Portimão Jota: Fazer política: pensar, debater, projectar

09-10-2009
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Opinião Na política há o medo de fazer política. Ou seja, o facto de alguém propor, querer debater e pensar o futuro é visto como algo negativo. Não pode. Este medo surge porque a cultura política em Portugal está num estado crítico, quase não existe. Não é aceitável que o ser humano não pense na comunidade por sobreviver sozinho, não pense no ambiente porque o planeta continua a girar, que não pense no mal porque é enganado pela ilusão do bem. O acto de pensar faz falta, o pensar de que falo é a capacidade de olhar o Mundo, ver os seus problemas e pensar na solução. Há, depois, o debate e confronto de ideias que tem de ser feito, para que se ponham de lado as más ideias e se reforcem as boas. E pensando bem, quem debate Portugal? Nada e ninguém. E não se debate por causa da baixa cultura política, pouca vontade dos agentes políticos e falta de pensamento. O terceiro ponto é o projecto. Depois dos dois estágios anteriores surge a capacidade de criar um projecto para a vila, cidade, região ou país. Um projecto é algo que envolve metas a cumprir dentro de certos prazos, mas quem conhece um projecto para Portugal? Pergunto: quem se lembra de avaliar um governo pelo seu projecto para o país? Poucos, ou porque não há projecto, ou porque o projecto são promessas e ninguém lhe liga. É necessário que surjam projectos com compromissos. As três etapas têm que começar num só sítio, o mesmo onde começam todas as bases de uma sociedade: a Escola. Aqui se inicia todo um processo evolutivo, que começando agora só surtirá efeito daqui a, no mínimo, vinte anos. Mas é um grande passo, educar a sério, tornar a escola do futuro um local de aprendizagem, capacidade de análise e resolução dos problemas. A política e o país político do futuro só lá podem começar, dando a mostrar aos alunos o que houve, o que há, e consciencializá-los de que o ‘que haverá’ será escrito por cada um deles. A importância da Escola tem de ser avaliada pela responsabilidade que cada aluno sente ter no futuro. Tem, também, que mudar certos paradigmas: ir para a escola não é só ser avaliado, é também saber avaliar; não é só aprender, é fazer; não é dizer que é, é mostrar por que é; não é só aceitar o que é ensinado, é saber questionar tudo. É este o início do caminho, mudar a educação para mudar o país. Assim se começará a pensar e trabalhar politicamente, sem ou com partidos, mas sempre com ideias.


Opinião Na política há o medo de fazer política. Ou seja, o facto de alguém propor, querer debater e pensar o futuro é visto como algo negativo. Não pode. Este medo surge porque a cultura política em Portugal está num estado crítico, quase não existe. Não é aceitável que o ser humano não pense na comunidade por sobreviver sozinho, não pense no ambiente porque o planeta continua a girar, que não pense no mal porque é enganado pela ilusão do bem. O acto de pensar faz falta, o pensar de que falo é a capacidade de olhar o Mundo, ver os seus problemas e pensar na solução. Há, depois, o debate e confronto de ideias que tem de ser feito, para que se ponham de lado as más ideias e se reforcem as boas. E pensando bem, quem debate Portugal? Nada e ninguém. E não se debate por causa da baixa cultura política, pouca vontade dos agentes políticos e falta de pensamento. O terceiro ponto é o projecto. Depois dos dois estágios anteriores surge a capacidade de criar um projecto para a vila, cidade, região ou país. Um projecto é algo que envolve metas a cumprir dentro de certos prazos, mas quem conhece um projecto para Portugal? Pergunto: quem se lembra de avaliar um governo pelo seu projecto para o país? Poucos, ou porque não há projecto, ou porque o projecto são promessas e ninguém lhe liga. É necessário que surjam projectos com compromissos. As três etapas têm que começar num só sítio, o mesmo onde começam todas as bases de uma sociedade: a Escola. Aqui se inicia todo um processo evolutivo, que começando agora só surtirá efeito daqui a, no mínimo, vinte anos. Mas é um grande passo, educar a sério, tornar a escola do futuro um local de aprendizagem, capacidade de análise e resolução dos problemas. A política e o país político do futuro só lá podem começar, dando a mostrar aos alunos o que houve, o que há, e consciencializá-los de que o ‘que haverá’ será escrito por cada um deles. A importância da Escola tem de ser avaliada pela responsabilidade que cada aluno sente ter no futuro. Tem, também, que mudar certos paradigmas: ir para a escola não é só ser avaliado, é também saber avaliar; não é só aprender, é fazer; não é dizer que é, é mostrar por que é; não é só aceitar o que é ensinado, é saber questionar tudo. É este o início do caminho, mudar a educação para mudar o país. Assim se começará a pensar e trabalhar politicamente, sem ou com partidos, mas sempre com ideias.

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