Líder da Autoeuropa vetado pelo PCP

02-03-2008
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Congresso da CGTP

Líder da Autoeuropa vetado pelo PCP

António Chora, líder da CT e militante do Bloco de Esquerda, não entra na CGTP

António Chora. A Autoeuropa não terá nenhum sindicalista no Conselho Nacional da CGTP-In FOTO ANTÓNIO PEDRO FERREIRA

O nome de António Chora não faz parte da lista para o próximo Conselho Nacional da CGTP, que irá ser apresentada ao Congresso da central que se realiza nos próximos dias 15 e 16. A confirmação foi dada ao Expresso por fontes do grupo de trabalho encarregue da elaboração da lista para o principal órgão da confederação entre congressos.

António Chora é o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa, a mais importante empresa do país pela sua contribuição para o Produto Nacional Bruto, com mais de três mil empregados. Militante do Bloco de Esquerda, já assumiu temporariamente funções de deputado por aquele partido.

O seu nome foi proposto para a lista do Conselho Nacional pela própria CT da empresa. Esta é, aliás, uma das razões de carácter formal que levaram a CGTP a não aceitar o seu nome, alegando que as CT têm características diferenciadas das estruturas sindicais. Outra razão aduzida pelos responsáveis da Vítor Cordon é que da CT da Autoeuropa fazem parte membros da UGT.

Ouvido pelo Expresso, Chora esclarece que a comissão que coordena é formada por dez membros da CGTP e apenas um da UGT. Adianta, por outro lado, que o seu nome foi igualmente proposto ao Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, a que pertence, por três delegados sindicais e um dirigente, todos da empresa. A proposição do conhecido militante bloquista, no entanto, foi chumbada por aquele sindicato, dominado pela corrente mais ortodoxa do PCP. Chora fala mesmo em “veto político” e faz notar que cerca de um quinto dos associados do sindicato trabalha na Autoeuropa.

Empresa de ponta e palco de algumas das negociações laborais mais inovadoras, a Autoeuropa não terá nenhum trabalhador entre os 147 membros do Conselho Nacional da maior central sindical. Aliás, Chora nem sequer conseguiu integrar a lista de delegados que o seu sindicato leva ao congresso. “Como não me quiseram nem como delegado nem como dirigente, enviaram-me um convite para assistir ao Congresso. Mas eu recusei. Convidado, só para jogos de futebol!”, comentou.

Processo muito semelhante ocorreu com um outro quadro do BE da Efacec. José Ferreira, um jovem membro da CT e dirigente sindical, que também não foi incluído nos nomes propostos à CGTP pelo Sindicato das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro - por sinal, o sindicato de Carvalho da Silva.

Como ficou decidido que a relação de forças na Inter entre as várias correntes político-sindicais não será alterada, o Bloco manterá a sua representação limitada a apenas seis sindicalistas. Quatro deles pertencem ao Conselho Nacional cessante: a deputada Mariana Aiveca, da Função Pública do Sul; Joaquim Piló, dos Pescadores; Assunção Bachaim, da União da Madeira; e António Guerreiro, dos Mineiros. As duas únicas novidades serão Manuel Grilo, dos Professores de Lisboa, e Rui Vieira, das Telecomunicações e Audiovisuais. Mariana Aiveca, no entanto, frisa que, “ao contrário de outros partidos, nós não somos uma corrente organizada dentro da CGTP”. Esta tendência tem vindo a perder posições em algumas importantes estruturas intermédias da CGTP. Foi o que aconteceu nos congressos das uniões de Setúbal e Lisboa, onde o BE deixou de integrar os respectivos conselhos distritais. Em qualquer dos casos, o resultado foi um reforço da corrente comunista.

Congresso da CGTP

Líder da Autoeuropa vetado pelo PCP

António Chora, líder da CT e militante do Bloco de Esquerda, não entra na CGTP

António Chora. A Autoeuropa não terá nenhum sindicalista no Conselho Nacional da CGTP-In FOTO ANTÓNIO PEDRO FERREIRA

O nome de António Chora não faz parte da lista para o próximo Conselho Nacional da CGTP, que irá ser apresentada ao Congresso da central que se realiza nos próximos dias 15 e 16. A confirmação foi dada ao Expresso por fontes do grupo de trabalho encarregue da elaboração da lista para o principal órgão da confederação entre congressos.

António Chora é o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa, a mais importante empresa do país pela sua contribuição para o Produto Nacional Bruto, com mais de três mil empregados. Militante do Bloco de Esquerda, já assumiu temporariamente funções de deputado por aquele partido.

O seu nome foi proposto para a lista do Conselho Nacional pela própria CT da empresa. Esta é, aliás, uma das razões de carácter formal que levaram a CGTP a não aceitar o seu nome, alegando que as CT têm características diferenciadas das estruturas sindicais. Outra razão aduzida pelos responsáveis da Vítor Cordon é que da CT da Autoeuropa fazem parte membros da UGT.

Ouvido pelo Expresso, Chora esclarece que a comissão que coordena é formada por dez membros da CGTP e apenas um da UGT. Adianta, por outro lado, que o seu nome foi igualmente proposto ao Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, a que pertence, por três delegados sindicais e um dirigente, todos da empresa. A proposição do conhecido militante bloquista, no entanto, foi chumbada por aquele sindicato, dominado pela corrente mais ortodoxa do PCP. Chora fala mesmo em “veto político” e faz notar que cerca de um quinto dos associados do sindicato trabalha na Autoeuropa.

Empresa de ponta e palco de algumas das negociações laborais mais inovadoras, a Autoeuropa não terá nenhum trabalhador entre os 147 membros do Conselho Nacional da maior central sindical. Aliás, Chora nem sequer conseguiu integrar a lista de delegados que o seu sindicato leva ao congresso. “Como não me quiseram nem como delegado nem como dirigente, enviaram-me um convite para assistir ao Congresso. Mas eu recusei. Convidado, só para jogos de futebol!”, comentou.

Processo muito semelhante ocorreu com um outro quadro do BE da Efacec. José Ferreira, um jovem membro da CT e dirigente sindical, que também não foi incluído nos nomes propostos à CGTP pelo Sindicato das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro - por sinal, o sindicato de Carvalho da Silva.

Como ficou decidido que a relação de forças na Inter entre as várias correntes político-sindicais não será alterada, o Bloco manterá a sua representação limitada a apenas seis sindicalistas. Quatro deles pertencem ao Conselho Nacional cessante: a deputada Mariana Aiveca, da Função Pública do Sul; Joaquim Piló, dos Pescadores; Assunção Bachaim, da União da Madeira; e António Guerreiro, dos Mineiros. As duas únicas novidades serão Manuel Grilo, dos Professores de Lisboa, e Rui Vieira, das Telecomunicações e Audiovisuais. Mariana Aiveca, no entanto, frisa que, “ao contrário de outros partidos, nós não somos uma corrente organizada dentro da CGTP”. Esta tendência tem vindo a perder posições em algumas importantes estruturas intermédias da CGTP. Foi o que aconteceu nos congressos das uniões de Setúbal e Lisboa, onde o BE deixou de integrar os respectivos conselhos distritais. Em qualquer dos casos, o resultado foi um reforço da corrente comunista.

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