O CACIMBO: TRÊS DÉCADAS DEPOIS

09-07-2009
marcar artigo


Intervenção de Francisco Martins Rodrigues na sessão comemorativa do 25 de Abril no ano de 2006 na Escola Superior de Educação de Santarém 1. Propuseram-me que dissesse alguma coisa sobre o período revolucionário de 74-75. Não vos vou falar da “gesta dos capitães”, das peripécias que a televisão debita agora todos os dias sobre os “homens sem sono”. Sem apoucar o mérito que tiveram, é verdade que o ambiente épico que se alimenta em torno desta “revolução” sem combates soa a falso. Porque o regime fascista estava podre e não resistiu. Um desastre militar nas guerras coloniais estava à vista e os maníacos estavam a ficar isolados. Já sei que isto não é nada consensual. Agora é da regra que os colóquios devem ser consensuais. Mas nunca vi que de um colóquio consensual saísse alguma ideia nova. Só do confronto de opiniões diferentes pode sair algo de novo. Portanto… 2. O que aconteceu afinal nesses 580 dias? Discute-se agora se foi uma revolução ou se foi uma evolução, ou se foi uma revolução que deu lugar a uma evolução... Uma opinião contudo é hoje largamente dominante: é que foi um período conturbado de anarquia e de excessos, devidos à falta de maturidade democrática, o que teria sido agravado por esquerdistas e aventureiros, obrigando os “partidos democráticos” e a parte sã do MFA a intervir para assegurar o normal funcionamento das instituições. Desde já, chamo a vossa atenção para uma conclusão curiosa que daqui se extrai: quando a participação popular na política, o direito de reunião, de manifestação, de acesso à comunicação social, atingiu níveis elevadíssimos, nunca vistos antes nem depois – a democracia era imatura e estava à beira do totalitarismo; hoje, quando a participação das massas se reduziu a zero e a política é um jogo para profissionais de que as pessoas se afastam com desgosto – agora sim, é que a democracia está normalizada e madura. Ou seja, o que se pensa, na prática, é que a democracia estará tanto mais consolidada quanto mais afastadas estiverem as pessoas das questões públicas. 3. Afinal, o que aconteceu em 25 Abril foi apenas que, depois de meio século de lei da rolha, os trabalhadores tomaram à letra a democracia. Democracia é o contrário de fascismo. Logo, os chefes que nos oprimem têm que ser postos na rua. Agora é democracia, portanto decidimos democraticamente em plenário os horários, as categorias, a distribuição das tarefas. Agora é democracia, portanto a terra pertence a quem a trabalha. O MFA é o garante da liberdade, portanto tem que nos vir ajudar a ocupar estas casas vazias. E assim por aí fora, numa reacção que já alguém chamou de “inocência revolucionária” – não se tratava de nenhum plano revolucionário arquitectado, os avanços impunham-se pela própria lógica das coisas. Quem viveu esses dias sabe perfeitamente que não havia nenhumas “forças obscuras a manipular as pessoas”. Os partidos tentavam adaptar-se à situação imprevisível. 4. Isto tornou-se num rastilho imparável porque o sistema, apanhado numa situação de transição e fragilidade, não foi capaz de meter na ordem os primeiros atrevidos. Bem podia o Spínola dizer com ar paternal: “Agora voltar ao trabalho, ordem, serenidade”. Logo no dia seguinte já estavam uns pés descalços a ocupar casas na Boavista e na Ajuda. A seguir, os trabalhadores dos TLP tentam ocupar as instalações; são expulsos. Mas a Timex entra em greve, a Sogantal entra em autogestão, os CTT fazem um plenário com milhares, a TAP reclama… A bola começou a rolar e a cada volta mais impossível se tornava fazê-la parar, porque o exemplo era contagioso. 