O valor das ideias: Pequeno exemplo do absurdo da economia convencional

29-09-2009
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No Mercado de Limões, o Tiago Tavares apresenta um dos mais fantásticos argumentos contra o manifesto pelo emprego, que 52 cidadãos, incluindo eu próprio, assinaram. E o argumento torna-se fantástico precisamente porque cai no âmago de tudo o que faz da Teoria Económica ortodoxa o mais inútil dos esforços do pensamento humano nos últimos séculos. Na essência, o que o Tiago diz é fundamentalmente isto: 1) existe uma lei dos rendimentos marginais decrescentes (essencialmente derivada da agricultura pré revolução industrial, e segundo a qual a manutenção de um factor fixo - como a quantidade de terra trabalhada - faz com que, a partir de certo volume de trabalho empregue, cada trabalhador adicional represente um acréscimo menor de produção, podendo inclusivamente, em situação de congestionamento, representar um acréscimo negativo de produção);2) as estimativas de custos do desemprego apresentadas no nosso manifesto contrariam a lei dos rendimentos marginais decrescentes para a economia portuguesa;3) como tal, conclui o Tiago, a estimativa está errada. Isto é o típico raciocínio da teoria convencional: se a estimativa contraria a teoria , então o cálculo está mal feito, porque a teoria está necessariamente correcta. A lei dos rendimentos marginais decrescentes, que é uma mera construção mental sem qualquer tipo de esforço de verificação empírica, está necessariamente certa...porque sim. Os dados, ou os métodos estatísticos (por acaso baseados em séculos de progressivo avanço matemático) é que estão errados.Enquanto a maioria dos economistas continuarem a encarar o mundo desta forma - "a minha teoria está certa, os dados que se ajustem até baterem certo com ela" - estão a trabalhar numa não ciência. Pode ser uma coisa gira. Mas é para se entreteram. Não adianta uma linha ao conhecimento humano. Ou, numa linguagem da tal teoria ortodoxa, tem um acréscimo de utilidade nulo para a humanidade.


No Mercado de Limões, o Tiago Tavares apresenta um dos mais fantásticos argumentos contra o manifesto pelo emprego, que 52 cidadãos, incluindo eu próprio, assinaram. E o argumento torna-se fantástico precisamente porque cai no âmago de tudo o que faz da Teoria Económica ortodoxa o mais inútil dos esforços do pensamento humano nos últimos séculos. Na essência, o que o Tiago diz é fundamentalmente isto: 1) existe uma lei dos rendimentos marginais decrescentes (essencialmente derivada da agricultura pré revolução industrial, e segundo a qual a manutenção de um factor fixo - como a quantidade de terra trabalhada - faz com que, a partir de certo volume de trabalho empregue, cada trabalhador adicional represente um acréscimo menor de produção, podendo inclusivamente, em situação de congestionamento, representar um acréscimo negativo de produção);2) as estimativas de custos do desemprego apresentadas no nosso manifesto contrariam a lei dos rendimentos marginais decrescentes para a economia portuguesa;3) como tal, conclui o Tiago, a estimativa está errada. Isto é o típico raciocínio da teoria convencional: se a estimativa contraria a teoria , então o cálculo está mal feito, porque a teoria está necessariamente correcta. A lei dos rendimentos marginais decrescentes, que é uma mera construção mental sem qualquer tipo de esforço de verificação empírica, está necessariamente certa...porque sim. Os dados, ou os métodos estatísticos (por acaso baseados em séculos de progressivo avanço matemático) é que estão errados.Enquanto a maioria dos economistas continuarem a encarar o mundo desta forma - "a minha teoria está certa, os dados que se ajustem até baterem certo com ela" - estão a trabalhar numa não ciência. Pode ser uma coisa gira. Mas é para se entreteram. Não adianta uma linha ao conhecimento humano. Ou, numa linguagem da tal teoria ortodoxa, tem um acréscimo de utilidade nulo para a humanidade.

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