O Acidental: Que tal outro partido?

23-05-2009
marcar artigo

Há liberais em Portugal? Há. Estão espalhados por três partidos. CDS, PSD e PS.Sim, o PS tem a famosa ala liberal (Grupo do Chiado). Quem me dera que tivesse mais poder. Quem me dera que pudesse estancar esta “Esquerda Habermas” de Sócrates.Mas vamos lá ao que interessa – a direita liberal.Os congressos do PSD e CDS, como era de esperar, foram uma desilusão. O PSD não é de direita. Ponto final. O CDS até é de direita, mas continua a ser aquilo que pode ser: um partido ligado à democracia cristã.Ou seja, quem acredita numa direita liberal não tem um espaço partidário em Portugal.Votava em António Pires de Lima sem pensar. Como dizem os brasileiros: de cruz. Mas a linha liderada por Pires de Lima nunca será líder do CDS. O CDS será sempre aquilo. Temos séculos de catolicismo. É inevitável que haja um partido assim. Na Europa continental, a Democracia Cristã é umas das forças essenciais. Por que razão não há-de ser assim em Portugal? Pires de Lima tem razão. É preciso mudar a constituição. Mas Pires de Lima nunca conseguirá isso a partir do CDS.E o PSD. Bom, o PSD é uma espécie de direita da calculadora. Aliás, não é de direita. É um partido positivista. Nem Hayek, nem Oakeshott. Só Comte. Contas e mais contas. E nada de ideias. António Borges, o liberal, é tão parecido com Cavaco Silva, o positivista, como uma raposa é parecida com um ouriço.Então, pergunta-se: por que razão a ala esquerda do CDS (os liberais liderados de Pires de Lima) e a ala direita do PSD (liberais “liderados” por António Borges) não se juntam num novo partido? Por que carga-de-água temos que continuar a aturar os partidos de direita que o PREC nos impingiu? É preciso um novo partido.Se as correntes personificadas por Pires de Lima e por António Borges querem fazer a diferença, só têm um caminho: juntem-se e constituam um novo partido. Se querem continuar a lamentar-se, então, deixem-se estar onde estão.Os partidos não são como os clubes. Podemos mudar. Mais: podemos criar novos.Nem é preciso citar autores e políticos lá de fora. Basta desenterrar Sá Carneiro.[Henrique Raposo]

Há liberais em Portugal? Há. Estão espalhados por três partidos. CDS, PSD e PS.Sim, o PS tem a famosa ala liberal (Grupo do Chiado). Quem me dera que tivesse mais poder. Quem me dera que pudesse estancar esta “Esquerda Habermas” de Sócrates.Mas vamos lá ao que interessa – a direita liberal.Os congressos do PSD e CDS, como era de esperar, foram uma desilusão. O PSD não é de direita. Ponto final. O CDS até é de direita, mas continua a ser aquilo que pode ser: um partido ligado à democracia cristã.Ou seja, quem acredita numa direita liberal não tem um espaço partidário em Portugal.Votava em António Pires de Lima sem pensar. Como dizem os brasileiros: de cruz. Mas a linha liderada por Pires de Lima nunca será líder do CDS. O CDS será sempre aquilo. Temos séculos de catolicismo. É inevitável que haja um partido assim. Na Europa continental, a Democracia Cristã é umas das forças essenciais. Por que razão não há-de ser assim em Portugal? Pires de Lima tem razão. É preciso mudar a constituição. Mas Pires de Lima nunca conseguirá isso a partir do CDS.E o PSD. Bom, o PSD é uma espécie de direita da calculadora. Aliás, não é de direita. É um partido positivista. Nem Hayek, nem Oakeshott. Só Comte. Contas e mais contas. E nada de ideias. António Borges, o liberal, é tão parecido com Cavaco Silva, o positivista, como uma raposa é parecida com um ouriço.Então, pergunta-se: por que razão a ala esquerda do CDS (os liberais liderados de Pires de Lima) e a ala direita do PSD (liberais “liderados” por António Borges) não se juntam num novo partido? Por que carga-de-água temos que continuar a aturar os partidos de direita que o PREC nos impingiu? É preciso um novo partido.Se as correntes personificadas por Pires de Lima e por António Borges querem fazer a diferença, só têm um caminho: juntem-se e constituam um novo partido. Se querem continuar a lamentar-se, então, deixem-se estar onde estão.Os partidos não são como os clubes. Podemos mudar. Mais: podemos criar novos.Nem é preciso citar autores e políticos lá de fora. Basta desenterrar Sá Carneiro.[Henrique Raposo]

marcar artigo