O CACIMBO: A Pilita Alentejana...

08-07-2009
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.A Pilita.. .Rija, enquanto durou. Agora q'amolengou e antes q'a morda a cobra,Vou atá-la c'uma corda Pra ela nã me fugiri.Preciso da sacudiri,Leva tempo pá'cordari Já nem se sabe esticari.. Más lenta q'um caracoli, Enrola-se-me no lençoli.Ninguém a tira dali, Já só dá em preguiçari. Nada a faz alevantari E já nã dá com o monti, Nem água bebe na fonti.Que bich'é que lhe mordeu?.Parece defunta, morreu. Deu-lhe p'ra enjoari,Nem lh'apetece cheirari.Jovem, metia inveja. Com más gás q'uma cerveja, Sempre pronta p'ra brincari.Cu diga a minha Maria, Era de nôte e de dia..Até as mulheres da vila, Marcavam lugar na fila, P'ra eu lha poder mostrari ! Uma moura a trabalhari,Motivo do mê orgulho.Fazia cá um barulho ! Entrava pelos quintais, Inté espantava os animais..Eram duas, três e quatro, Da cozinha até ao quarto E até debaixo da cama. Esta bicha tinha fama.Punha tudo em alvoroço, Desde o mê tempo de moço. A idade nã perdoa, Acabô-se a vida boa !.Depois de tanto caçari, Já merece descansari. Contava já mê avô: "Niuma rata lhe escapou !"É o sangui das gerações. Mas nada de confusões,Pois esta estória aqui escrita, É da minha gata, a Pilita !


.A Pilita.. .Rija, enquanto durou. Agora q'amolengou e antes q'a morda a cobra,Vou atá-la c'uma corda Pra ela nã me fugiri.Preciso da sacudiri,Leva tempo pá'cordari Já nem se sabe esticari.. Más lenta q'um caracoli, Enrola-se-me no lençoli.Ninguém a tira dali, Já só dá em preguiçari. Nada a faz alevantari E já nã dá com o monti, Nem água bebe na fonti.Que bich'é que lhe mordeu?.Parece defunta, morreu. Deu-lhe p'ra enjoari,Nem lh'apetece cheirari.Jovem, metia inveja. Com más gás q'uma cerveja, Sempre pronta p'ra brincari.Cu diga a minha Maria, Era de nôte e de dia..Até as mulheres da vila, Marcavam lugar na fila, P'ra eu lha poder mostrari ! Uma moura a trabalhari,Motivo do mê orgulho.Fazia cá um barulho ! Entrava pelos quintais, Inté espantava os animais..Eram duas, três e quatro, Da cozinha até ao quarto E até debaixo da cama. Esta bicha tinha fama.Punha tudo em alvoroço, Desde o mê tempo de moço. A idade nã perdoa, Acabô-se a vida boa !.Depois de tanto caçari, Já merece descansari. Contava já mê avô: "Niuma rata lhe escapou !"É o sangui das gerações. Mas nada de confusões,Pois esta estória aqui escrita, É da minha gata, a Pilita !

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