Os Veencidos Da Vida: 25 de Abril de 1974, por Joaquim Paço d'Arcos

28-06-2009
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25 de Abril de 1974Duzentos capitães! Não os das caravelasNão os heróis das descobertas e conquistas,A Cruz de Cristo erguida sobre as velasComo um altarQue os nossos marinheiros levavam pelo marÀ terra inteira! (Ó esfera armilar, que fazes hoje tu nessa bandeira?)Ó marujos do sonho e da aventura,Ó soldados da nossa antiga glória,Por vós o Tejo chora,Por vós põe luto a nossa História!Duzentos capitães! Não os de outrora…Duzentos capitães destes de agora (pobres inconscientes)Levando hílares, ufanos e contentesA Pátria à sepultura,Sem sequer se mostrarem compungidosComo é o dever dos soldados vencidos.Soldados que sem serem batidos Abandonaram terras, armas e bandeiras,Populações inteirasPretos, brancos, mestiços (milagre português da nossa raça)Ao extermínio feroz da populaça.Ó capitães traidores dum grande idealQue tendo herdado um PortugalLongínquo e ilimitado como o marCuja bandeira, a tremular,Assinalava o infinito portuguêsSob a imensidade do céu,Legais a vossos filhos um Portugal pigmeu,Um Portugal em miniatura,Um Portugal de escravosEnterrado num caixão d’apodrecidos cravos!Ó tristes capitães ufanos da derrota,Ó herdeiros anões de Aljubarrota,Para vossa vergonha e maldiçãoVossos filhos mais tarde ocultarãoOs vossos apelidos d’ignomínia…Ó bastardos duma raça de heróis,Para vossa puniçãoVossos filhos morrerãoEspanhóis!(atrevo-me a postar de novo este poema, desta vez mais inserido no contexto em que foi feito. Por essa razão me pareceu apropriado fazê-lo)


25 de Abril de 1974Duzentos capitães! Não os das caravelasNão os heróis das descobertas e conquistas,A Cruz de Cristo erguida sobre as velasComo um altarQue os nossos marinheiros levavam pelo marÀ terra inteira! (Ó esfera armilar, que fazes hoje tu nessa bandeira?)Ó marujos do sonho e da aventura,Ó soldados da nossa antiga glória,Por vós o Tejo chora,Por vós põe luto a nossa História!Duzentos capitães! Não os de outrora…Duzentos capitães destes de agora (pobres inconscientes)Levando hílares, ufanos e contentesA Pátria à sepultura,Sem sequer se mostrarem compungidosComo é o dever dos soldados vencidos.Soldados que sem serem batidos Abandonaram terras, armas e bandeiras,Populações inteirasPretos, brancos, mestiços (milagre português da nossa raça)Ao extermínio feroz da populaça.Ó capitães traidores dum grande idealQue tendo herdado um PortugalLongínquo e ilimitado como o marCuja bandeira, a tremular,Assinalava o infinito portuguêsSob a imensidade do céu,Legais a vossos filhos um Portugal pigmeu,Um Portugal em miniatura,Um Portugal de escravosEnterrado num caixão d’apodrecidos cravos!Ó tristes capitães ufanos da derrota,Ó herdeiros anões de Aljubarrota,Para vossa vergonha e maldiçãoVossos filhos mais tarde ocultarãoOs vossos apelidos d’ignomínia…Ó bastardos duma raça de heróis,Para vossa puniçãoVossos filhos morrerãoEspanhóis!(atrevo-me a postar de novo este poema, desta vez mais inserido no contexto em que foi feito. Por essa razão me pareceu apropriado fazê-lo)

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