Berlim, 08 Mar (Lusa) - Os membros do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) na Alemanha pediram hoje o reforço da rede de ensino da língua e um melhor funcionamento dos consulados.
As preocupações dos conselheiros foram transmitidas a Cavaco Silva na Baixa-Saxónia, no último dia da visita de Estado à Alemanha, sexta-feira, em que participou também o Secretário de Estado das Comunidades, António Braga.
Os conselheiros consideraram também necessário apoios ao movimento associativo, e o reconhecimento do papel da Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA).
Em memorando enviado hoje à Agência Lusa, os membros do CCP, que estiveram 45 minutos reunidos com o Chefe de Estado, apelaram ainda a uma política social mais activa para os emigrantes, e à contagem para a reforma do tempo que os emigrantes passaram no serviço militar.
A questão de os portugueses que regressam à pátria poderem beneficiar do seguro alemão de cuidados continuados, e o problema da dupla tributação em Portugal de rendimentos de emigrantes que já pagaram impostos na Alemanha foram também abordados pelos membros do CCP com Cavaco Silva.
Além disso, os membros do CCP chamaram a atenção para a falta de apoios de Lisboa à imprensa e às publicações das comunidades.
"Foram sobretudo abordados os problemas do ensino e do mau funcionamento de alguns consulados, o Presidente da República fez muitas perguntas e disse que não estava a par de nenhum dos problemas que levantámos, que tudo era para ele uma surpresa", disse à Lusa José Eduardo, eleito pela área do Sul da Alemanha.
No que respeita ao ensino, o CCP na Alemanha lamenta a redução gradual dos professores, sobretudo dos que integram a chamada rede alemã, da responsabilidade dos governos estaduais, que nos últimos anos deixou muitos luso-descendentes sem aulas em vários pontos da Alemanha.
Quanto aos consulados, criticam sobretudo a despromoção de alguns deles, casos de Frankfurt e Osnabrueck, e a consequente redução de pessoal consular, sobretudo da área social.
José Eduardo acrescentou que Cavaco Silva, no decorrer da reunião, pediu muitas explicações" a António Braga, "que também admitiu desconhecer muitos dos problemas".
O Secretário de Estado das Comunidades sustentou ainda, segundo o mesmo conselheiro, que a situação no ensino e a situação dos consulados "não era tão grave" como o CCP expôs.
"No entanto, nós íamos muito bem preparados e conseguimos mostrar que apenas estávamos a expor a realidade existente", afirmou o mesmo conselheiro.
Os membros do CCP da Alemanha criticaram ainda, na reunião com Cavaco Silva e com o SECP, a nova lei que regula o funcionamento do CCP, afirmando que esta "reduz a capacidade de resposta de um orgão que funciona na base do voluntariado".
FA
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Berlim, 08 Mar (Lusa) - Os membros do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) na Alemanha pediram hoje o reforço da rede de ensino da língua e um melhor funcionamento dos consulados.
As preocupações dos conselheiros foram transmitidas a Cavaco Silva na Baixa-Saxónia, no último dia da visita de Estado à Alemanha, sexta-feira, em que participou também o Secretário de Estado das Comunidades, António Braga.
Os conselheiros consideraram também necessário apoios ao movimento associativo, e o reconhecimento do papel da Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA).
Em memorando enviado hoje à Agência Lusa, os membros do CCP, que estiveram 45 minutos reunidos com o Chefe de Estado, apelaram ainda a uma política social mais activa para os emigrantes, e à contagem para a reforma do tempo que os emigrantes passaram no serviço militar.
A questão de os portugueses que regressam à pátria poderem beneficiar do seguro alemão de cuidados continuados, e o problema da dupla tributação em Portugal de rendimentos de emigrantes que já pagaram impostos na Alemanha foram também abordados pelos membros do CCP com Cavaco Silva.
Além disso, os membros do CCP chamaram a atenção para a falta de apoios de Lisboa à imprensa e às publicações das comunidades.
"Foram sobretudo abordados os problemas do ensino e do mau funcionamento de alguns consulados, o Presidente da República fez muitas perguntas e disse que não estava a par de nenhum dos problemas que levantámos, que tudo era para ele uma surpresa", disse à Lusa José Eduardo, eleito pela área do Sul da Alemanha.
No que respeita ao ensino, o CCP na Alemanha lamenta a redução gradual dos professores, sobretudo dos que integram a chamada rede alemã, da responsabilidade dos governos estaduais, que nos últimos anos deixou muitos luso-descendentes sem aulas em vários pontos da Alemanha.
Quanto aos consulados, criticam sobretudo a despromoção de alguns deles, casos de Frankfurt e Osnabrueck, e a consequente redução de pessoal consular, sobretudo da área social.
José Eduardo acrescentou que Cavaco Silva, no decorrer da reunião, pediu muitas explicações" a António Braga, "que também admitiu desconhecer muitos dos problemas".
O Secretário de Estado das Comunidades sustentou ainda, segundo o mesmo conselheiro, que a situação no ensino e a situação dos consulados "não era tão grave" como o CCP expôs.
"No entanto, nós íamos muito bem preparados e conseguimos mostrar que apenas estávamos a expor a realidade existente", afirmou o mesmo conselheiro.
Os membros do CCP da Alemanha criticaram ainda, na reunião com Cavaco Silva e com o SECP, a nova lei que regula o funcionamento do CCP, afirmando que esta "reduz a capacidade de resposta de um orgão que funciona na base do voluntariado".
FA