Lisboa, quem te viu e quem te vê: Sócrates agarra 'dossier' da candidatura do PS na capital

08-10-2009
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O primeiro-ministro vai gerir directamente o dossier da candidatura do PS à Câmara Municipal de Lisboa nas eleições intercalares. O DN sabe que José Sócrates chamou a si a matéria e já tem uma short-list de potenciais candidatos. Nessa lista estão nomes como João Soares, antigo presidente da CML, e António José Seguro, deputado e ex-líder parlamentar. Mas não são os únicos.A inclusão destes nomes entre os possíveis candidatos demonstra que o secretário-geral, ao contrário do que tem sido ventilado, não vê nenhum problema em avançar com um nome que não é do seu núcleo duro de apoiantes. Soares foi, em 2004, candidato contra Sócrates nas eleições internas do PS que antecederam a sua candidatura a primeiro-ministro e Seguro é tido como um sucessor a prazo dentro do partido, tendo até optado por não continuar a liderar o grupo parlamentar depois da vitória socialista em 2005.João Soares terá como vantagem o facto de já conhecer o lugar e dominar grande parte das matérias. As desvantagens são sobretudo duas: as derrotas em Lisboa (2001, contra Santana Lopes) e em Sintra (2005, contra Fernando Seara). Ainda assim, José Sócrates tem mantido recentemente um melhor relacionamento com o deputado, que no último congresso foi eleito, por sugestão do secretário-geral, para a Comissão Nacional. Nos bastidores do partido, há quem garanta também que Sócrates "não esquece" o apoio que o pai de João Soares lhe deu no jantar dos 34 anos do PS, em plena crise da Universidade Independente.Mário Soares surgiu nesse jantar com um discurso forte de apoio à actual solução governativa e partidária, muito elogiado pelo primeiro-ministro aos seus pares, e não se esqueceu também de referir o ambiente que levou à queda do antecessor de Sócrates: Eduardo Ferro Rodrigues. O nome do antigo ministro do Equipamento Social de Guterres é outro dos que estão em cima da mesa.Neste momento a viver em Paris, onde desempenha o cargo de embaixador da OCDE - nomeado pelo Governo português -, Ferro estará longe da realidade portuguesa e o ónus que terá é justamente o de poder recusar um regresso à política activa. Sócrates, tal como António Costa, não descartam esta solução, até como forma de o reabilitar politicamente, quatro anos após ter sido envolvido no chamado processo Casa Pia. O próprio Costa, tal como Ana Paula Vitorino, iriam obrigar a mexidas no Governo.F.A.L.In Diário de Notícias, 06.05.2007


O primeiro-ministro vai gerir directamente o dossier da candidatura do PS à Câmara Municipal de Lisboa nas eleições intercalares. O DN sabe que José Sócrates chamou a si a matéria e já tem uma short-list de potenciais candidatos. Nessa lista estão nomes como João Soares, antigo presidente da CML, e António José Seguro, deputado e ex-líder parlamentar. Mas não são os únicos.A inclusão destes nomes entre os possíveis candidatos demonstra que o secretário-geral, ao contrário do que tem sido ventilado, não vê nenhum problema em avançar com um nome que não é do seu núcleo duro de apoiantes. Soares foi, em 2004, candidato contra Sócrates nas eleições internas do PS que antecederam a sua candidatura a primeiro-ministro e Seguro é tido como um sucessor a prazo dentro do partido, tendo até optado por não continuar a liderar o grupo parlamentar depois da vitória socialista em 2005.João Soares terá como vantagem o facto de já conhecer o lugar e dominar grande parte das matérias. As desvantagens são sobretudo duas: as derrotas em Lisboa (2001, contra Santana Lopes) e em Sintra (2005, contra Fernando Seara). Ainda assim, José Sócrates tem mantido recentemente um melhor relacionamento com o deputado, que no último congresso foi eleito, por sugestão do secretário-geral, para a Comissão Nacional. Nos bastidores do partido, há quem garanta também que Sócrates "não esquece" o apoio que o pai de João Soares lhe deu no jantar dos 34 anos do PS, em plena crise da Universidade Independente.Mário Soares surgiu nesse jantar com um discurso forte de apoio à actual solução governativa e partidária, muito elogiado pelo primeiro-ministro aos seus pares, e não se esqueceu também de referir o ambiente que levou à queda do antecessor de Sócrates: Eduardo Ferro Rodrigues. O nome do antigo ministro do Equipamento Social de Guterres é outro dos que estão em cima da mesa.Neste momento a viver em Paris, onde desempenha o cargo de embaixador da OCDE - nomeado pelo Governo português -, Ferro estará longe da realidade portuguesa e o ónus que terá é justamente o de poder recusar um regresso à política activa. Sócrates, tal como António Costa, não descartam esta solução, até como forma de o reabilitar politicamente, quatro anos após ter sido envolvido no chamado processo Casa Pia. O próprio Costa, tal como Ana Paula Vitorino, iriam obrigar a mexidas no Governo.F.A.L.In Diário de Notícias, 06.05.2007

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