PROmova: O despertar tardio e equivocado de Marcos Perestrello

04-10-2009
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Clicar na imagem para ampliarIn Expresso, 22/08/2009Este artigo de opinião é um marco importante na luta dos professores, pois é a primeira vez que um destacado militante do PS (recorde-se que Marcos Perestrello é candidato à Câmara de Oeiras pelo PS e foi durante longos meses a voz do PS no programa da RTP1, “O corredor do poder”) reconhece o falhanço do ministério da Educação e, especificamente, de Maria de Lurdes Rodrigues (MLR) naqueles domínios que têm constituído os móbiles da contestação dos professores, a saber (a negrito o que é afirmado ou transparece no artigo):a) incapacidade de motivação e de mobilização dos professores, por força de uma estratégia, eleitoralmente mal calculada, de afronta e de ataque à dignidade dos professores;b) obstinação na manutenção de uma divisão da carreira que ninguém aceita, é arbitrária e injusta e, sobretudo, está na origem, quer do ambiente degradado e da instabilidade que se vive nas escolas, quer da desacreditação de qualquer modelo de avaliação que se suporte na mesma (já toda a gente percebeu que este é o nó que atou o fracasso da política educativa deste governo, pelo que a circunstância de Sócrates, MLR, Valter Lemos e Jorge Pedreira continuarem a persistir num erro e numa injustiça que os professores não estão dispostos a aceitar, tal corresponde, por si só, a uma grave falha de entendimento político por parte destes personagens);c) inabilidade para conseguir superar os obstáculos e as dificuldades encontradas na implementação do modelo de avaliação, mercê da quebra do diálogo e da confiança por parte dos professores (quase ninguém suporta, nas escolas, MLR e os seus secretários de Estado – Sócrates não ter intuído esta realidade desde há, pelo menos, dois anos, só revela que está muito longe de possuir a inteligência política adequada à governação de um país), a qual foi originada pela divisão da carreira, como explicitei na alínea anterior, mas também pelas afrontas gratuitas e pela imagem negativa dos professores que MLR pretendeu vender à opinião pública;d) incapacidade e falta de abertura para corrigir as incongruências levantadas pelo novo modelo de gestão, começando, desde logo, pela prepotência centralista de não permitir às escolas a opção por um dos dois modelos, como sugerira o CNE, fazendo-se, a posteriori, uma avaliação séria dos mesmos em termos de maior eficácia;e) falhas nas colocações de professores, sobretudo em termos de mobilidade dos docentes colocados em escolas muito afastadas das suas áreas de residência. Para estes professores, a plurianualidade constituiu uma real condenação ao degredo, além de que mandava a honestidade reconhecer que a eficiência na colocação de professores tem na base uma equipa de peritos informáticos contratada pelo governo de Santana Lopes.Descontando o balanço positivo, que na maioria do referenciado é empolado e esconde graves problemas na concretização das medidas (o favorecimento dos amigos nas obras do parque escolar; as aulas de substituição foram e são uma mistificação; a informatização está muito aquém das metas e a generalização do inglês está curricularmente desenquadrada e assente em mecanismos de contratação precária e quantas vezes desqualificada), o artigo também é crítico pelo que omite conscientemente, como as trapalhadas à volta do estatuto do aluno e a erosão da autoridade dos professores que suporta este estatuto, a pressão para o facilitismo e a baixíssima exigência que se verifica nas Novas Oportunidades e nos cursos profissionais, as mentiras, erros e manipulações à volta do Magalhães, a falta de enquadramento e de avaliação do uso que estão a ter (ou a não ter) os Magalhães e os computadores do e-escola (por exemplo, com preços proibitivos para as famílias no acesso à Internet), para não falar de atrasos e incumprimentos nas metas do Plano Tecnológico, ao contrário do que afirma a ministra.Apesar de tudo, nunca um importante elemento deste PS de Sócrates foi tão longe nas críticas ao ministério da Educação e, naturalmente, à orientação e ao estilo inspirados em Sócrates. Mesmo assim, os professores e as suas famílias não esquecem as intervenções televisivas de Marcos Perestrello ao longo da legislatura, defendendo sempre, e sem este criticismo tardio, a ministra da Educação, assim como não deixam passar o equívoco que invalida a sua argumentação e que se traduz no seguinte: a ministra da Educação afirmou, recentemente, que as políticas educativas aqui contestadas são da autoria do primeiro-ministro (que podia ter demitido esta equipa ministerial ou dado indicações para proceder a uma alteração das políticas e não o fez), além de que ainda há poucos dias o Conselho de Ministros, na linha dos “disparates de Verão”, aprovou a abertura dos procedimentos de acesso ao concurso para professor titular, dando um passo, embora inconsequente, na senda da consolidação da inaceitável divisão da carreira.Estaria Marcos Perestrello de férias e não teve conhecimento desta decisão? Ou não quer admitir que o alvo último dos professores é, legitimamente, Sócrates?Todavia, este despertar preocupado de Marcos Perestrello, em vésperas de eleições, é a confirmação da adequação da nossa estratégia de contestação política a Sócrates e ao seu (des)governo e, sobretudo, a comprovação de que o COMPROMISSO EDUCAÇÃO ainda vai partir muita loiça na “loja” do PS durante o mês de Setembro e dará um importante contributo para a derrota eleitoral de Sócrates a 27 de Setembro.Octávio V Gonçalves(NEP e NBlogger)


