Marinero en Tierra: Lentamente, virei o rosto para ti...

12-10-2009
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E sempre tu no meu pensamento. Plena de brilho, de sorriso etéreo, ofuscando toda a beleza do mundo. Há uma âncora que me prende a ti, como se todo o mar me levasse apenas num sentido. Vejo-te de longe. Quase não ouso olhar-te, porque talvez seja demasiado pequeno para te ver. Mas, lentamente, virei o rosto para ti. Como se olhasse o mais rigoroso mapa. Como se fosses o mais precioso tesouro. Vejo-te em todo o tempo. Vejo-te em mim, como se nem eu mesmo habitasse em mim. Vejo o meu rosto no teu rosto, lentamente, contornando o vento, deixando para trás aquele rasto de cabelo que há pouco toquei com a ponta dos dedos. A chuva traz-me em direcção ao rosto uma imagem de ti em cada gota. Como se todos os ventos, todas as rotas, todas as viagens me contornassem com toda a força. Como se tudo isso quisesse dizer que és tu. A lua comanda as marés, comanda os marinheiros. A lua dá o seu sopro aos ventos, às velas. Como que dizendo que nada mais tenho do que as minhas mãos, os meus sons, o meu barco. Lentamente. Virei o meu rosto para ti. Porque te quero aprender de cor. Cada retalho de ti. Cada parte do teu mapa do tesouro. Porque te quero mostrar tudo o que tenho, que é, afinal, tão pouco, porque sou apenas eu mesmo. Lentamente. Virei o meu rosto para ti. Porque te quero dizer que talvez nunca tenha realmente partido. Porque te quero dizer que tu és. Tu és. Lentamente. Virei o meu rosto para ti. Porque mesmo longe, dás sentido aos mares, às rotas do meu sangue em cada veia. Porque mesmo longe, o ritmo do meu coração obedece às fases da lua, e a ele me obedecem as palavras. Lentamente. Virei o rosto para ti. Para te dizer o teu nome ao ouvido. Para te olhar até ao horizonte…


E sempre tu no meu pensamento. Plena de brilho, de sorriso etéreo, ofuscando toda a beleza do mundo. Há uma âncora que me prende a ti, como se todo o mar me levasse apenas num sentido. Vejo-te de longe. Quase não ouso olhar-te, porque talvez seja demasiado pequeno para te ver. Mas, lentamente, virei o rosto para ti. Como se olhasse o mais rigoroso mapa. Como se fosses o mais precioso tesouro. Vejo-te em todo o tempo. Vejo-te em mim, como se nem eu mesmo habitasse em mim. Vejo o meu rosto no teu rosto, lentamente, contornando o vento, deixando para trás aquele rasto de cabelo que há pouco toquei com a ponta dos dedos. A chuva traz-me em direcção ao rosto uma imagem de ti em cada gota. Como se todos os ventos, todas as rotas, todas as viagens me contornassem com toda a força. Como se tudo isso quisesse dizer que és tu. A lua comanda as marés, comanda os marinheiros. A lua dá o seu sopro aos ventos, às velas. Como que dizendo que nada mais tenho do que as minhas mãos, os meus sons, o meu barco. Lentamente. Virei o meu rosto para ti. Porque te quero aprender de cor. Cada retalho de ti. Cada parte do teu mapa do tesouro. Porque te quero mostrar tudo o que tenho, que é, afinal, tão pouco, porque sou apenas eu mesmo. Lentamente. Virei o meu rosto para ti. Porque te quero dizer que talvez nunca tenha realmente partido. Porque te quero dizer que tu és. Tu és. Lentamente. Virei o meu rosto para ti. Porque mesmo longe, dás sentido aos mares, às rotas do meu sangue em cada veia. Porque mesmo longe, o ritmo do meu coração obedece às fases da lua, e a ele me obedecem as palavras. Lentamente. Virei o rosto para ti. Para te dizer o teu nome ao ouvido. Para te olhar até ao horizonte…

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