18: Enquanto Alegre barafusta, António Costa mina?

23-05-2009
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A nova lei eleitoral para as autarquias locais ainda não saiu da forja e continua a merecer contestação.Neste momento, o PSD, procurando satisfazer todas as partes, propõe alterações que permitam coligações pós-eleitorais e a concessão de mais competências e meios financeiros às Freguesias para assim compensar a perda do direito de voto na aprovação do Planos de Actividades e Orçamentos da Câmara Municipal por parte dos presidentes de Junta de Freguesia que, como é sabido, têm assento por inerência na Assembleia Municipal.Está reduzido a isto o PSD: o que ontem era verdade, hoje é mentira!Mas em Portugal, já se sabe, qualquer alteração ou novidade é admitida desde que rapidamente se transforme numa manta de retalhos para agradar a gregos e troianos.Quem também apareceu na liça foi António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que reiterou as suas objecções ao projecto de lei afirmando que “é uma solução que produz uma maioria artificial na Câmara e não a reproduz na Assembleia Municipal”.“Se temos uma boa experiência ao nível das freguesias e dos governos da República porque é que se vai arranjar uma solução que nunca foi testada em sítio nenhum e tantas dúvidas tem suscitado”, questionou o autarca da capital.Num fim-de-semana em que exultaram os noticiários e os comentadores com a presença de Manuel Alegre, penso que passou despercebida esta pequena alfinetada de Costa.E não devia, pois é um sinal (ténue, mas um sinal) que António Costa quis sair do Governo para deixar José Sócrates amadurecer, cair de podre e regressar.Há diferenças na actuação de ambos.Alegre, que agora se reivindica como um emérito defensor do povo mas com o qual pouco gosta de privar, não tem uma razão sólida e consistente para fazer mais que criar uma “corrente de opinião” dentro do PS. Nisso, confirma a velha máxima de que onde estiverem dois socialistas há uma tendência.Costa, por seu turno, é um daqueles políticos feitos dentro da política, que tem sabido gerir com mestria a sua carreira e que tem uma razão: ambiciona ser o primeiro. Não que se lhe conheça uma ideia, um projecto alternativo, embora Alegre também apenas divague sobre conceitos vagos. Mas enquanto um tem a ambição de lá chegar, o outro gosta assim de umas coisas etéreas.Andam todos entretidos com o Manuel Alegre (não percebendo que este luta pela sobrevivência política), e há alguém que já trabalha no pós-socratismo.Vão por mim!


A nova lei eleitoral para as autarquias locais ainda não saiu da forja e continua a merecer contestação.Neste momento, o PSD, procurando satisfazer todas as partes, propõe alterações que permitam coligações pós-eleitorais e a concessão de mais competências e meios financeiros às Freguesias para assim compensar a perda do direito de voto na aprovação do Planos de Actividades e Orçamentos da Câmara Municipal por parte dos presidentes de Junta de Freguesia que, como é sabido, têm assento por inerência na Assembleia Municipal.Está reduzido a isto o PSD: o que ontem era verdade, hoje é mentira!Mas em Portugal, já se sabe, qualquer alteração ou novidade é admitida desde que rapidamente se transforme numa manta de retalhos para agradar a gregos e troianos.Quem também apareceu na liça foi António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que reiterou as suas objecções ao projecto de lei afirmando que “é uma solução que produz uma maioria artificial na Câmara e não a reproduz na Assembleia Municipal”.“Se temos uma boa experiência ao nível das freguesias e dos governos da República porque é que se vai arranjar uma solução que nunca foi testada em sítio nenhum e tantas dúvidas tem suscitado”, questionou o autarca da capital.Num fim-de-semana em que exultaram os noticiários e os comentadores com a presença de Manuel Alegre, penso que passou despercebida esta pequena alfinetada de Costa.E não devia, pois é um sinal (ténue, mas um sinal) que António Costa quis sair do Governo para deixar José Sócrates amadurecer, cair de podre e regressar.Há diferenças na actuação de ambos.Alegre, que agora se reivindica como um emérito defensor do povo mas com o qual pouco gosta de privar, não tem uma razão sólida e consistente para fazer mais que criar uma “corrente de opinião” dentro do PS. Nisso, confirma a velha máxima de que onde estiverem dois socialistas há uma tendência.Costa, por seu turno, é um daqueles políticos feitos dentro da política, que tem sabido gerir com mestria a sua carreira e que tem uma razão: ambiciona ser o primeiro. Não que se lhe conheça uma ideia, um projecto alternativo, embora Alegre também apenas divague sobre conceitos vagos. Mas enquanto um tem a ambição de lá chegar, o outro gosta assim de umas coisas etéreas.Andam todos entretidos com o Manuel Alegre (não percebendo que este luta pela sobrevivência política), e há alguém que já trabalha no pós-socratismo.Vão por mim!

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