Passarola Voadora

23-03-2005
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AS ELEIÇÕES EUROPEIAS E O JORNALISMOChamava a atenção – e bem –, na passada semana, Pacheco Pereira para o facto de se discutir as presidenciais numa altura em que faltam apenas 3 meses para as eleições europeias.Uma passagem pelos principais jornais diários portugueses e percebe-se que o debate europeu é medíocre. Em primeiro lugar porque temos poucos opinion-makers que façam a diferença. Não há artigos de fundo: tudo sucumbe à espuma dos dias. E essa falta traduz-se em menos qualidade de escrita, menos debate, menos credibilidade. Em segundo lugar, a própria gestão jornalística, incapaz de fazer a sua própria agenda, preferindo o jogo dos políticos. É Manuel Monteiro que pode ser candidato – poderá ser outro? -, é António José Seguro que regressa ao Parlamento para dar lugar a António Costa – em segundo lugar – nas listas europeias. Entre outros.Onde está a Constituição? Onde está o Alargamento? Onde está a questão turca e a reunificação de Chipre que tão importante será para o continente europeu? Onde está o debate sobre a Sociedade da Informação, saída de Lisboa em 2000? Onde está o debate da Política Agrícola Comum?Uma das brilhantes instituições do jornalismo é a capacidade de perspectivar o destino dos cidadãos, de estimular a argumentação, de prevenir o caos. Parece que tudo não passa de histórias do passado. O que vai acontecer durante a campanha para as eleições europeias será um manto de retalhos sem encaixe uns nos outros, facilitando a ignorância dos leitores.E depois, as tradicionais sondagens de rua a mostrar que os portugueses estão pouco esclarecidos sobre a União Europeia, como a desta semana. Os articulistas apontarão o dedo aos políticos, os políticos não responderão. E os media farão de conta que não é nada com eles. Já começa a ser normal.


AS ELEIÇÕES EUROPEIAS E O JORNALISMOChamava a atenção – e bem –, na passada semana, Pacheco Pereira para o facto de se discutir as presidenciais numa altura em que faltam apenas 3 meses para as eleições europeias.Uma passagem pelos principais jornais diários portugueses e percebe-se que o debate europeu é medíocre. Em primeiro lugar porque temos poucos opinion-makers que façam a diferença. Não há artigos de fundo: tudo sucumbe à espuma dos dias. E essa falta traduz-se em menos qualidade de escrita, menos debate, menos credibilidade. Em segundo lugar, a própria gestão jornalística, incapaz de fazer a sua própria agenda, preferindo o jogo dos políticos. É Manuel Monteiro que pode ser candidato – poderá ser outro? -, é António José Seguro que regressa ao Parlamento para dar lugar a António Costa – em segundo lugar – nas listas europeias. Entre outros.Onde está a Constituição? Onde está o Alargamento? Onde está a questão turca e a reunificação de Chipre que tão importante será para o continente europeu? Onde está o debate sobre a Sociedade da Informação, saída de Lisboa em 2000? Onde está o debate da Política Agrícola Comum?Uma das brilhantes instituições do jornalismo é a capacidade de perspectivar o destino dos cidadãos, de estimular a argumentação, de prevenir o caos. Parece que tudo não passa de histórias do passado. O que vai acontecer durante a campanha para as eleições europeias será um manto de retalhos sem encaixe uns nos outros, facilitando a ignorância dos leitores.E depois, as tradicionais sondagens de rua a mostrar que os portugueses estão pouco esclarecidos sobre a União Europeia, como a desta semana. Os articulistas apontarão o dedo aos políticos, os políticos não responderão. E os media farão de conta que não é nada com eles. Já começa a ser normal.


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