5. Entrou-se assim no chamado “terror anarcopopulista”. É bastante ridículo falar-se em terror como se as pessoas andassem a matar-se pelas esquinas, mas tem a sua lógica. Quando os operários da Lisnave, fartos de reclamar o saneamento de um administrador comprometido com o fascismo, atravessaram Lisboa formados como se fossem batalhões – isto é terror. Quando no 7 Fevereiro 75 a Interempresas convocou uma manifestação contra o desemprego e a entrada de uma esquadra da NATO no Tejo, a manifestação foi proibida mas mesmo assim foi por diante e, ao chegar diante do ministério do Trabalho, os soldados de guarda saudaram os manifestantes – isto é terror, e dos grandes porque indicava que não havia forças para reprimir. Quando no Sul os assalariados rurais transformaram os latifúndios em cooperativas – isto é terror, porque põe em causa o direito de propriedade. Quando a comissão de trabalhadores da rádio Renascença decidiu passar a ler os comunicados que lhe eram enviados por colectivos de trabalhadores – isto também é terror, porque a opinião dos trabalhadores era propagada a todo o país. Os trabalhadores andavam em festa, os ricos mandavam os capitais e as famílias para a Suíça ou para o Brasil. Habituadas à tranquilidade e à segurança durante meio século, as classes possuidoras entraram em estado de choque. Foi tão grande o susto que ainda hoje querem saber quem foi responsável. Se durante 19 meses os centros “legítimos” de decisão ficaram à mercê da rua, alguém tem contas a dar. 6. E este terror bem real das classes possuidoras levou-as a ganhar para o seu lado ou pelo menos a neutralizar a maioria da população. Com sabotagem económica, com contrapropaganda, com conspirações militares, com bombas e terror a sério no Verão quente. E os activistas, que nunca tinham sido maioria – nunca são em nenhum processos revolucionário – começaram a ficar cercados. E como nunca tinham tido nenhum projecto concreto de revolução, ficaram impotentes, muito antes do 25 de Novembro. Assim, se no 25 de Abril, todas as classes pareciam unidas no repúdio da ditadura fascista, no Outono de 75, o ciclo da crise fechou-se com democratas, fascistas e bombistas unidos contra os trabalhadores de vanguarda. A confraternização universal do 1º de Maio era ilusória. O que era real era o antagonismo entre os de baixo e os de cima, e os de cima tinham mais força. “A revolução era completamente inviável” – As revoluções não são planeadas em gabinete. São explosões que se propagam, terramotos, forças da natureza. Acontecem. E quando acontecem temos que decidir depressa de que lado estamos. Eu continuo a pensar que tiveram razão os que apostaram no pleno desenvolvimento das aspirações populares. Não iria acontecer nenhuma revolução socialista em Portugal? Também creio que não. Mas teria dado um abanão mestre na burguesia nacional, lavado relentos obscurantistas, conquistado outras liberdades, estabelecido novas normas de relacionamento entre proletariado e burguesia. Além disso, se a liberdade popular se tivesse mantido mais um ano, digamos, quem nos diz que a Espanha, em vez de fazer a sua transição negociada do fascismo para uma estranha democracia, não teria atravessado também o seu 25 de Abril? As eleições para a Constituinte – “Ganharam, ganharam. Há que respeitar”. Mas o que as eleições mostraram foi o erro de ser convocadas cedo de mais. Eleições quando ainda não estava efectivamente desmantelada a ordem velha; eleições com tão poucas mudanças após meio século de ditadura seriam sempre um retrato distorcido da vontade popular. Se no comando do MFA estivessem de facto revolucionários, ter-se-ia cuidado, primeiro, de libertar a onda das reivindicações populares, modificar a correlação de forças, mostrar os frutos da audácia, desautorizar e calar os defensores encapotados da ordem antiga – e depois, quando uma nova ordem estivesse definida, então sim, ter convocado eleições constituintes. É assim que raciocinam os revolucionários. Mas o PREC foi uma “revolução” conduzida por revolucionários temerosos da revolução. 7. Volto, portanto, à questão da democracia. 