Miragatos: objectos de culto: PRÉ-HISTÓRIA (II)

08-10-2009
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palavras cr-USADAS
Nesta noite decidimos fazer variações sobre haikai, o que acabou por dar dois géneros de exercícios.
No primeiro exercício, cada gato dava duas palavras ao gato que estava ao lado dele na mesa do chá de poejo. A primeira palavra era usada no primeiro verso, a segunda no segundo verso; e o terceiro esbofeteava os dois primeiros, como é de lei.
No segundo exercício, invertemos a ordem do movimento, sendo o gato que antes tinha recebido as palavras a dar, agora, uma única, que definia; a arte estava em fazer um único verso com sentido oposto àquele que fora dado.
Resultado daqueles que quiseram mostrar e daqueles que fizeram na distância (há gatos por todas as noites dos lugares infindos):
PRIMEIRO JOGO: 1. O gato que recebeu as palavras PEDRA e SOMBRA:
«Uma pedra, outra pedra, outra pedra
Uma sombra, outra sombra, outra sombra.
Silêncio da tarde estival»
2. O gato que recebeu as palavras: VELHA e PAREDE:
«Assustam-me os olhos das velhas, magras, rugosas, baças
No lugar da foto um rectângulo bolorento desenhado na parede
E o silêncio de alguém que foi belo exposto no meio da casa»
3. O gato que recebeu as palavras: SAUDADE e MENINO:
«A saudade chora, o tempo escurece,
Encontro o menino na máscara sem verdade,
O que ficou morre, se o menino é saudade».
4. O gato que recebeu as palavras: ÂNCORA e VALE:
«A velha leva a âncora
O vale espera a velha
E a velha afundou-se no horizonte»;
«No telhado tenho âncora
No vale uma janela
Da casa, sonha mar e montanha».
4. O gato que recebeu as palavras: PÁTIO e MESA:
«Quatro pátios desertos
Quatro mesas cheias
Uma mesa cheia para cada pátio deserto».
SEGUNDO JOGO: 1. o gato que recebeu a palavra BOSQUE, definida assim: «conjunto de árvores»
«Os outros chamam olhos à sombra azul dos teus bosques»
2. o gato que recebeu a palavra TELHAS, definida com o sentido comum:
«Histórias? Conte-lhas todas até ao fim
dos tempos»
3. O gato que recebeu a palavra ALVORADA, definida com o sentido comum:
«A alvorada beija o nunca, o mundo nasce se morre»
4. O gato que recebeu a palavra NUVEM, definida com o sentido comum:
«Nu vem, nu vai».


palavras cr-USADAS
Nesta noite decidimos fazer variações sobre haikai, o que acabou por dar dois géneros de exercícios.
No primeiro exercício, cada gato dava duas palavras ao gato que estava ao lado dele na mesa do chá de poejo. A primeira palavra era usada no primeiro verso, a segunda no segundo verso; e o terceiro esbofeteava os dois primeiros, como é de lei.
No segundo exercício, invertemos a ordem do movimento, sendo o gato que antes tinha recebido as palavras a dar, agora, uma única, que definia; a arte estava em fazer um único verso com sentido oposto àquele que fora dado.
Resultado daqueles que quiseram mostrar e daqueles que fizeram na distância (há gatos por todas as noites dos lugares infindos):
PRIMEIRO JOGO: 1. O gato que recebeu as palavras PEDRA e SOMBRA:
«Uma pedra, outra pedra, outra pedra
Uma sombra, outra sombra, outra sombra.
Silêncio da tarde estival»
2. O gato que recebeu as palavras: VELHA e PAREDE:
«Assustam-me os olhos das velhas, magras, rugosas, baças
No lugar da foto um rectângulo bolorento desenhado na parede
E o silêncio de alguém que foi belo exposto no meio da casa»
3. O gato que recebeu as palavras: SAUDADE e MENINO:
«A saudade chora, o tempo escurece,
Encontro o menino na máscara sem verdade,
O que ficou morre, se o menino é saudade».
4. O gato que recebeu as palavras: ÂNCORA e VALE:
«A velha leva a âncora
O vale espera a velha
E a velha afundou-se no horizonte»;
«No telhado tenho âncora
No vale uma janela
Da casa, sonha mar e montanha».
4. O gato que recebeu as palavras: PÁTIO e MESA:
«Quatro pátios desertos
Quatro mesas cheias
Uma mesa cheia para cada pátio deserto».
SEGUNDO JOGO: 1. o gato que recebeu a palavra BOSQUE, definida assim: «conjunto de árvores»
«Os outros chamam olhos à sombra azul dos teus bosques»
2. o gato que recebeu a palavra TELHAS, definida com o sentido comum:
«Histórias? Conte-lhas todas até ao fim
dos tempos»
3. O gato que recebeu a palavra ALVORADA, definida com o sentido comum:
«A alvorada beija o nunca, o mundo nasce se morre»
4. O gato que recebeu a palavra NUVEM, definida com o sentido comum:
«Nu vem, nu vai».

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