O valor das ideias: Terminar o mandato com a dignidade possível, Senhor Presidente?

29-09-2009
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Aníbal Cavaco Silva, alegadamente Presidente de todos os portugueses fala hoje ao país, pelas 20h. Foi anuncido na véspera, antes das 20h. O que me causa alguma perplexidade. Cavaco podia ter esclarecido o país esta Segunda. Escolheu Terça. Precisou de ser aconselhado? Ouviu alguém? Reunião com o fantasma do Palácio, o assessor sem funções? Com certeza Cavaco não se esteve a aconselhar com os cavaquistas. Não por o inefável Marco António ter proclamado o fim dessas figuras. Elas existem e estão no parlamento, pela mão da protegida do Presidente. E os que não estão são arguídos em processos envolvendo off shores e negócios com traficantes de armas líbios. Num convalescente BPN. O problema é que os cavaquistas foram assassinados por Cavaco. E do BPN mais vale não falar...Com quem pode Cavaco ter estado a preparar-se? Mais relevante: o que tem Cavaco a dizer ao país? Insistir na mentira? E explicar que de facto achava que estava a ser espiado? Mas sem provas? A leviandade do acto levaria o Presidente a ter de resignar. Mandar um assessor plantar uma notícia num jornal sem provas seria não só a forma errada de agir perante uma suspeita, porque havia outros canais, como a forma errada de agir não tendo provas.Tinha provas? Hardly! Teria demitido o PM. Falar a verdade, e assumir que de facto inventou que estava a ser espiado? A consequência óbvia seria demitir-se. Um PR não poderia envolver-se num ataque desse tipo a um partido rival. Culpar o assessor? Mas então que faz ainda no Palácio? E, sobretudo, porque não esclareceu de imediato Cavaco que a culpa era do assessor, quando o afastou, evitando o clamor mediático e o clamor do seu partido? Porventura porque ninguém acredita que Lima desse um passo sem a autorização de Cavaco. Um homem a quem foi leal 24 anos. E porventura porque ninguém acredita que Cavaco tivesse provas do que quer que fosse.A consequência de tudo isto? Só restaria uma opção ao PR, condigna com ter deixado passar as eleições e com ter precisado de mais um dia de reflexão. Se Cavaco fosse um homem lógico e com sentido de Estado, demitia-se. A imagem de Narciso que, contudo, tem de si mesmo leva-me a achar que o Professor acha que as "dificuldades que o país e o mundo atravessam" não dispensam a sua cáustica figura tutelar. E por se achar essencial, Cavaco não dirá nada de relevante. Mergulhando no pântano em que se colocou.Mais uma tarefa da governação socialista, e esta porventura impossível: ajudar Cavaco a terminar o mandato com dignidade!


Aníbal Cavaco Silva, alegadamente Presidente de todos os portugueses fala hoje ao país, pelas 20h. Foi anuncido na véspera, antes das 20h. O que me causa alguma perplexidade. Cavaco podia ter esclarecido o país esta Segunda. Escolheu Terça. Precisou de ser aconselhado? Ouviu alguém? Reunião com o fantasma do Palácio, o assessor sem funções? Com certeza Cavaco não se esteve a aconselhar com os cavaquistas. Não por o inefável Marco António ter proclamado o fim dessas figuras. Elas existem e estão no parlamento, pela mão da protegida do Presidente. E os que não estão são arguídos em processos envolvendo off shores e negócios com traficantes de armas líbios. Num convalescente BPN. O problema é que os cavaquistas foram assassinados por Cavaco. E do BPN mais vale não falar...Com quem pode Cavaco ter estado a preparar-se? Mais relevante: o que tem Cavaco a dizer ao país? Insistir na mentira? E explicar que de facto achava que estava a ser espiado? Mas sem provas? A leviandade do acto levaria o Presidente a ter de resignar. Mandar um assessor plantar uma notícia num jornal sem provas seria não só a forma errada de agir perante uma suspeita, porque havia outros canais, como a forma errada de agir não tendo provas.Tinha provas? Hardly! Teria demitido o PM. Falar a verdade, e assumir que de facto inventou que estava a ser espiado? A consequência óbvia seria demitir-se. Um PR não poderia envolver-se num ataque desse tipo a um partido rival. Culpar o assessor? Mas então que faz ainda no Palácio? E, sobretudo, porque não esclareceu de imediato Cavaco que a culpa era do assessor, quando o afastou, evitando o clamor mediático e o clamor do seu partido? Porventura porque ninguém acredita que Lima desse um passo sem a autorização de Cavaco. Um homem a quem foi leal 24 anos. E porventura porque ninguém acredita que Cavaco tivesse provas do que quer que fosse.A consequência de tudo isto? Só restaria uma opção ao PR, condigna com ter deixado passar as eleições e com ter precisado de mais um dia de reflexão. Se Cavaco fosse um homem lógico e com sentido de Estado, demitia-se. A imagem de Narciso que, contudo, tem de si mesmo leva-me a achar que o Professor acha que as "dificuldades que o país e o mundo atravessam" não dispensam a sua cáustica figura tutelar. E por se achar essencial, Cavaco não dirá nada de relevante. Mergulhando no pântano em que se colocou.Mais uma tarefa da governação socialista, e esta porventura impossível: ajudar Cavaco a terminar o mandato com dignidade!

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