Café Mondego: Os postais da Guarda

01-10-2009
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Foi ontem apresentado o livro "A Guarda em postal ilustrado de 1901 a 1970", uma edição da Agência para a promoção da Guarda e da Sociedade PolisGuarda (que eu achava extinta, mas, pelos vistos ainda mexe). A coordenação da obra é de António Saraiva, também coordenador/director das entidades que editam o livro. Posto isto, diga-se que a obra é um excelente presente de Natal. Aliás, tem todas as características de uma obra de Natal. É um álbum ilustrado, com muitas imagens e pouco texto. A edição gráfica é luxuosa (até um pouco excessiva, para o meu gosto) e a substância tem qualidade. Aí se publicam quase 500 postais ilustrados referentes à nossa cidade, enquadrados por textos (quase citações completas) de obras de referência, como "Guarda Formosa". Os postais apresentam-se por capítulos (ex. "Sé Catedral", " A neve", a "Espaços verdes"), o que facilita muito a leitura e a percepção dos espaços fotografados. Portanto, é uma obra importante que vem associar-se a uma interessante actividade editorial sobre a nossa terra.Através deste livro ficamos a conhecer a Guarda e a sua "evolução" ao longo dos tempos. Ora, ficamos também a perceber, mais claramente, que nalguns casos o que existiu foi "involução" (por exemplo, a destruição do belo Largo de S. João). Nesse sentido, muitas vezes, olhamos para os postais com grande nostalgia e até com pena ("Por que destruíram o que era tão bonito?"). Assim, este livro é um precioso auxiliar para que se faça uma História da Guarda, mas é, também, um documento contra políticas que destruíram espaços harmoniosos, numa voragem destrutiva a que chamaram "progresso".PS. Três reparos:- Não me parece correcto que haja um capítulo chamado "Estação da Refer", numa obra que se refere aos anos que vão de 1901 a 1970. Nessa altura não havia Refer. Correcto, pois, seria "Estação dos Caminhos de Ferro".- A obra ganharia se tivesse havido uma revisão do uso da língua portuguesa.- O uso exagerado de "fundos" gráficos que reproduzem postais, sobre os quais se publicam outros postais, produzem um "ruído" /uma dispersão evitável. Teria preferido ver os postais sobre "fundos" uniformes. Ou seja, teria gostado da simplicidade que os gráficos, às vezes, evitam.


Foi ontem apresentado o livro "A Guarda em postal ilustrado de 1901 a 1970", uma edição da Agência para a promoção da Guarda e da Sociedade PolisGuarda (que eu achava extinta, mas, pelos vistos ainda mexe). A coordenação da obra é de António Saraiva, também coordenador/director das entidades que editam o livro. Posto isto, diga-se que a obra é um excelente presente de Natal. Aliás, tem todas as características de uma obra de Natal. É um álbum ilustrado, com muitas imagens e pouco texto. A edição gráfica é luxuosa (até um pouco excessiva, para o meu gosto) e a substância tem qualidade. Aí se publicam quase 500 postais ilustrados referentes à nossa cidade, enquadrados por textos (quase citações completas) de obras de referência, como "Guarda Formosa". Os postais apresentam-se por capítulos (ex. "Sé Catedral", " A neve", a "Espaços verdes"), o que facilita muito a leitura e a percepção dos espaços fotografados. Portanto, é uma obra importante que vem associar-se a uma interessante actividade editorial sobre a nossa terra.Através deste livro ficamos a conhecer a Guarda e a sua "evolução" ao longo dos tempos. Ora, ficamos também a perceber, mais claramente, que nalguns casos o que existiu foi "involução" (por exemplo, a destruição do belo Largo de S. João). Nesse sentido, muitas vezes, olhamos para os postais com grande nostalgia e até com pena ("Por que destruíram o que era tão bonito?"). Assim, este livro é um precioso auxiliar para que se faça uma História da Guarda, mas é, também, um documento contra políticas que destruíram espaços harmoniosos, numa voragem destrutiva a que chamaram "progresso".PS. Três reparos:- Não me parece correcto que haja um capítulo chamado "Estação da Refer", numa obra que se refere aos anos que vão de 1901 a 1970. Nessa altura não havia Refer. Correcto, pois, seria "Estação dos Caminhos de Ferro".- A obra ganharia se tivesse havido uma revisão do uso da língua portuguesa.- O uso exagerado de "fundos" gráficos que reproduzem postais, sobre os quais se publicam outros postais, produzem um "ruído" /uma dispersão evitável. Teria preferido ver os postais sobre "fundos" uniformes. Ou seja, teria gostado da simplicidade que os gráficos, às vezes, evitam.

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