Vitamina D: Oposição em bloco critica ministro das Finanças por acumulação de reforma e ordenado

21-07-2005
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A oposição em bloco criticou hoje o ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, por acumular o seu vencimento de ministro com uma reforma do Banco de Portugal, numa altura em que pretende "impor sacrifícios aos portugueses".De acordo com a notícia avançada ontem pela TVI e tratada hoje nas páginas do "Independente", o titular da pasta das Finanças reformou-se do cargo do Banco de Portugal aos 49 anos de idade, depois de ter exercido funções como vice-governador durante seis anos consecutivos, entre Janeiro de 1996 e Abril de 2002. O "Independente" conta ainda que quando Campos e Cunha cessou as suas funções, em 2002, a ministra das Finanças de então, Manuel Ferreira Leite, recusou renovar o seu mandato."Há um princípio ético que é incontornável: os exemplos têm de vir de cima. A confirmarem-se estas notícias, a minha opinião é que o caso fala por si próprio", afirmou o líder parlamentar do PSD, Luís Marques Guedes, numa curta declaração aos jornalistas no Parlamento.O PCP foi mais claro e manifestou a sua indignação em relação a este caso citando um provérbio popular: "Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz"."É inadmissível, sobretudo num momento em que aos portugueses são impostas limitações no seu direito à reforma", considerou o deputado do PCP António Filipe, sublinhando que este caso é uma prova de que "os sacrifícios pedidos pelo Governo não são para todos".O Bloco de Esquerda, através do deputado João Teixeira Lopes, foi ainda mais longe, considerando que o ministro das Finanças "não tem perfil ético" para impor medidas restritivas aos portugueses e comparou este caso ao do presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim (que acumula reforma e vencimento), anteriormente criticado pelo PS."Estamos perante uma situação em que o Governo impôs sacrifícios aos portugueses e em que o principal autor dessas medidas, quem verdadeiramente manda no Governo, não tem perfil ético para justificar essas medidas", criticou Teixeira Lopes.O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Melo, recusou-se a pessoalizar a questão, mas lançou um desafio implícito ao ministro para que renuncie à reforma, lembrando que todos os membros do Governo aprovaram as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro de acabar com "privilégios injustificados" da classe política. "Não quero acreditar que ministros que aprovaram essa iniciativa e que têm esses privilégios injustificados queiram continuar a ser deles beneficiários. Certamente que a eles renunciarão", afirmou Nuno Melo."Os Verdes" vão apresentar um requerimento na Assembleia da República para questionar Campos e Cunha sobre a moralidade da acumulação da reforma do Banco de Portugal com o ordenado de ministro, "face a todas as medidas de sacrifício que está a pedir aos portugueses para combater o défice". O partido quer ainda saber quanto ganha o governador do Banco de Portugal e pretende ver esclarecida a proposta sobre o fim das subvenções vitalícias dos titulares de cargos políticos."O país precisa de uma explicação coerente e clara sobre esta situação, ainda para mais porque envolve alguém directamente responsável pela proposta de diminuição das condições de vida das famílias portuguesas", refere um comunicado de "Os Verdes".O PS optou não fazer qualquer comentário a esta situação, enquanto o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva - que esteve no Parlamento a apresentar alterações ao Rendimento Social de Inserção - se limitou a reafirmar que o Governo "vai cumprir o que prometeu"."O Governo definiu uma alteração da legislação que atribui subvenções vitalícias aos titulares de cargos políticos. Esse objectivo vai ser cumprido no rigoroso respeito dos direitos que as pessoas tiveram no passado", afirmou Vieira da Silva, escusando-se a comentar o caso concreto do ministro das Finanças. in Público.pt


A oposição em bloco criticou hoje o ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, por acumular o seu vencimento de ministro com uma reforma do Banco de Portugal, numa altura em que pretende "impor sacrifícios aos portugueses".De acordo com a notícia avançada ontem pela TVI e tratada hoje nas páginas do "Independente", o titular da pasta das Finanças reformou-se do cargo do Banco de Portugal aos 49 anos de idade, depois de ter exercido funções como vice-governador durante seis anos consecutivos, entre Janeiro de 1996 e Abril de 2002. O "Independente" conta ainda que quando Campos e Cunha cessou as suas funções, em 2002, a ministra das Finanças de então, Manuel Ferreira Leite, recusou renovar o seu mandato."Há um princípio ético que é incontornável: os exemplos têm de vir de cima. A confirmarem-se estas notícias, a minha opinião é que o caso fala por si próprio", afirmou o líder parlamentar do PSD, Luís Marques Guedes, numa curta declaração aos jornalistas no Parlamento.O PCP foi mais claro e manifestou a sua indignação em relação a este caso citando um provérbio popular: "Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz"."É inadmissível, sobretudo num momento em que aos portugueses são impostas limitações no seu direito à reforma", considerou o deputado do PCP António Filipe, sublinhando que este caso é uma prova de que "os sacrifícios pedidos pelo Governo não são para todos".O Bloco de Esquerda, através do deputado João Teixeira Lopes, foi ainda mais longe, considerando que o ministro das Finanças "não tem perfil ético" para impor medidas restritivas aos portugueses e comparou este caso ao do presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim (que acumula reforma e vencimento), anteriormente criticado pelo PS."Estamos perante uma situação em que o Governo impôs sacrifícios aos portugueses e em que o principal autor dessas medidas, quem verdadeiramente manda no Governo, não tem perfil ético para justificar essas medidas", criticou Teixeira Lopes.O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Melo, recusou-se a pessoalizar a questão, mas lançou um desafio implícito ao ministro para que renuncie à reforma, lembrando que todos os membros do Governo aprovaram as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro de acabar com "privilégios injustificados" da classe política. "Não quero acreditar que ministros que aprovaram essa iniciativa e que têm esses privilégios injustificados queiram continuar a ser deles beneficiários. Certamente que a eles renunciarão", afirmou Nuno Melo."Os Verdes" vão apresentar um requerimento na Assembleia da República para questionar Campos e Cunha sobre a moralidade da acumulação da reforma do Banco de Portugal com o ordenado de ministro, "face a todas as medidas de sacrifício que está a pedir aos portugueses para combater o défice". O partido quer ainda saber quanto ganha o governador do Banco de Portugal e pretende ver esclarecida a proposta sobre o fim das subvenções vitalícias dos titulares de cargos políticos."O país precisa de uma explicação coerente e clara sobre esta situação, ainda para mais porque envolve alguém directamente responsável pela proposta de diminuição das condições de vida das famílias portuguesas", refere um comunicado de "Os Verdes".O PS optou não fazer qualquer comentário a esta situação, enquanto o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva - que esteve no Parlamento a apresentar alterações ao Rendimento Social de Inserção - se limitou a reafirmar que o Governo "vai cumprir o que prometeu"."O Governo definiu uma alteração da legislação que atribui subvenções vitalícias aos titulares de cargos políticos. Esse objectivo vai ser cumprido no rigoroso respeito dos direitos que as pessoas tiveram no passado", afirmou Vieira da Silva, escusando-se a comentar o caso concreto do ministro das Finanças. in Público.pt

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