O Banheirense

30-09-2009
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A respeito de um artigo da autoria de António Chora, com o título de “Com a Crise Económica que Sindicalismo?”, no jornal “Rostos”, escrevi um comentário no próprio jornal, devidamente assinado. No meu comentário manifestei discordâncias profundas com António Chora, tanto na forma como no conteúdo. António Chora considera no seu artigo que os Sindicatos de outros países proporcionam aos seus filiados melhores condições, mais direitos e apoios e aponta o mutualismo como a solução. António Chora considera que muitos dos direitos e apoios não são da responsabilidade do governo e refere que em outros países os sindicatos criaram cooperativas de habitação, creches, lares da 3ª idade e apostaram mais na formação, qualificando e requalificando os trabalhadores. Considera também António Chora que os sindicatos em Portugal se transformaram em apêndices dos partidos políticos, calendarizando as suas lutas e ou submissões (esta não percebo), aos interesses dos partidos. A meio do artigo António Chora caracteriza o patronato como o mais retrógrado da Europa e os sindicatos como os mais ideologicamente marcados. Continua António Chora o seu artigo com uma referencia ao inicio da crise que atravessamos, sem a caracterizar e sem apresentar soluções para a mesma e na mesma senda do costume, a das cedências dos trabalhadores sem nada, ou com muito pouco em troca. Por fim até fala numa nova globalização e da adaptação dos sindicatos a este novo quadro, escrevendo até que devemos assim, e por essa via de ideias, criar um sindicalismo de acção mais do que de reacção.Não concordo com esta linha e penso que facilmente se percebe o porquê? Para mim e para muitos sindicalistas, trabalhadores e estudiosos da evolução humana, a sociedade está dividida por classes e é através da relação entre classes que o mundo evolui. Assim, patronato e trabalhadores constituem-se como 2 classes diferentes e com interesses antagónicos. Não somos todos amigos e muito unidos e nem procuramos o mesmo como alguns querem fazer crer. A realidade é bem mais complexa que o conto de fadas que António Chora contou. A Crise do Capitalismo não surgiu há 4 meses mas é intrínseca ao próprio sistema dominante e só se resolve com a substituição deste sistema injusto e contraditório, com uma aposta forte na produção e na valorização dos salários e do trabalho. Os trabalhadores sabem-no bem já que andam a fazer sacrifícios há muito tempo. A demonstrar ainda mais a veracidade do que escrevi relembro que os muitos dos direitos e apoios que António Chora considerou não serem da responsabilidade do governo, foram conquistados através das lutas, daquelas lutas que António Chora também considerou submissões e outros foram retirados por acções do governo. Nada foi ofertado, nada acontece por acaso e é a luta dos trabalhadores a chave para os processos. Os sindicatos ou afins que cedem, ou melhor que cedem sempre, são os reaccionários, são os que reagem, os que lutam e sempre lutaram por melhores condições de vida são revolucionários e agem sempre em conformidade com o que dizem defender, os interesses dos trabalhadores!Eu já ouvi da boca do patronato elogios ao António Chora, já li no blogue da JSD os mesmos elogios e não percebo como isto acontece. Quando o adversário nos tece os maiores elogios é sempre de desconfiar…Etiquetas: A Luta Continua

A respeito de um artigo da autoria de António Chora, com o título de “Com a Crise Económica que Sindicalismo?”, no jornal “Rostos”, escrevi um comentário no próprio jornal, devidamente assinado. No meu comentário manifestei discordâncias profundas com António Chora, tanto na forma como no conteúdo. António Chora considera no seu artigo que os Sindicatos de outros países proporcionam aos seus filiados melhores condições, mais direitos e apoios e aponta o mutualismo como a solução. António Chora considera que muitos dos direitos e apoios não são da responsabilidade do governo e refere que em outros países os sindicatos criaram cooperativas de habitação, creches, lares da 3ª idade e apostaram mais na formação, qualificando e requalificando os trabalhadores. Considera também António Chora que os sindicatos em Portugal se transformaram em apêndices dos partidos políticos, calendarizando as suas lutas e ou submissões (esta não percebo), aos interesses dos partidos. A meio do artigo António Chora caracteriza o patronato como o mais retrógrado da Europa e os sindicatos como os mais ideologicamente marcados. Continua António Chora o seu artigo com uma referencia ao inicio da crise que atravessamos, sem a caracterizar e sem apresentar soluções para a mesma e na mesma senda do costume, a das cedências dos trabalhadores sem nada, ou com muito pouco em troca. Por fim até fala numa nova globalização e da adaptação dos sindicatos a este novo quadro, escrevendo até que devemos assim, e por essa via de ideias, criar um sindicalismo de acção mais do que de reacção.Não concordo com esta linha e penso que facilmente se percebe o porquê? Para mim e para muitos sindicalistas, trabalhadores e estudiosos da evolução humana, a sociedade está dividida por classes e é através da relação entre classes que o mundo evolui. Assim, patronato e trabalhadores constituem-se como 2 classes diferentes e com interesses antagónicos. Não somos todos amigos e muito unidos e nem procuramos o mesmo como alguns querem fazer crer. A realidade é bem mais complexa que o conto de fadas que António Chora contou. A Crise do Capitalismo não surgiu há 4 meses mas é intrínseca ao próprio sistema dominante e só se resolve com a substituição deste sistema injusto e contraditório, com uma aposta forte na produção e na valorização dos salários e do trabalho. Os trabalhadores sabem-no bem já que andam a fazer sacrifícios há muito tempo. A demonstrar ainda mais a veracidade do que escrevi relembro que os muitos dos direitos e apoios que António Chora considerou não serem da responsabilidade do governo, foram conquistados através das lutas, daquelas lutas que António Chora também considerou submissões e outros foram retirados por acções do governo. Nada foi ofertado, nada acontece por acaso e é a luta dos trabalhadores a chave para os processos. Os sindicatos ou afins que cedem, ou melhor que cedem sempre, são os reaccionários, são os que reagem, os que lutam e sempre lutaram por melhores condições de vida são revolucionários e agem sempre em conformidade com o que dizem defender, os interesses dos trabalhadores!Eu já ouvi da boca do patronato elogios ao António Chora, já li no blogue da JSD os mesmos elogios e não percebo como isto acontece. Quando o adversário nos tece os maiores elogios é sempre de desconfiar…Etiquetas: A Luta Continua

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