Clicar na imagem para ampliarIn Expresso, 22/08/2009Este artigo de opinião é um marco importante na luta dos professores, pois é a primeira vez que um destacado militante do PS (recorde-se que Marcos Perestrello é candidato à Câmara de Oeiras pelo PS e foi durante longos meses a voz do PS no programa da RTP1, “O corredor do poder”) reconhece o falhanço do ministério da Educação e, especificamente, de Maria de Lurdes Rodrigues (MLR) naqueles domínios que têm constituído os móbiles da contestação dos professores, a saber (a negrito o que é afirmado ou transparece no artigo):a) incapacidade de motivação e de mobilização dos professores, por força de uma estratégia, eleitoralmente mal calculada, de afronta e de ataque à dignidade dos professores;b) obstinação na manutenção de uma divisão da carreira que ninguém aceita, é arbitrária e injusta e, sobretudo, está na origem, quer do ambiente degradado e da instabilidade que se vive nas escolas, quer da desacreditação de qualquer modelo de avaliação que se suporte na mesma (já toda a gente percebeu que este é o nó que atou o fracasso da política educativa deste governo, pelo que a circunstância de Sócrates, MLR, Valter Lemos e Jorge Pedreira continuarem a persistir num erro e numa injustiça que os professores não estão dispostos a aceitar, tal corresponde, por si só, a uma grave falha de entendimento político por parte destes personagens);c) inabilidade para conseguir superar os obstáculos e as dificuldades encontradas na implementação do modelo de avaliação, mercê da quebra do diálogo e da confiança por parte dos professores (quase ninguém suporta, nas escolas, MLR e os seus secretários de Estado – Sócrates não ter intuído esta realidade desde há, pelo menos, dois anos, só revela que está muito longe de possuir a inteligência política adequada à governação de um país), a qual foi originada pela divisão da carreira, como explicitei na alínea anterior, mas também pelas afrontas gratuitas e pela imagem negativa dos professores que MLR pretendeu vender à opinião pública;d) incapacidade e falta de abertura para corrigir as incongruências levantadas pelo novo modelo de gestão, começando, desde logo, pela prepotência centralista de não permitir às escolas a opção por um dos dois modelos, como sugerira o CNE, fazendo-se, a posteriori, uma avaliação séria dos mesmos em termos de maior eficácia;e) falhas nas colocações de professores, sobretudo em termos de mobilidade dos docentes colocados em escolas muito afastadas das suas áreas de residência. Para estes professores, a plurianualidade constituiu uma real condenação ao degredo, além de que mandava a honestidade reconhecer que a eficiência na colocação de professores tem na base uma equipa de peritos informáticos contratada pelo governo de Santana Lopes.Descontando o balanço positivo, que na maioria do referenciado é empolado e esconde graves problemas na concretização das medidas (o favorecimento dos amigos nas obras do parque escolar; as aulas de substituição foram e são uma mistificação; a informatização está muito aquém das metas e a generalização do inglês está curricularmente desenquadrada e assente em mecanismos de contratação precária e quantas vezes desqualificada), o artigo também é crítico pelo que omite conscientemente, como as trapalhadas à volta do estatuto do aluno e a erosão da autoridade dos professores que suporta este estatuto, a pressão para o facilitismo e a baixíssima exigência que se verifica nas Novas Oportunidades e nos cursos profissionais, as mentiras, erros e manipulações à volta do Magalhães, a falta de enquadramento e de avaliação do uso que estão a ter (ou a não ter) os Magalhães e os computadores do e-escola (por exemplo, com preços proibitivos para as famílias no acesso à Internet), para não falar de atrasos e incumprimentos nas metas do Plano Tecnológico, ao contrário do que afirma a ministra.Apesar de tudo, nunca um importante elemento deste PS de Sócrates foi tão longe nas críticas ao ministério da Educação e, naturalmente, à orientação e ao estilo inspirados em Sócrates. Mesmo assim, os professores e as suas famílias não esquecem as intervenções televisivas de Marcos Perestrello ao longo da legislatura, defendendo sempre, e sem este criticismo tardio, a ministra da Educação, assim como não deixam passar o equívoco que invalida a sua argumentação e que se traduz no seguinte: a ministra da Educação afirmou, recentemente, que as políticas educativas aqui contestadas são da autoria do primeiro-ministro (que podia ter demitido esta equipa ministerial ou dado indicações para proceder a uma alteração das políticas e não o fez), além de que ainda há poucos dias o Conselho de Ministros, na linha dos “disparates de Verão”, aprovou a abertura dos procedimentos de acesso ao concurso para professor titular, dando um passo, embora inconsequente, na senda da consolidação da inaceitável divisão da carreira.Estaria Marcos Perestrello de férias e não teve conhecimento desta decisão? Ou não quer admitir que o alvo último dos professores é, legitimamente, Sócrates?Todavia, este despertar preocupado de Marcos Perestrello, em vésperas de eleições, é a confirmação da adequação da nossa estratégia de contestação política a Sócrates e ao seu (des)governo e, sobretudo, a comprovação de que o COMPROMISSO EDUCAÇÃO ainda vai partir muita loiça na “loja” do PS durante o mês de Setembro e dará um importante contributo para a derrota eleitoral de Sócrates a 27 de Setembro.Octávio V Gonçalves(NEP e NBlogger)

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