74-75 demonstrou que esta democracia não se destina a garantir a liberdade para o povo. Destina-se apenas a facilitar o funcionamento do sistema capitalista. Ao povo em geral é reconhecido um leque enorme de liberdades desde que não as exerça. Há todo um sistema de estímulos e castigos, de repressões e alienações, para levar as pessoas a perceber o papel que lhe é destinado: votar quando chega a altura; quanto ao resto, abstenção rigorosa no que toca às decisões de fundo. Somos tratados um pouco como cãezinhos amestrados – quando toca o sinal, põem um papelinho numa urna. A abstenção eleitoral, que tanto preocupa os responsáveis é só o reflexo da abstenção forçada em tudo o que diz respeito à vida das pessoas. José Saramago causou uma certa celeuma ao pintar o cenário do voto maciço em branco, censuram-no por estar de alguma forma a incitar as pessoas a absterem-se. Mas ele com esta provocação, quis chamar a atenção que a expropriação da política provoca nas pessoas inevitavelmente o reflexo de se alhearem por completo da política. 8. Por fim. O que o 25 de Abril mostrou foi um problema de que os amigos da ordem em geral não gostam de falar: se se suspende, por uma só semana que seja, a autoridade dos patrões e o medo às forças armadas começam a borbulhar como por encanto fenómenos extraordinários. Não o “caos social” com que nos procuram aterrorizar mas, muito pelo contrário, iniciativas sensatas, criadoras. A descoberta de que podemos organizar a nossa vida por nós próprios é de tal modo espantosa que as pessoas sentem multiplicar-se-lhes as forças. Esse clima social de Democracia do Trabalho que vigorou nesses portentosos 580 dias, deu um golpe mortal na democracia mutilada que hoje nos oferecem. Quem viveu aquela experiência sabe que esta liberdade é fingida porque assenta no privilégio e na coacção. Ela parece estar aí inabalável mas a única autoridade que a sustenta é o argumento de que “se não quiserem assim, vem o fascismo”.


Intervenção de Francisco Martins Rodrigues na sessão comemorativa do 25 de Abril no ano de 2006 na Escola Superior de Educação de Santarém 1. Propuseram-me que dissesse alguma coisa sobre o período revolucionário de 74-75. Não vos vou falar da “gesta dos capitães”, das peripécias que a televisão debita agora todos os dias sobre os “homens sem sono”. Sem apoucar o mérito que tiveram, é verdade que o ambiente épico que se alimenta em torno desta “revolução” sem combates soa a falso. Porque o regime fascista estava podre e não resistiu. Um desastre militar nas guerras coloniais estava à vista e os maníacos estavam a ficar isolados. Já sei que isto não é nada consensual. Agora é da regra que os colóquios devem ser consensuais. Mas nunca vi que de um colóquio consensual saísse alguma ideia nova. Só do confronto de opiniões diferentes pode sair algo de novo. Portanto… 2. O que aconteceu afinal nesses 580 dias? Discute-se agora se foi uma revolução ou se foi uma evolução, ou se foi uma revolução que deu lugar a uma evolução... Uma opinião contudo é hoje largamente dominante: é que foi um período conturbado de anarquia e de excessos, devidos à falta de maturidade democrática, o que teria sido agravado por esquerdistas e aventureiros, obrigando os “partidos democráticos” e a parte sã do MFA a intervir para assegurar o normal funcionamento das instituições. Desde já, chamo a vossa atenção para uma conclusão curiosa que daqui se extrai: quando a participação popular na política, o direito de reunião, de manifestação, de acesso à comunicação social, atingiu níveis elevadíssimos, nunca vistos antes nem depois – a democracia era imatura e estava à beira do totalitarismo; hoje, quando a participação das massas se reduziu a zero e a política é um jogo para profissionais de que as pessoas se afastam com desgosto – agora sim, é que a democracia está normalizada e madura. Ou seja, o que se pensa, na prática, é que a democracia estará tanto mais consolidada quanto mais afastadas estiverem as pessoas das questões públicas. 