Saúde SA: Listas Secretas

01-10-2009
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A TVI link em articulação com determinada oposição, fez mais um dos seus inacreditáveis trabalhos sobre a Saúde. Desta vez tratou-se da revelação de uma lista secreta de SPAs a encerrar.Toda a gente sabe que o plano de encerrar os SAPs já é antigo e que nada tem a ver com a recente proposta de encerramento das urgências.Tem razão CC, quando refere : «O Serviço de Atendimento Permanente (SAP) nunca foi, nem poderia ser, um dispositivo de uma rede de urgências, apesar de muitos, erroneamente, assim o designarem. (...) Os 79 SAP a funcionarem ainda em regime de 24 horas diárias estão dotados de apenas um médico e um enfermeiro, sem formação especializada para situações urgentes ou emergentes, e um funcionário administrativo. Sem meios de diagnóstico químico ou radiológico e desligados da rede de transporte de doentes, limitam-se a realizar, fora de horas, as consultas que deveriam ser prestadas pelo médico de família no horário regular. Durante a noite, conferem uma ilusão de segurança que tem sido causa de muitos contratempos. (...) Devido à carência de médicos de família (cerca de 700 mil Portugueses não os têm), os períodos nocturnos dos SAP passaram a ser assegurados pelos próprios médicos do centro de saúde, retirando-lhes a possibilidade de prestar assistência na manhã seguinte.Daqui resultou uma perversão organizativa. De dia faltam médicos, por estarem de serviço à noite. Só que de noite quase não há doentes, sobretudo no interior do país.» linkIdêntica opinião têm os nvestigadores do OPSS link: «A implantação dos SAP, pelo número esmagador de unidades criadas (de 1983 a 2004, criaram-se 248 SAP no território continental sem contar com os do distrito de Lisboa)— o mesmo tendo acontecido aliás com a abertura inopinada de extensões de saúde — foi, em ambos os casos, feita à revelia duma identificação prévia de necessidades em saúde e dum planeamento integrado da rede de serviços de saúde.Os motivos centrais para esta evolução decorrem do facto de os profissionais serem compelidos a fazer semanalmente atendimento durante 12 horas, como mínimo nestes SAP, que são retiradas ao período de acesso à consulta personalizada dos cidadãos inscritos nas suas listas. E, quantas vezes ao longo do ano, mas muito principalmente em férias, esses períodos se alargam a 24 ou mesmo 36 horas/semana, transformando-os de médicos de família em verdadeiros profissionais de serviço aos SAP.Ao conjunto das questões já sumariadas somam-se os avultados custos decorrentes dos pagamentos relativos a trabalho extraordinário efectuado. Em 2004, estima-se em 78 milhões de euros — mais de 15,5 milhões de contos — esses custos para trabalho extraordinário.» Poderá estar aqui (corte do trabalho extraordinário), mais uma das razões para tanto incitamento da oposição à contestação da reorganização da rede de cuidados.

A TVI link em articulação com determinada oposição, fez mais um dos seus inacreditáveis trabalhos sobre a Saúde. Desta vez tratou-se da revelação de uma lista secreta de SPAs a encerrar.Toda a gente sabe que o plano de encerrar os SAPs já é antigo e que nada tem a ver com a recente proposta de encerramento das urgências.Tem razão CC, quando refere : «O Serviço de Atendimento Permanente (SAP) nunca foi, nem poderia ser, um dispositivo de uma rede de urgências, apesar de muitos, erroneamente, assim o designarem. (...) Os 79 SAP a funcionarem ainda em regime de 24 horas diárias estão dotados de apenas um médico e um enfermeiro, sem formação especializada para situações urgentes ou emergentes, e um funcionário administrativo. Sem meios de diagnóstico químico ou radiológico e desligados da rede de transporte de doentes, limitam-se a realizar, fora de horas, as consultas que deveriam ser prestadas pelo médico de família no horário regular. Durante a noite, conferem uma ilusão de segurança que tem sido causa de muitos contratempos. (...) Devido à carência de médicos de família (cerca de 700 mil Portugueses não os têm), os períodos nocturnos dos SAP passaram a ser assegurados pelos próprios médicos do centro de saúde, retirando-lhes a possibilidade de prestar assistência na manhã seguinte.Daqui resultou uma perversão organizativa. De dia faltam médicos, por estarem de serviço à noite. Só que de noite quase não há doentes, sobretudo no interior do país.» linkIdêntica opinião têm os nvestigadores do OPSS link: «A implantação dos SAP, pelo número esmagador de unidades criadas (de 1983 a 2004, criaram-se 248 SAP no território continental sem contar com os do distrito de Lisboa)— o mesmo tendo acontecido aliás com a abertura inopinada de extensões de saúde — foi, em ambos os casos, feita à revelia duma identificação prévia de necessidades em saúde e dum planeamento integrado da rede de serviços de saúde.Os motivos centrais para esta evolução decorrem do facto de os profissionais serem compelidos a fazer semanalmente atendimento durante 12 horas, como mínimo nestes SAP, que são retiradas ao período de acesso à consulta personalizada dos cidadãos inscritos nas suas listas. E, quantas vezes ao longo do ano, mas muito principalmente em férias, esses períodos se alargam a 24 ou mesmo 36 horas/semana, transformando-os de médicos de família em verdadeiros profissionais de serviço aos SAP.Ao conjunto das questões já sumariadas somam-se os avultados custos decorrentes dos pagamentos relativos a trabalho extraordinário efectuado. Em 2004, estima-se em 78 milhões de euros — mais de 15,5 milhões de contos — esses custos para trabalho extraordinário.» Poderá estar aqui (corte do trabalho extraordinário), mais uma das razões para tanto incitamento da oposição à contestação da reorganização da rede de cuidados.

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