Café Mondego: Opções, mais uma vez

01-10-2009
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Já há dias, Madalena Ferreira (a correspondente da SIC na Guarda) tinha conseguido fazer o inimaginável. E por isso está de parabéns! E o inimaginável foi "transformar" um espectáculo que foi uma festa participada por mais de 400 pessoas (Guarda:rádio memória) numa coisa chata e aborrecida, tirando-lhe todo o brilho e graça. Conseguiu,pois, aquilo que parecia ser uma tarefa inglória. A propósito (?) da inauguração da Biblioteca, a jornalista da SIC foi desenterrar umas imagens de umas velhinhas participantes no espectáculo que diziam qualquer coisa do género: olhe, em vez de estarmos em casa, viemos para aqui. A SIC "transformou" uma festa numa coisa lúgubre, quase depressiva. Do resto... esqueceu-se. Quem foi ao espectáculo e viu a reportagem não pode deixar de pensar que:- ou estamos perante um caso de uma jornalista querer "apagar" o mérito de uma iniciativa- ou estamos perante um problema de incompetência para lidar com a linguagem audiovisual-ou estamos perante o trabalho de alguém que não consegue resolver de forma profissional assuntos pesssoais que presumivelmente a afectarão até ao limite de perder a noção de razoabilidade (ex.: assunto Rádio Altitude e assunto coordenador do espectáculo que lhe fez uma crítica frontal do ponto de vista ético).Porém, a verdade é que a SIC passou a reportagem e o país viu umas velhinhas resignadas em vez de ver uma reportagem de um espectáculo que foi um hino de amor e crítica à Guarda.Hoje, a mesma jornalista, a propósito de uma boa ideia (frio/cobertores de papa), foi à procura de um pastor e filmou-o. Tudo indicaria que a seguir procuraria o único manufactor daqueles cobertores, mas não. Preferiu ir a uma loja (Coisas d'aqui) em vez de ir procurar o homem que os faz e que, obviamente, sabe explicar para que servem, serviam e servirão. Ou então, poderia entrevistar uma especialista na matéria (a directora do Museu dos Lanifícios, por exemplo). Lembre-se que a própria Câmara da Guarda, através do seu pelouro da Cultura, publicou um livro sobre o assunto, não faltando bibliografia. Madalena optou por entrevistar a Vereadora do Turismo. Depois foi filmar cobertores do sporting e do benfica (que relação têm com as mantas de pastor?) e, pronto, está despachada a reportagem com uma tirada final. Perceberam as opções, não perberam?Ou seja, está cada vez mais claro, para mim, que a correspondente da SIC deve decidir brevemente se quer fazer jornalismo ou outra coisa qualquer, como assessoria de imprensa ou promoção de imagem alheia (as duas, actividades legítimas que Madalena haveria de fazer muito bem). Quem dirige a SIC deve também estar atento às conjunturas e às circunstâncias locais e, principalmente, à forma como Madalena Ferreira lida com os critérios jornalísticos.Nota 1: Não, na reportagem acerca do "Guarda:rádio memória", não foi entrevistado o Presidente da Câmara (que encomendou o espectáculo) ou o Vereador da Cultura ou, sequer, os responsáveis pela criação do espectáculo. Quem falou foram as velhinhas que "como não tinham nada para fazer virem para ali". Impagável!Nota 2: Gostei da história contada por Graça Mano. É uma bela teoria.Nota 3: Não se admirem que, por causa deste comentário, eu receba em troca um ataque ou uma ameaça qualquer. E não será da Madalena, se a conheço. Poderá até ser de alguém a fazer-se passar por ela...para a pôr em xeque.


Já há dias, Madalena Ferreira (a correspondente da SIC na Guarda) tinha conseguido fazer o inimaginável. E por isso está de parabéns! E o inimaginável foi "transformar" um espectáculo que foi uma festa participada por mais de 400 pessoas (Guarda:rádio memória) numa coisa chata e aborrecida, tirando-lhe todo o brilho e graça. Conseguiu,pois, aquilo que parecia ser uma tarefa inglória. A propósito (?) da inauguração da Biblioteca, a jornalista da SIC foi desenterrar umas imagens de umas velhinhas participantes no espectáculo que diziam qualquer coisa do género: olhe, em vez de estarmos em casa, viemos para aqui. A SIC "transformou" uma festa numa coisa lúgubre, quase depressiva. Do resto... esqueceu-se. Quem foi ao espectáculo e viu a reportagem não pode deixar de pensar que:- ou estamos perante um caso de uma jornalista querer "apagar" o mérito de uma iniciativa- ou estamos perante um problema de incompetência para lidar com a linguagem audiovisual-ou estamos perante o trabalho de alguém que não consegue resolver de forma profissional assuntos pesssoais que presumivelmente a afectarão até ao limite de perder a noção de razoabilidade (ex.: assunto Rádio Altitude e assunto coordenador do espectáculo que lhe fez uma crítica frontal do ponto de vista ético).Porém, a verdade é que a SIC passou a reportagem e o país viu umas velhinhas resignadas em vez de ver uma reportagem de um espectáculo que foi um hino de amor e crítica à Guarda.Hoje, a mesma jornalista, a propósito de uma boa ideia (frio/cobertores de papa), foi à procura de um pastor e filmou-o. Tudo indicaria que a seguir procuraria o único manufactor daqueles cobertores, mas não. Preferiu ir a uma loja (Coisas d'aqui) em vez de ir procurar o homem que os faz e que, obviamente, sabe explicar para que servem, serviam e servirão. Ou então, poderia entrevistar uma especialista na matéria (a directora do Museu dos Lanifícios, por exemplo). Lembre-se que a própria Câmara da Guarda, através do seu pelouro da Cultura, publicou um livro sobre o assunto, não faltando bibliografia. Madalena optou por entrevistar a Vereadora do Turismo. Depois foi filmar cobertores do sporting e do benfica (que relação têm com as mantas de pastor?) e, pronto, está despachada a reportagem com uma tirada final. Perceberam as opções, não perberam?Ou seja, está cada vez mais claro, para mim, que a correspondente da SIC deve decidir brevemente se quer fazer jornalismo ou outra coisa qualquer, como assessoria de imprensa ou promoção de imagem alheia (as duas, actividades legítimas que Madalena haveria de fazer muito bem). Quem dirige a SIC deve também estar atento às conjunturas e às circunstâncias locais e, principalmente, à forma como Madalena Ferreira lida com os critérios jornalísticos.Nota 1: Não, na reportagem acerca do "Guarda:rádio memória", não foi entrevistado o Presidente da Câmara (que encomendou o espectáculo) ou o Vereador da Cultura ou, sequer, os responsáveis pela criação do espectáculo. Quem falou foram as velhinhas que "como não tinham nada para fazer virem para ali". Impagável!Nota 2: Gostei da história contada por Graça Mano. É uma bela teoria.Nota 3: Não se admirem que, por causa deste comentário, eu receba em troca um ataque ou uma ameaça qualquer. E não será da Madalena, se a conheço. Poderá até ser de alguém a fazer-se passar por ela...para a pôr em xeque.

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