3. Afinal, o que aconteceu em 25 Abril foi apenas que, depois de meio século de lei da rolha, os trabalhadores tomaram à letra a democracia. Democracia é o contrário de fascismo. Logo, os chefes que nos oprimem têm que ser postos na rua. Agora é democracia, portanto decidimos democraticamente em plenário os horários, as categorias, a distribuição das tarefas. Agora é democracia, portanto a terra pertence a quem a trabalha. O MFA é o garante da liberdade, portanto tem que nos vir ajudar a ocupar estas casas vazias. E assim por aí fora, numa reacção que já alguém chamou de “inocência revolucionária” – não se tratava de nenhum plano revolucionário arquitectado, os avanços impunham-se pela própria lógica das coisas. Quem viveu esses dias sabe perfeitamente que não havia nenhumas “forças obscuras a manipular as pessoas”. Os partidos tentavam adaptar-se à situação imprevisível. 4. Isto tornou-se num rastilho imparável porque o sistema, apanhado numa situação de transição e fragilidade, não foi capaz de meter na ordem os primeiros atrevidos. Bem podia o Spínola dizer com ar paternal: “Agora voltar ao trabalho, ordem, serenidade”. Logo no dia seguinte já estavam uns pés descalços a ocupar casas na Boavista e na Ajuda. A seguir, os trabalhadores dos TLP tentam ocupar as instalações; são expulsos. Mas a Timex entra em greve, a Sogantal entra em autogestão, os CTT fazem um plenário com milhares, a TAP reclama… A bola começou a rolar e a cada volta mais impossível se tornava fazê-la parar, porque o exemplo era contagioso. 5. Entrou-se assim no chamado “terror anarcopopulista”. É bastante ridículo falar-se em terror como se as pessoas andassem a matar-se pelas esquinas, mas tem a sua lógica. Quando os operários da Lisnave, fartos de reclamar o saneamento de um administrador comprometido com o fascismo, atravessaram Lisboa formados como se fossem batalhões – isto é terror. Quando no 7 Fevereiro 75 a Interempresas convocou uma manifestação contra o desemprego e a entrada de uma esquadra da NATO no Tejo, a manifestação foi proibida mas mesmo assim foi por diante e, ao chegar diante do ministério do Trabalho, os soldados de guarda saudaram os manifestantes – isto é terror, e dos grandes porque indicava que não havia forças para reprimir. Quando no Sul os assalariados rurais transformaram os latifúndios em cooperativas – isto é terror, porque põe em causa o direito de propriedade. Quando a comissão de trabalhadores da rádio Renascença decidiu passar a ler os comunicados que lhe eram enviados por colectivos de trabalhadores – isto também é terror, porque a opinião dos trabalhadores era propagada a todo o país. Os trabalhadores andavam em festa, os ricos mandavam os capitais e as famílias para a Suíça ou para o Brasil. Habituadas à tranquilidade e à segurança durante meio século, as classes possuidoras entraram em estado de choque. Foi tão grande o susto que ainda hoje querem saber quem foi responsável. Se durante 19 meses os centros “legítimos” de decisão ficaram à mercê da rua, alguém tem contas a dar. 6. E este terror bem real das classes possuidoras levou-as a ganhar para o seu lado ou pelo menos a neutralizar a maioria da população. Com sabotagem económica, com contrapropaganda, com conspirações militares, com bombas e terror a sério no Verão quente. E os activistas, que nunca tinham sido maioria – nunca são em nenhum processos revolucionário – começaram a ficar cercados. E como nunca tinham tido nenhum projecto concreto de revolução, ficaram impotentes, muito antes do 25 de Novembro. Assim, se no 25 de Abril, todas as classes pareciam unidas no repúdio da ditadura fascista, no Outono de 75, o ciclo da crise fechou-se com democratas, fascistas e bombistas unidos contra os trabalhadores de