriamente, “Um ensaio sobre a lucidez”. As suas opções políticas foram sempre um exemplo da falta da dita…. Como é possível que, em Portugal, se perca tanto tempo a discutir o que este senhor pensa e diz? Um artigo a ler, na íntegra.

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