vanguarda. A confraternização universal do 1º de Maio era ilusória. O que era real era o antagonismo entre os de baixo e os de cima, e os de cima tinham mais força. “A revolução era completamente inviável” – As revoluções não são planeadas em gabinete. São explosões que se propagam, terramotos, forças da natureza. Acontecem. E quando acontecem temos que decidir depressa de que lado estamos. Eu continuo a pensar que tiveram razão os que apostaram no pleno desenvolvimento das aspirações populares. Não iria acontecer nenhuma revolução socialista em Portugal? Também creio que não. Mas teria dado um abanão mestre na burguesia nacional, lavado relentos obscurantistas, conquistado outras liberdades, estabelecido novas normas de relacionamento entre proletariado e burguesia. Além disso, se a liberdade popular se tivesse mantido mais um ano, digamos, quem nos diz que a Espanha, em vez de fazer a sua transição negociada do fascismo para uma estranha democracia, não teria atravessado também o seu 25 de Abril? As eleições para a Constituinte – “Ganharam, ganharam. Há que respeitar”. Mas o que as eleições mostraram foi o erro de ser convocadas cedo de mais. Eleições quando ainda não estava efectivamente desmantelada a ordem velha; eleições com tão poucas mudanças após meio século de ditadura seriam sempre um retrato distorcido da vontade popular. Se no comando do MFA estivessem de facto revolucionários, ter-se-ia cuidado, primeiro, de libertar a onda das reivindicações populares, modificar a correlação de forças, mostrar os frutos da audácia, desautorizar e calar os defensores encapotados da ordem antiga – e depois, quando uma nova ordem estivesse definida, então sim, ter convocado eleições constituintes. É assim que raciocinam os revolucionários. Mas o PREC foi uma “revolução” conduzida por revolucionários temerosos da revolução. 7. Volto, portanto, à questão da democracia. 74-75 demonstrou que esta democracia não se destina a garantir a liberdade para o povo. Destina-se apenas a facilitar o funcionamento do sistema capitalista. Ao povo em geral é reconhecido um leque enorme de liberdades desde que não as exerça. Há todo um sistema de estímulos e castigos, de repressões e alienações, para levar as pessoas a perceber o papel que lhe é destinado: votar quando chega a altura; quanto ao resto, abstenção rigorosa no que toca às decisões de fundo. Somos tratados um pouco como cãezinhos amestrados – quando toca o sinal, põem um papelinho numa urna. A abstenção eleitoral, que tanto preocupa os responsáveis é só o reflexo da abstenção forçada em tudo o que diz respeito à vida das pessoas. José Saramago causou uma certa celeuma ao pintar o cenário do voto maciço em branco, censuram-no por estar de alguma forma a incitar as pessoas a absterem-se. Mas ele com esta provocação, quis chamar a atenção que a expropriação da política provoca nas pessoas inevitavelmente o reflexo de se alhearem por completo da política. 8. Por fim. O que o 25 de Abril mostrou foi um problema de que os amigos da ordem em geral não gostam de falar: se se suspende, por uma só semana que seja, a autoridade dos patrões e o medo às forças armadas começam a borbulhar como por encanto fenómenos extraordinários. Não o “caos social” com que nos procuram aterrorizar mas, muito pelo contrário, iniciativas sensatas, criadoras. A descoberta de que podemos organizar a nossa vida por nós próprios é de tal modo espantosa que as pessoas sentem multiplicar-se-lhes as forças. Esse clima social de Democracia do Trabalho que vigorou nesses portentosos 580 dias, deu um golpe mortal na democracia mutilada que hoje nos oferecem. Quem viveu aquela experiência sabe que esta liberdade é fingida porque assenta no privilégio e na coacção. Ela parece estar aí inabalável mas a única autoridade que a sustenta é o argumento de que “se não quiserem assim, vem o fascismo”.

marcar artigo